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LIVRE DE PRAGAS

Defesa do território paraense contra pragas norteou ações da ADEPARÁ em 2023

Neste ano, a Agência de Defesa desenvolveu 7.994 atividades de defesa para preservar principalmente a produção de cacau

Por Rosa Cardoso (ADEPARÁ)
15/12/2023 14h55

Para manter os 144 municípios paraenses livres de pragas, a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (ADEPARÁ) intensificou as ações de fiscalização ao longo de 2023, com objetivo de promover a sanidade dos principais cultivos agrícolas que movimentam a economia do Estado e são responsáveis por gerar renda no campo.

Neste ano, a Agência de Defesa desenvolveu 7.994 atividades de defesa para preservar principalmente a produção de cacau, já que o Estado é o maior produtor de amêndoas e abastece os principais mercados nacionais. Também agiu com o objetivo de evitar a ferrugem asiática, principal praga que impacta a cultura da soja e atuou fortemente para manter protegidos os polos citrícolas, sobretudo a produção de  limão e laranja, frutos que fazem parte da pauta de exportação do Estado. 

Citrus - A vigilância constante propicia ao Estado manter,por exemplo, o status de área livre de cancro cítrico, uma doença causada por uma bactéria que impõe restrições ao comércio de frutos. Durante o ano, a área de citrus inspecionada superou os 6 mil hectares atendendo a mais de 500 produtores em 37 municípios. As principais atividades realizadas nas mais de 3 mil propriedades cadastradas foram o levantamento e a detecção das pragas dos citros.  

Monilíase do cacau - O trabalho desenvolvido pela ADEPARÁ também protege o território da monilíase, um fungo resistente que ataca frutos de cacau e também de cupuaçu. Em 2023, o cacau produzido em 61 municípios do Estado recebeu mais de 600 fiscalizações e a área inspecionada chegou próximo a 3 mil hectares. As ações de vigilância foram intensificadas e aumentou o número de produtores cadastrados.  São mais de 1200 que recebem atendimento das equipes de fiscalização. Como a doença foi identificada no Acre e no Amazonas, a defesa vegetal do Pará tem estado em alerta e realizado capacitações do corpo técnico e troca de experiência com profissionais de outros estados produtores de cacau para evitar a entrada da monilíase no território paraense.

Vazio Sanitário da Soja - A soja também mereceu destaque com fiscalizações durante os três períodos do vazio sanitário no Estado. A Agência de Defesa possui a competência de realizar o cadastro anual de produtores, monitorar a ocorrência da praga durante o período de safra e  fiscalizar o cumprimento dos períodos do vazio sanitário e do calendário de semeadura.O objetivo é manter o Estado livre da ferrugem asiática, uma das doenças mais severas que incidem sobre a cultura da soja com grandes perdas na produção. Para evitar o fungo, os fiscais realizaram quase mil inspeções nos 150 mil hectares de área plantada. Hoje, são 824 produtores cadastrados em 44 municípios atendidos pelo programa da soja na ADEPARÁ e quase 2 mil propriedades cadastradas.

Mosca da Carambola - A prevenção da Mosca da Carambola exigiu grandes esforços das equipes de fiscalização que se deslocaram para Oriximiná e Terra Santa, para conter as emergências fitossanitárias. O trabalho contou com apoio das prefeituras locais e de equipes de educação fitossanitária para engajar a população no combate à praga. O programa mereceu atenção especial realizando mais de 3 mil ações de vigilância abrangendo levantamento e detecção da praga,  monitoramento e fiscalização. A ADEPARÁ também instalou  1913 armadilhas em 133 municípios e fez o monitoramento no intuito de mitigar a ocorrência da praga. Por se tratar de programa desenvolvido há 18 anos pela Agência, exigiu este ano maior qualificação do corpo técnico com a realização de treinamento de supervisores para o alinhamento das ações e atualização das técnicas com o objetivo de tornar mais eficaz o combate ao inseto.

Sementes e Mudas - O programa de Sementes e Mudas concentrou esforços na fiscalização de propriedades, de revendas de insumos agrícolas e no combate ao comércio clandestino de mudas de citros para evitar a entrada de pragas no Pará. As ações de fiscalização também se utilizaram de ações educativas para que a comunidade saiba a importância econômica e social dos polos citrícolas e conheça os protocolos para evitar a introdução destas pragas. 

Agrotóxicos - Em 2023, o Programa Estadual de Agrotóxicos fortaleceu as ações para evitar o uso incorreto de defensivos agrícolas e fiscalizou 576 revendas agropecuárias, 191 propriedades rurais e 48 prestadoras de serviço. O programa possui 1.779 produtos cadastrados que podem ser comercializados em 63 municípios do Pará. A Agência de Defesa também verificou o cumprimento da legislação que trata do descarte de embalagens vazias de agrotóxicos. Por  ser responsável pela fiscalização das atividades que compõem toda cadeia dos agrotóxicos, a Autarquia verificou o cumprimento das normas que impedem a reutilização da embalagem pelo produtor rural e que autorizam o reaproveitamento pela indústria por meio da logística reversa

Banana, abacaxi e pimenta do reino - Durante todo o ano, a ADEPARÁ também deu prosseguimento a ações de fiscalização das boas práticas para a pimenta-do-reino, realizando 76 fiscalizações em  9 municípios. Houve ainda 56 levantamentos fitossanitários para detecção de pragas na cultura do abacaxi em 5 principais municípios produtores. As inspeções em bananeiras para controle de pragas alcançaram 409 propriedades em 60 municípios com mais de 400 produtores atendidos.

Sobre o desempenho da Agência no ano que se encerra, o gerente de defesa vegetal Rafael Haber comentou. “A Defesa vegetal da Adepará não poupou recursos e nem esforços para manter a sanidade da agricultura paraense, erradicando focos de pragas, realizando levantamentos para detecção e monitorando nos quatro cantos do Pará, garantindo a manutenção de mercados e valor agregado aos produtos de origem vegetal”.

Apesar dos desafios, a Defesa Vegetal da Adepará vem cumprindo sua missão de garantir a sanidade dos cultivos agrícolas em todo o território paraense, assegura a diretora de Defesa e Inspeção Vegetal, Lucionila Pimentel. “Os desafios são diários,  mas nós temos um quadro de servidores preparados e competentes, atuando nas diversas regiões do Estado, o que contribuiu para o resultado positivo das ações”, ressaltou.