Empresa de Assistência Técnica (Emater) apoia cadeia produtiva do cacau em Altamira
Objetivo é assegurar ainda maior sustentabilidade para os plantios com a introdução de frutíferas e a recuperação de áreas degradadas
O escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater), em Altamira, na Transamazônica, vem se movimentando para reestruturar ambientalmente a cadeia produtiva do cacau, principal atividade da agricultura familiar da região.
O objetivo é remodelar os sistemas de plantio com a introdução de frutíferas, como açaí e banana, e essências madeireiras, recuperando áreas degradadas por meio de reflorestamento útil.
Alguns dos planejamentos estratégicos são ampliar o acesso à linha Floresta de crédito rural do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), contratar mais especialistas, aprofundar o usufruto do Fundo de Desenvolvimento da Cacauicultura do Pará (Funcacau) e captar recursos internacionais, sob o argumento da 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-30).
De acordo com a equipe da Emater, a iniciativa de sombreamento e árvores é mais bem-vinda ainda no contexto de verões cada vez mais estendidos e severos, por força do fenômeno climático El Niño. No mais, a cadeia produtiva do cacau, junto com a pecuária, seria fundamental para a dinâmica de Altamira, que completou 112 anos no último dia 6 de novembro. A Emater atende de forma direta mais de 300 famílias.
“São intervenções que buscam a reposição da cobertura florestal das plantações: sistemas agroflorestais, capacitações contínuas. Não só técnicas e tecnológicas, mas também socioculturais, como, por exemplo, o fortalecimento das organizações sociais: associações e cooperativas”, explica o chefe do escritório local da Emater em Altamira, Josué Cavalcante, técnico em agropecuária.
O gestor completa que o cacau ajuda a coibir o êxodo rural e ampara índices de qualidade de vida: “Porque, pelo lucro e segurança alimentar, consta como um incentivo para que as famílias mantenham-se no campo”, diz.
Presidente da Associação dos Produtores, Alana DiasColaboração
Presidente da Associação dos Produtores Rurais do Travessão da Firma, comunidade dentro do assentamento federal Lages, a agricultora Alana Dias, de 40 anos, considera que o acompanhamento da Emater é indispensável para quem planta cacau. A família dela planta nos oito hectares do sítio Abençoados por Deus: “Eu digo que somos abençoados ao pé da letra, haja vista que somos muito bem amparados, muito bem atendidos”, relata.
A organização social reúne 95 associados e foi constituída em 2017, com o apoio da Emater.
Texto de Aline Miranda