Projetos apoiados pela Fapespa impulsionam qualidade de vida de pessoas com deficiência
Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas está alinhada com a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) e aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2023, estima-se que aproximadamente 8,2% da população paraense, o equivalente a 710 mil pessoas, vivem com algum tipo de deficiência. Diante dessa realidade, a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) tem desempenhado um nobre papel no apoio a projetos de pesquisa de alto impacto voltados à melhoria da qualidade de vida desse segmento no Pará.
Em sintonia com a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) e alinhada aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), a Fapespa concentra esforços em impulsionar pesquisas inovadoras que utilizam ciência, tecnologia e inovação como catalisadores de mudança. Entre 2022 e 2023, a instituição concedeu apoio a cinco iniciativas notáveis.
“As pesquisas científicas têm o condão de transformar a realidade das pessoas e a realidade do próprio planeta. E nós acreditamos que as pesquisas apoiadas pela Fapespa com relação às pessoas com deficiência certamente trarão luz sobre esse problema. E há necessidade de o Estado agir com base nesses dados científicos para melhor auxiliar na inclusão dessas pessoas. É nisso que a Fapespa acredita, é nisso que o Governo do Pará acredita e temos certeza que, num curto espaço de tempo, traremos mais qualidade de vida para essa população”, destaca o presidente da Fapespa, Marcel Botelho.
Projetos - Um desses projetos é o "Sistema Inteligente para Promoção do Desenvolvimento Infantil na Amazônia Paraense" (SDIA), coordenado pelo professor doutor Marcus Braga, da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). “O SDIA destaca-se por integrar inteligência artificial a profissionais das áreas de saúde, direito e comunicação, criando um banco de dados preciso sobre crianças na primeira infância (até seis anos) com dificuldades de aprendizado”, afirma Braga.
Atualmente, essa pesquisa está na fase de desenvolvimento de um protótipo de software que será testado este ano. Ao final do projeto, o objetivo é disponibilizar as informações atualizadas aos órgãos estaduais de educação para servirem como balizador ao desenvolvimento de ações efetivas voltadas às crianças.
Para Marcus Braga, a Fapespa tem um papel importante na construção da ciência no Estado. “Com o apoio da Fundação, equipamos o laboratório da UFRA, campus de Paragominas, o que nos proporcionou um espaço de qualidade para trabalharmos e produzirmos estudos sólidos”, aponta.
Garantir o acesso à educação equitativa e inclusiva é também um dos objetivos do projeto “Pensamento Algébrico nos anos iniciais: possibilidades com estudantes cegos e videntes em uma escola regular”, coordenado pelo Prof. Elielson Sales. “O estudo busca construir práticas educativas inclusivas nos anos iniciais do Ensino Fundamental que possibilitem aos estudantes compreenderem os conceitos fundamentais envolvidos no desenvolvimento do pensamento algébrico”, aponta o coordenador.
Em 2023, os pesquisadores finalizaram a etapa de produção de dados, em duas turmas de quarto e quinto ano do ensino fundamental de uma escola paraense. Foram propostas às crianças tarefas que estimulam o pensar matemático, para serem posteriormente analisadas, na forma de episódios.
Além do olhar atento às necessidades dos estudantes, o projeto também reconhece a importância do papel do professor, enquanto mediador do conhecimento, por isso, será ministrado um curso de formação, este ano, para profissionais da rede pública e estudantes de graduação (licenciatura) da Universidade Federal do Pará (UFPA).
A integração entre pesquisadores brasileiros e o apoio das fundações a temas necessários, como a inclusão, originou o projeto APTIDOWN: Aptidão física e metabolismo em pessoas com Síndrome de Down. Uma parceria entre pesquisadores da UNICAMP e a UFPA, e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Fapespa, que busca compreender o metabolismo de pessoas com síndrome de Down, mais especificamente, a aptidão física e a composição corporal.
O trabalho dos pesquisadores é dividido entre Belém e São Paulo. A triagem, anamnese, coleta de material biológico, avaliação de composição corporal, avaliação motora e aptidão cardiorrespiratória são feitas pela equipe da UFPA, em Belém. Já as análises de metabolômica do sangue serão feitas pela equipe da UNICAMP, em Campinas, cuja responsável é a Profª Dra. Cláudia Cavaglieri.
A coordenadora, professora doutora Laura Neves, explica que esse estudo terá grande impacto na saúde desse público. “Os dados gerados nesse estudo servirão como subsídio e segurança para as equipes multiprofissionais na construção de políticas e ações que proporcionem hábitos saudáveis de vida, em especial uma vida fisicamente ativa e pela inclusão esportiva”, argumenta.
Além dos projetos referidos, em 2023, o Programa de Desenvolvimento para Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (PDTEA), sob direção da professora doutora Jane Gonçalves, foi finalizado, com a entrega do estudo sobre pessoas com autismo no arquipélago do Marajó. Uma ação que visa oferecer dados robustos sobre essa população para viabilizar políticas públicas eficientes.
O compromisso da Fapespa com a inclusão e o desenvolvimento social reflete-se não apenas nos resultados promissores desses projetos, mas também na esperança de uma sociedade paraense mais igualitária e acessível. A fundação continua seu papel vital na promoção de pesquisas que, por meio da ciência e inovação, buscam construir um futuro mais inclusivo e digno para todas as pessoas, independentemente de suas habilidades e desafios.
“Como uma agência estadual de fomento à ciência, tecnologia e inovação, é nosso dever apoiar projetos de pesquisa científica que gerem dados, processos e produtos com potencial de impacto na qualidade de vida da sociedade Paraense. Nos orgulhamos de olhar para os resultados e vislumbrar as aplicações, os avanços científicos e o fortalecimento dos grupos de pesquisa no Pará a partir do fomento da Fapespa", diz Deyvison Medrado, diretor científico.
Texto da estagiária da Ascom Fapespa, Lorena Coelho