Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
EDUCAÇÃO

Capacitações da Sectet e da CRF-UFPA fortelecem o aprendizado transdisciplinar 

Por Fernanda Graim (SECTET)
24/11/2023 20h39

A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet) e a  Comissão de Regularização Fundiária da Universidade Federal do Pará  (CRF-UFPA)  encerraram ontem, 23 de novembro,  quinta-feira,  por meio da parceria Projeto Escola Itinerante da Construção Civil do Governo do Estado do Pará, a capacitação transdisciplinar dos 219 inscritos  nos cursos técnicos sobre reaproveitamento do caroço de açaí na produção de filtros de água, planejamento e orçamento de obras, pequenos reparos residenciais, apontador (a) de obras, desenho técnico e as exigências preventivas e sustentáveis para o trabalho em alturas durante a coleta do açaí. 

As aulas foram ministradas na Escola de Ensino Técnico do Estado do Pará (Eetepa) Dr. Celso Malcher, localizada no Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá (PCT Guamá) e na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Alcides Carneiro, situada em Ananindeua. O intercâmbio de conhecimento mobilizou equipes interdisciplinares da CRF-UFPA, do Governo do Estado do Pará e os plurais saberes dos  educadores de Belém e de Marituba.

Para Edivan Nascimento, integrante da CRF-UFPA, discente do curso de Direito do Instituto de Ciências  Jurídicas da Universidade Federal do Pará (ICJ-UFPA) e responsável pelos  conteúdos da capacitação sobre o reaproveitamento do caroço de açaí na produção de filtros de água, a grandeza do ensino transdisciplinar é estabelecer uma dialética entre o trabalho para colher o fruto, as suas relações  com  a natureza e com a saúde pública  e o  seu sabor nutritivo na mesa,  além da geração de emprego, renda, sustentabilidade e o manejo da terra para os agricultores familiares e a famílias ribeirinhas. “Existe, inclusive, uma cadeia de processos e procedimentos que alcançam os benefícios da bioeconomia e da inclusão dos inscritos e das suas famílias no mercado de trabalho ”, refletiu Edivan na Escola Alcides Carneiro, em Ananindeua.

Por sua vez, a professora Carol Dantas, responsável pelo compartilhamento dos conteúdos do Curso de Desenho Técnico, afirma que foi muito positiva a participação dos alunos na busca da  habilidades de leitura, interpretação e levantamento quantitativo para a criação de orçamentos a partir de projetos arquitetônicos.  “O foco desta capacitação  fortelece o olhar sobre a  área de construção civil, analisa normas e especificações técnicas e identifica as características de material  e de acabamentos representados nos desenhos e projetos”, assinalou.

Luanina Santos, 19 anos, moradora da Terra Firme, estuda o 4º ano do curso de Segurança do Trabalho na Escola Técnica e afirmou que o curso de Desenho Técnico a faz perceber os processos de edificação de um prédio e de uma casa. “Estou aprendendo, também,  a projetar  as dimensões das obras para o mundo real e garantir a segurança do projeto para uma habitação, por exemplo. Com estes conhecimentos estou me capacitando para o mercado de trabalho, como profissional e como cidadã. Me sinto segura”, enfatizou.

Ana Beatriz Araújo, estudante do 3º ano do curso Técnico de Informática, afirmou que desde criança gostou de mexer com a tecnologia. “Agora fiz minha inscrição no curso de planejamento e orçamento de obras. Existe uma relação com a matemática e a parte geométrica do tamanho do tijolo e o tamanho da parede. A tecnologia hoje é uma mediadora dos conhecimentos e contribui para o mundo do trabalho, mas é fundamental  sempre ter um olhar humanizado”, asseverou.

Por sua vez Camilo Barros Laredo, estudante do curso de Informática na Escola Técnica, escolheu fazer planejamento e orçamento de obras, pois a meta é cursar engenharia civil. “Existe uma transversalidade muito grande entre os conteúdos e os vídeos que são apresentados no treinamento. É um conhecimento amplo e importante para o início da engenharia. Além disso, o certificado do curso é fundamental para o meu currículo”, afirmou.
Por sua vez,

Kleber Teixeira, mestrando de Engenharia Civil e Infraestrutura e integrante das equipes interdisciplinares da CRF-UFPA, que ministra o curso de Pequenos Reparos Residenciais para mais de 28 inscritos na   Escola Alcides Carneiro, em Ananindeua, um momento marcante foi  o uso das múltiplas ferramentas de trabalho. “Uma maneira é você apertar um parafuso com uma chave de fenda manualmente. Outra realidade é utilizar uma parafusadeira elétrica para apertar ou soltar um parafuso. São tecnologias que todos utilizam, porém a gestão do tempo, da qualidade do trabalho e a celeridade da obra ou do reparo ganham dimensões diferenciadas para quem contrata e para quem presta o serviço. Existe um ganho de produtividade e de qualidade de vida, além da valorização do serviço prestado”, assinalou Kléber, quando os alunos faziam exercício numa cadeira da escola.

Para Renato das Neves, engenheiro, professor e pesquisador do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará (ITEC-UFPA), as seis capacitações são positivas todas.  “Com a retomada positiva da economia  e do emprego no Brasil, é fundamental destacar que os setores de serviços, construção civil, indústria, comércio e a agricultura são segmentos que absorvem a  mão-de-obra capacitada pela Sectet e pela CRF-UFPA. Isso combate o desemprego, a  vulnerabilidade socioeconômica  e   fortalece o empoderamento  e insere os participantes  no mercado de trabalho. A qualificação  trabalha, também, a importância da bioeconomia para a Amazônia e o Brasil, além de enfatizar  os  conceitos sobre a sustentabilidade e a construção da cidadania”, finaliza o pesquisador.

Texto: Kid Reis – Ascom CRF-UFPA