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Sespa orienta ribeirinhos para evitar escalpelamentos durante o carnaval

Por Redação - Agência PA (SECOM)
08/02/2018 00h00

Integrantes da Coordenação de Mobilização Social da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) abriram, na manhã desta quinta-feira (8), na Feira do Açaí, em Belém, o cronograma da Campanha de Enfrentamento aos Acidentes de Motor com Escalpelamento, como parte das ações preventivas para o período do carnaval 2018.

A mobilização se estenderá até a quarta-feira de cinzas, dia 14, e inclui visitas nos cais de Abaetetuba, Soure, Barcarena, São Domingos do Capim, Igarapé-Miri, Moju, São Sebastião da Boa Vista e Curralinho, a partir desta sexta-feira (9), com atuação de técnicos dos Centros Regionais da Sespa e das equipes de cada secretaria municipal de Saúde envolvida.

O objetivo da campanha é orientar a população que costuma viajar de barco, aproveitando o grande fluxo de pessoas que deixa as cidades rumos aos interiores no feriado de Carnaval, para prevenir os casos de escalpelamento, acidente causado pelo eixo exposto dos motores das embarcações que atinge principalmente as mulheres e menimas reibeirinhas. Além de arrancar parte ou todo o couro cabeludo, causando intenso sofrimento físico e psicológico nas vítimas, esse tipo de acidente pode levar à morte.

Grande parte delas vítimas é oriunda de 42 municípios localizados entre o Arquipélago do Marajó e o oeste paraense. O balanço dessas ocorrências mostra a eficácia do trabalho que vem sendo feito. De 1982 até dezembro de 2014 foram registrados 409 casos de escalpelamento, contra 11 em 2015, seis em 2016 e um caso registrado em agosto de 2017, em Portel.

A maior parte dessas vítimas é de ribeirinhos, que têm no barco seu principal meio de transporte. O trabalho consiste na orientação dessa população acerca das medidas preventivas que podem evitar esses acidentes. A meta da Sespa é zerar esse tipo de ocorrência no Pará. “O objetivo é mostrar que a adoção de hábitos simples pode salvar vidas, como fazer um 'pitozinho' no cabelo, usando de uma linguagem que o povo compreenda de imediato”, explica Socorro Silva, coordenadora de Mobilização Social da Sespa.

No campo preventivo, a Sespa vem se empenhando em combater o escalpelamento, sobretudo há dez anos, quando foi criada a Comissão Estadual de Erradicação dos Acidentes com Escalpelamento, que já promoveu, entre outras atividades, a ação de cobertura de carenagens, feita pelos militares da Capitania dos Portos, responsável pelas ações de segurança naval nos rios do Pará. A colocação de proteção no eixo do motor, procedimento feito em parceria com a Sespa, tornou-se obrigatório em 2009, por meio de lei federal.

Desde então, mais de três mil embarcações receberam proteção nos eixos. A instalação não tem custo para o dono dos barcos, porque é patrocinada por empresas privadas. A medida é um reflexo de dez anos de campanhas preventivas, que contaram ainda com a adesão de grupos de mestres carpinteiros, responsáveis pela construção de pequenas e médias embarcações utilizadas como principal meio de transporte de quem vive nas áreas onde os rios, furos e igarapés são as únicas 'estradas' disponíveis - e que corresponde a 63% dos municípios paraenses.

Tanto na capital como no interior as informações preventivas são reforçadas em outras vésperas de datas especiais, como as férias escolares de julho, Círio e Natal. Na oportunidade, também são divulgadas informações sobre o atendimento às vítimas, que hoje é oferecido pelo Programa de Atenção Integral às Vítimas de Escalpelamento (Paives), realizado na Santa Casa, em Belém, e sobre o acesso ao Tratamento Fora de Domicílio (TFD), um benefício fornecido pelos municípios aos pacientes que precisam cuidar das sequelas fora da cidade de origem.

A Campanha de Enfrentamento aos Acidentes de Motor com Escalpelamento Carnaval 2018 é uma realização da Sespa, por meio da Diretoria de Políticas de Atenção Integral à Saúde (DPAIS), em parceria com a Comissão de Erradicação dos Acidentes de Motor com Escalpelamento (CEEAE), composta pela Secretaria e por mais oito órgãos e entidades envolvidas.