Boletim Agropecuário apresenta importância do estado para a economia da região Norte
A Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) lançou nesta terça-feira, 7, no auditório da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), o Boletim Agropecuário do Pará 2017. De acordo com o levantamento, a bovinocultura contribui para que o Pará detenha o principal rebanho do Norte do Brasil, tornando a pecuária paraense um segmento importante para a economia do estado, que conta também com a criação de aves, suínos, equinos, ovinos e caprinos. O Boletim Agropecuário do Pará 2017 está disponível no site da Fapespa (www.fapespa.pa.gov.br) a partir desta quarta-feira, 8.
A relevância da pecuária na matriz econômica paraense está expressa na sua participação de 26% do PIB do setor primário. Entre os rebanhos paraenses, a bovinocultura destaca-se como o quinto maior efetivo do país, sendo superior a 20 milhões de cabeças. Esse posicionamento do rebanho bovino do Pará favorece o desenvolvimento dos segmentos alimentícios, como o da carne e o do leite.
Para o presidente da Fapespa, Eduardo Costa, o boletim é um instrumento fundamental para se pensar políticas públicas. “Pelo que foi apresentado, não há dúvida nenhuma que a agropecuária é uma aposta importante que precisa de mais atenção no estado do Pará. Hoje o Pará tem o quinto maior rebanho bovino, é o 2° maior estado pesqueiro do Brasil e tem uma expansão fantástica na produção de grãos acontecendo. O boletim apresenta esses dados, disseca essas informações, mostra quais são os municípios, quais são as regiões e os setores que estão realmente apresentando um melhor desempenho no estado. É, portanto, uma radiografia extremamente completa que hoje nós entregamos para a sociedade paraense”, disse.
Sobre a produção agrícola no estado, o Pará é detentor de uma área superior a 1,2 milhão de km², sendo que desse total, 0,26% corresponde às áreas destinadas ao cultivo agrícola. O território cultivável no estado encontra-se em um mosaico de uso e cobertura de terras, que compreende ainda: florestas, mineração, área urbana, pastos, rios, etc.
De acordo com o secretário adjunto da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), Afifal Jawabri, “precisamos avançar e rápido, principalmente na regularização dessas áreas produtivas. Na questão econômica é importante a gente ter esse controle com condição de produção”, disse.
Geração de empregos
A dinâmica econômica do setor agropecuário tem seus resultados na criação de emprego e na geração de renda. Nesse sentido, em 2015 foram registrados no Pará 862.064 trabalhadores em ocupações ligadas ao setor agropecuário, desempenhando atividades eminentemente primárias. O contingente de pessoas ocupadas correspondeu a 24% do total de trabalhadores do estado e quando observado ao logo dos últimos dez anos, nota-se que 2015 obteve o segundo maior quantitativo de trabalhadores, ao passo que 2008 apresentou o menor volume de ocupações.
Para o delegado da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário, Andrei Castro, nessa apresentação se destacaram muitos produtos oriundos diretamente da agricultura familiar. “E nós estamos muito bem destacados aqui nesse boletim, como no caso da mão de obra dos agricultores familiares”, afirmou.
Quem compartilha da mesma opinião é o gerente do Banco da Amazônia, Misael Moreno. “Antes era muito difícil obter informação e esse boletim é um meio para suprir essa necessidade. Um exemplo é um número tão alto de pessoas endividadas com crédito rural. Estou muito feliz em fazer parte desse evento representando o Banco da Amazônia, já que atualmente 70% do nosso investimento são direcionados para o agronegócio e o que me deixa entusiasmado é a aderência dos números para a demanda interna”, declarou.
A economia brasileira registrou, em 2016, uma carteira de crédito rural de R$ 157,2 bilhões, valor 4,8% menor que o registrado em 2015. Na região Norte, verificou-se que o montante disponível foi de R$ 6,495 bilhões, que correspondeu a 4,10% do valor total disponível no País. Nesse contexto, o estado do Pará registrou valor de R$ 1,365 bilhão de crédito rural, representando 21% do total da carteira de crédito da região Norte, e 0,9% de todo o volume de recursos de crédito rural disponível no país. Na comparação com as cifras de 2015, observou-se retração de 21,8%.
Os municípios paraenses que mais se destacaram na captação desses recursos em 2016 foram: Paragominas, com R$ 122,014 milhões; São Félix do Xingu, com R$ 66,414 milhões e Santana do Araguaia, que apresentou R$ 58,660 milhões, sendo que esses dois últimos foram impulsionados, em maior medida, pela atividade pecuária, enquanto Paragominas, pela atividade agrícola.