Maior produtor brasileiro de mandioca, Pará recebe encontro internacional
Com 300 mil hectares plantados e uma produção que passa de três milhões de toneladas, o Pará é o maior produtor de mandioca do Brasil e também o maior consumidor da raiz, posição que o fez ser o Estado escolhido para sediar o XVII Congresso Brasileiro de Mandioca e o II Congresso Latino-Americano e Caribenho de Mandioca, que será realizado entre os dias 12 e 16 de março, no Hangar – Convenções e Feiras da Amazônia.
Durante o evento haverá uma conferência, seis palestras setoriais e quatro mesas redondas que irão discutir temas sobre a cadeia produtiva da mandioca, desde o aproveitamento da raiz para alimentos funcionais, práticas culturais, alta gastronomia, importância para a segurança alimentar, políticas públicas, mercados alternativos, até sua contribuição para reduzir impactos ambientais.
De acordo com Giovani Queiroz, titular da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), atrair pessoas com experiência nessa cultura pode despertar nos produtores o interesse pelo cultivo. “Vivemos aqui um momento ímpar: somos o maior produtor e o maior consumidor de mandioca. Temos que superar e intensificar a produção. A meta é aumentar de 12 toneladas para 40 por hectare. Não há no Brasil nenhum estado com condições climáticas e de solo mais favoráveis do que o nosso para produção de mandioca”.
Para o titular da Sedap, o Congresso vai oportunizar aos produtores agregar conhecimento, novas práticas e tecnologia às suas culturas. “Precisamos agregar conhecimento e tecnologia para superarmos as nossas demandas e gerarmos excedentes para exportar para outros Estados. A mandioca é hoje um dos alimentos mais importantes da mesa do brasileiro e vem ganhando espaço internacional, por isso precisamos intensificar a produção cada vez mais e este congresso chega para acordar as pessoas que estão no setor produtivo”, complementou Giovani Queiroz.
Programação
A conferência de abertura vai abordar os aspectos que levaram a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) a considerar a cultura como grande potencial agrícola para o século XXI.
A organização do evento é da Sociedade Brasileira de Mandioca (SBM), Corporación Clayuca e Governo do Pará. Espera-se a participação de 800 representantes da cadeia produtiva da mandioca do Brasil, América Latina e Caribe, num total de 18 países. Minicursos vão capacitar agricultores familiares e agentes de assistência técnica na utilização de tecnologias alternativas inovadoras e sustentáveis para aumentar a eficiência dos sistemas de produção da mandioca.
Durante o congresso, a Sedap também vai lançar o Pró-Mandioca, Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Mandioca, cuja meta é alavancar a produtividade em pelo menos 33%. Em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Pró-Mandioca inclui, entre as ações previstas, o estímulo à implantação de fábricas de fécula, controle integrado de pragas, plantio direto, uso de variedades tolerantes à podridão das raízes, difusão do trio da produtividade, roça sem queima, calagem, adubação e mecanização leve.
Uma feira será montada com 26 estandes institucionais e empresariais para mostrar as inovações em máquinas, equipamentos, demonstração de resultados e demandas de interesse do setor. Haverá exposição de produtos derivados da mandioca, como o beiju, tucupi e diversos tipos de farinha, inclusive as premiadas no Brasil, como a do Acre e a de Bragança, no Pará. A montagem inclui a representação do Museu da Mandioca, a partir de uma casa de farinha tradicional, e a exibição de documentário sobre a cultura, abordando a contribuição indígena.
Em 2016, a produção de mandioca no Pará foi de 4,2 milhões de toneladas de raízes e 960 mil toneladas de farinha, gerando uma receita bruta de R$ 1,9 bilhão. A principal atividade da agricultura familiar gera 250 mil postos de trabalho no Estado somente nos processos produtivo e de beneficiamento da mandioca, tornando-se o setor de maior ocupação do meio rural paraense, contribuindo significativamente para a geração de renda e permanência do trabalhador no campo.
Serviço:
O XVII Congresso Brasileiro de Mandioca e o II Congresso Latino-Americano e Caribenho de Mandioca serão realizados de 12 a 16 de março, no Hangar – Centro Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém. Mais informações, programação e inscrições aqui. (http://cbmandioca2018.com.br/br/node/1143)
Com Leni Sampaio - Sedap