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Em 2023, Fapespa investe mais de R$ 11,3 milhões em projetos alinhados à bioeconomia

A Fapespa contratou 42 projetos de pesquisa alinhados com a política pública de incentivo a bioeconomia

Por Gustavo Pêna (SEOP)
18/12/2023 18h00

Fapespa apoia iniciativas que valorizam o conhecimento tradicional amazônidaDurante a COP 28, realizada em Dubai, o Governo do Pará reforçou a sua posição em priorizar os investimentos em pesquisa, inovação e estímulo à bioeconomia na transição da economia paraense para um modelo de baixa emissão de carbono. Nesse sentido, tendo o Plano Estadual de Bioeconomia (PlanBio) como principal norteador, a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) termina 2023 com mais de R$ 11,3 milhões investidos em projetos voltados para a valorização do conhecimento tradicional amazônida.

Como integrante do Comitê Executivo do PlanBio, a Fapespa contratou 42 projetos de pesquisa alinhados com a política pública, totalizando R$ 11.336.462,09 milhões, com 192 pesquisadores envolvidos diretamente neste primeiro momento. Além disso, em parceria com outras Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) do País e o CNPq, a Fapespa participa do edital da Iniciativa Amazônia +10, fomentando mais R$ 3 milhões em ações que busquem transformar a economia existente para uma de baixo carbono.

O edital de Apoio ao Desenvolvimento de Estudos e Pesquisas em Bioeconomia, que marcou a primeira fase das metas do PlanBio, previa a aprovação e contratação de 10 projetos de pesquisa, mas a Fapespa conseguiu ampliar para 14, um crescimento de 40% a mais do que o planejamento inicial. Com a captação de recursos, o investimento passou de R$ 1,2 milhão para cerca de R$ 1,6 milhão.

Diagnóstico rural participativo dentro do projeto da Cadeia de Valor do Buriti, em Monte Alegre

Um dos projetos aprovados na chamada foi o da “Integração da Comunidade Ererê/APA Paytuna à Cadeia de Valor do Buriti como Alternativa para o Fomento da Bioeconomia Paraense”, que busca ampliar a compreensão das questões referentes à cadeia de valor do fruto e identificar as melhores formas de inclusão da comunidade, que fica no município de Monte Alegre. A iniciativa também pretende capacitar a Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Ererê (Asprore), de modo a torná-los protagonistas dos processos produtivos e gerenciais, além de capazes de gerar renda a partir da agregação de valor aos produtos, garantir a segurança alimentar e nutricional local e realizar o manejo dos recursos de forma sustentável.

“A chamada específica para projetos de bioeconomia, particularmente, mostra o alinhamento das políticas públicas do Estado do Pará, pois sabemos que o sucesso de toda política pública perpassa pela disponibilidade de recursos financeiros para desenvolvimento das ações e pela perfeita conexão entre os diferentes atores envolvidos. No caso específico desse projeto, observa-se que Ufopa, Fapespa, Semas e Ideflor-Bio encontram-se alinhados com o propósito claro, cada um cumprindo o seu papel como agentes fundamentais para a efetiva implementação do Plano Estadual de Bioeconomia do Pará”, disse Zilda Cohen, coordenadora do projeto, ligado à Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa).

Para o diretor-presidente da Fapespa, Marcel Botelho, as pesquisas de alto impacto, como as que envolvem o PlanBio, precisam estar conectadas com os desafios da Amazônia e da política estadual, para que, assim, tenham reverberação imediata na sociedade. “As pessoas precisam sentir que é através das pesquisas que terão as respostas definitivas para todos os desafios e com isso fortalecer a política do Governo do Estado, que claramente escolheu a bioeconomia como a nova matriz econômica, mas ela não será possível sem as pesquisa científicas, os estudos desenvolvidos pela Fapespa e a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Sectet), em parceria com as instituições de ciência e tecnologia do nosso estado”.

Academia, governo, terceiro setor e comunidades tradicionais debatem a bioeconomia durante os Diálogos AmazônicosAinda sobre o tema, dentro da programação dos “Diálogos Amazônicos”, realizado em agosto, no Hangar - Centro de Convenções da Amazônia, em Belém, a Fapespa discutiu o apoio técnico para resolver desafios concretos enfrentados pelas populações no fortalecimento da bioeconomia através da Inovação Orientada para Missões. A mesa de debate, organizada pela Iniciativa Amazônia+10, envolveu convidados da academia, governo, terceiro setor e comunidades tradicionais.

Eventos Científicos – Neste ano, através da chamada de Apoio Financeiro à Realização de Eventos Científicos, Tecnológicos e de Inovação no Estado, a Fapespa beneficiou milhares de acadêmicos em nove Regiões de Integração do Pará, em um aporte de R$ 2 milhões. O grande destaque da iniciativa foi a destinação de até R$ 5 mil a mais a título de incentivo financeiro exclusivamente para projetos que incluíssem um espaço infantil/recreação, uma ação afirmativa a fim de incentivar a participação de mães na ciência.

O VI Congresso de Zootecnia da Amazônia foi realizado com o apoio da FapespaPesquisas e Estudos – A Fapespa intensificou a elaboração de pesquisas e estudos que forneceram conhecimentos sobre a realidade socioeconômica do Estado e seus municípios, possibilitando a efetividade na decisão, implementação e avaliação do planejamento governamental, visando o alcance das macroestratégias do governo. Nessas áreas, foram publicadas a Tabela de Recursos e Usos (TRU), a Matriz de Insumo Produto (MIP), assim como a ampliação e a modernização do Anuário Estatístico do Pará, Pará no Contexto Nacional, Radar de Indicadores das Regiões de Integração, em que contemplam informações que permitem a análise dos aspectos sociais, econômicos e ambientais paraenses.

Também fizeram parte dos estudos publicados pela Fapespa em 2023: Boletins, Produto Interno Bruno (PIB) do Pará e Municipal, Barômetro da Sustentabilidade, Data Pará, Nota Informativa, Mapa da Exclusão Social do Pará, Nota Técnica, Pará em Números, Relatório ODS e o Atlas da Sustentabilidade.

Fórum Consecti e Confap – A cidade de Santarém sediou, em setembro, o Fórum Nacional Consecti e Confap. O encontro foi realizado em parceria com a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica do Pará (Sectet) e a Fapespa. Com o tema "Desafios da Amazônia", o evento reuniu presidentes e representantes das 27 Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (FAPs), Secretários Estaduais de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e de entidades e agências federais e internacionais de fomento à CT&I, para promover o debate de temas prioritários da política científica e tecnológica nacional e sobre os desafios da região amazônica.

Na ocasião, foi lançado a Chamada Expedições Científicas, em parceria com a Iniciativa Amazônia+10 e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que vai disponibilizar R$ 59,2 milhões para financiar pesquisas voltadas à expansão do conhecimento científico da sociobiodiversidade sobre áreas pouco conhecidas da maior floresta tropical do mundo

Santarém se tornou a capital da ciência, tecnologia e inovação durante o Fórum Nacional Consecti e ConfapBolsas de pesquisa

Em 2023, a Fapespa concedeu 1.625 bolsas de pesquisa nos diferentes níveis exigidos – Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado -, garantindo, assim, a permanência e a produção dos cientistas paraenses. Neste mês, a fundação deu início à implementação do "Cartão Bolsa Pará", que agiliza o saque do benefício de estudantes e profissionais de pesquisa que atuam nas 12 Regiões de Integração do território paraense. A princípio, a parceria com o Banco do Estado do Pará (Banpará) tem um investimento mensal de, aproximadamente, R$ 1,3 milhão para 82 municípios.

Esta nova forma de operacionalizar as bolsas de pesquisa já foi implementada para os pagamentos de dezembro das Chamadas Públicas lançadas pela Fapespa em 2023: nº 002/2023 (Iniciação Científica), nº 005/2023 (Mestrado) e nº 006/2023 (Doutorado). Com isso, os bolsistas terão a possibilidade de sacar os valores em toda a rede de atendimento do Banpará, presente em 140 municípios do Estado do Pará. O cartão será utilizado com isenção de taxas e demais tarifas.

Estudante de mestrado Hugo Enrico é bolsista Fapespa através do Cartão Bolsa Pará

Estudante de mestrado do programa de pós-graduação em Ciências do Movimento Humano da Universidade Federal do Pará (UFPA), Hugo Enrico tem 22 anos e é bolsista da Fapespa há nove meses. Ele, que já recebeu o pagamento em dezembro através do Cartão Bolsa Pará, aprovou a nova forma da Fapespa fazer a gestão das bolsas de formação de recursos humanos e atesta a importância do fomento.

“A bolsa me permitiu uma maior imersão na área da pesquisa, de maneira com que eu pudesse ter dedicação integral ao laboratório e ao programa de mestrado. Essa imersão é essencial para um desenvolvimento integral enquanto professor/pesquisador, com melhor capacidade crítica e autonomia. Sem dúvidas tem sido essencial todo esse aprendizado que está apenas no começo”, disse. “A nova modalidade de pagamento não envolve muita burocracia e permite maior transparência e agilidade entre a Fapespa e o bolsista”, completou.

Marcel Botelho avalia os trabalhos desenvolvidos pela Fapespa neste ano e prevê um 2024 de mais projetos de fomento, pesquisa e estudo que irão impactar positivamente na vida dos paraenses. “O ano de 2023 foi intenso e desafiador. Intenso porque foram muitas ações desenvolvidas, fomentando bolsas e novas pesquisas na área de bioeconomia e desenvolvimento sustentável, e desafiador porque nós temos um horizonte de muitas oportunidades. É por isso que a Fapespa termina o ano sabendo que está no caminho certo para que, cada vez mais, a pesquisa, a ciência e a tecnologia alavanquem a bioeconomia no nosso Estado”, finalizou o diretor-presidente.