Emater auxilia quilombolas, em Moju, no acesso ao Minha Casa, Minha Vida Rural
Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará emite cadastro nacional da agricultura, documento exigido pelo programa de moradia
Nesta quarta-feira (8), 50 quilombolas do território Moju-Miri, em Moju, na região do Tocantins, recebem o cadastro nacional da agricultura familiar (caf) emitido pelo escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater). A documentação é uma das exigências para que os extrativistas de açaí tenham acesso ao Minha Casa, Minha Vida Rural (MCMVR), política do governo federal de financiamento para reforma e construção habitacionais, com efetivação apoiada pelo Governo do Estado.
A entrega realiza-se na própria Comunidade, em conjunto com a Prefeitura. A solenidade apresenta, ainda, ações sociais, tais quais atendimento médico e aplicação de vacinas. Na ocasião, a Emater também anunciará a instalação de um viveiro na Moju-Miri, de parceria com o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor), com o objetivo de multiplicação de mudas de essências florestais, cacau e açaí, no contexto de enriquecimento da cadeia produtiva do açaí e de recuperação de áreas degradadas.
“O trabalho da Emater representa uma intercalação de difusão tecnológica, despertar para a coletividade, transmissão de informações em nível de governo, mobilização e valorização das tradições. Cada iniciativa pontual aproxima-nos mais da realidade e da verdade das comunidades”, aponta a técnica em agropecuária e historiadora, pós-graduada em Gestão Pública, Marizita Ferreira, chefe do escritório local da Emater.
Qualidade de Vida
De acordo com a Associação dos Moradores Quilombolas de Moju-Miri (Aqmomi), por causa da manutenção precária, as moradias ao longo da margem esquerda do rio Moju não vêm mais atendendo às necessidades de conforto e dignidade. O plano é melhorar as casas e, em alguns casos, substituir madeira por alvenaria.
“O caminho até uma política pública é sempre importante. Não é só fortalecer a continuidade das pessoas na vivência ancestral, mas também entender os processos geracionais: existem casas que já aglomeram os patriarcas, os filhos com seus cônjuges, os netos, os bisnetos; são núcleos que demandam suas próprias casas”, avalia a presidente da Entidade, Suely Cardoso.
Agricultura Familiar
Na comunidade quilombola Moju-Miri, a Emater associa uma outra estratégia, de estímulo à cadeia produtiva de mandioca, a fim de aprimoramento do sistema de cultivo e processamento, com foco na farinha.
Texto de Aline Miranda