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'FEVEREIRO LARANJA'

Programação no Hospital Ophir Loyola reforça conscientização sobre leucemia

Pacientes, acompanhantes, médicos e demais servidores se emocionaram diante de relatos de experiências com a doença, que tem tratamento e cura

Por Ellyson Ramos (HOL)
28/02/2024 16h42

No evento 'Fevereiro Laranja', equipe de Hematologia se vestiu com a cor da campanhaO Hospital Ophir Loyola (HOL) realizou nesta quarta-feira (28) a ação “Fevereiro Laranja: Mais Conscientização Sobre a Leucemia”. Promovido nos corredores do Setor de Hematologia, o evento reuniu pacientes, acompanhantes, voluntários e servidores. Diversificada, a programação contou com apresentação musical, depoimentos e orientações sobre diagnóstico, tratamento e apoio aos usuários que lutam contra a doença onco-hematológica.

Conhecida como câncer das células brancas do sangue, a leucemia começa na medula óssea - tecido líquido que ocupa o interior dos ossos e tem por função produzir células sanguíneas. Principal referência no tratamento de doenças hematológicas malignas no Pará, o HOL ressaltou, com o evento, a relevância de conhecer sinais e sintomas da doença e da mobilização social para que novos voluntários integrem o cadastro de doadores de medula óssea.

Médicos Lucyana Leão e Geanini Rodrigues: orientações e emoção no relato de superaçãoAcolhimento - Para a onco-hematologista e coordenadora do Setor de Hematologia do HOL, Lucyana Leão, o evento foi mais que uma demonstração de apoio a mais de 230 pacientes em tratamento na instituição. “Foi uma declaração de amor. Conhecemos o perfil de nossos usuários e sabemos que não é fácil ser retirado subitamente de sua rotina normal para ser hospitalizado por conta de uma doença. Por isso, pensamos nessa ação acolhedora. Todos aqui têm por intenção fornecer apoio e um momento especial, para que eles se sintam acariciados. Eles merecem muito. Brindes, depoimentos, músicas e declarações só reforçam o apoio que damos diariamente a todos eles”, disse a coordenadora.

“O 'Fevereiro Laranja' vem para conscientizar sobre a necessidade de ter um olhar diferenciado para essa doença, que tem tratamento e possibilidade de cura, quando diagnosticada precocemente. Atuo com doenças onco-hematológicas no HOL desde 2018, e não há como não se envolver com tantas histórias e tantas famílias. Ouvir relatos de quem passou por momentos difíceis, e que hoje comemora a cura, nos emociona, nos conforta e nos inspira demais”, completou Lucyana Leão.

Esperança - Durante pronunciamento, o médico Geanini Rodrigues se emocionou ao lembrar a própria experiência com a doença. Residente do Serviço de Urologia do HOL, ele estava trabalhando quando notou os primeiros sintomas, febre e dor na gengiva.

“Eu descobri o câncer em setembro de 2022, após evoluir uma febre enquanto eu operava um paciente no centro cirúrgico do próprio Hospital Ophir Loyola. Verifiquei meu hemograma e estava alterado. Fiz o exame da medula e fui revelado com Leucemia Mieloide Aguda (LMA). Comecei o tratamento com quimioterapia, mas não preciso de transplante de medula óssea. Toda vez que passo por esses corredores, oro por todos, pois quero ver todos curados”, disse o médico.

“Quando a gente descobre que está com câncer é um baque muito grande. A gente entra em confronto com tudo o que sabemos e acreditamos. Estar no lugar de 'paciente' é muito mais complicado que o lugar de quem cuida. Eu senti na pele o que é infecção, dor óssea e os efeitos colaterais de uma quimioterapia. Foi uma jornada muito árdua e longa, mas eu sempre confiei, porque existe tratamento”, reiterou Geanini Rodrigues.

Anilda Cardoso ao lado de Sylvio Romero: tratamento adequado no HOLAo observar queixas, indisposição e apatia do filho, Sylvio Romero, 28 anos, a dona de casa Anilda Cardoso, 60 anos, aproveitou que os exames de rotina estavam agendados e o levou ao médico. Os primeiros sinais surgiram em novembro do ano passado. “Ele gosta muito de fazer as coisas de casa, e varrer é a tarefa preferida dele. Mas comecei a ver que ele estava muito cansado, suando mais do que o comum. No início, eu pensei que poderia ser o fato de ele estar gordinho. Mas com o tempo vieram outros sintomas. Quando procurei o médico, ele me encaminhou para um hematologista”, disse Anilda.

"No lugar certo" - Em janeiro deste ano, Sylvio foi diagnosticado com Leucemia Linfoide Aguda (LLA), tipo mais comum em crianças, mas que também ocorre em adultos. “Fiquei desesperado quando soube que era leucemia. Minha família ficou sem direção, perdida. Depois que viemos para cá (HOL) as coisas ficaram melhores, e eu me sinto tranquilo por saber que ele está no lugar certo, em um hospital de referência e com o tratamento adequado”, afirmou a mãe de Sylvio.

Ao abordar sinais e sintomas da leucemia, a equipe do setor explica aos pacientes e acompanhantes os processos que envolvem a jornada do usuário dentro da instituição. “O Hospital Ophir Loyola conta com equipe médica e multiprofissional que tem diálogo permanente, com o objetivo de atender ao paciente com câncer em sua integralidade, com todas as suas particularidades. E o Serviço Social, eminentemente interventiva, trabalha todas as expressões da questão social”, ressaltou a assistente social do Setor, Raquel Amorim.

Evento ocorreu nos corredores do HOLSensibilização - Ainda durante o evento, os organizadores frisaram a importância de captar doadores de sangue e medula óssea. Tais recursos são fundamentais para aqueles que enfrentam doenças onco-hematológicas, a exemplo de Natally Santana, 37 anos, do município de Tailândia, no sudeste paraense. Ela foi diagnosticada com Leucemia Linfóide Aguda (LLA) e se preparou para ser submetida a um transplante de medula óssea, procedimento indicado para algumas doenças que afetam células do sangue.

“Surgiram manchas roxas no meu corpo e desmaiei em casa, enquanto tomava banho com a minha filha. Depois de investigar o que seriam esses sintomas, fui diagnosticada. O chão se abriu pra mim, mas com o tempo e as orientações dos médicos, eu fui me acalmando”, contou Natally.

Segundo o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), o Brasil possui cerca de 5,5 milhões de registros ativos e 125 mil novos cadastros anuais. Para ser doador é preciso ter entre 18 e 35 anos e boas condições de saúde.

Servidores e voluntários homenagearam com música os pacientes“Pacientes onco-hematológicos precisam constantemente de suporte transfusional. Por isso, orientamos a todos que, mesmo depois da alta, da cura, eles continuam sendo captadores de doadores. Vamos convidar amigos, familiares, conhecidos para fazer parte desse ato voluntário. Basta comparecer ao Hemopa e informar o desejo de entrar para o cadastro de doador”, destacou a coordenadora.

No Pará, o cadastro e o exame de compatibilidade são realizados na Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa), situado na Travessa Padre Eutíquio, 2109, bairro Batista Campos, em Belém.