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IMPORTÂNCIA DO AUTOCUIDADO

Programação do Outubro Rosa no HOL reforça o enfrentamento ao câncer de mama

Instituição defende a importância do diagnóstico precoce e ressalta a relevância de ações de autocuidado durante o ano todo

Por Ellyson Ramos (HOL)
31/10/2023 15h34

No mês dedicado à conscientização sobre o câncer de mama, o Hospital Ophir Loyola (HOL) realizou ações alusivas em diversos ambientes da instituição e para diferentes públicos. Eventos nos setores de quimioterapia, radioterapia, bem como palestras nas Unidades de Terapia Intensiva, ambulatório e nas clínicas, esclareceram dúvidas de pacientes e acompanhantes. 

Nesta terça-feira (31), o hospital encerrou programações alusivas ao mês rosa reiterando a relevância do autocuidado durante o ano todo. Destaque para ações de beleza e de orientações gerais, que auxiliaram no resgate da autoestima e no compartilhamento de informações seguras sobre o enfrentamento à doença.

“As ações surgem no sentido de aliviar o peso do tratamento e da doença em si. É uma forma de tratar dores como as do abandono por parte do companheiro, familiares e amigos que, muitas vezes, as pacientes enfrentam durante o processo de adoecimento. Além disso, muitas delas lidam com o preconceito devido às modificações que a doença e o tratamento provocam no corpo, como a perda dos cabelos. Com as ações, buscamos o resgate da autoestima e a desmistificação de que o câncer é algo contagioso. A humanização e o lúdico fazem parte do tratamento e da cura dos nossos pacientes”, afirmou a assistente social do setor de radioterapia do HOL, Mônica Sosinho.

No HOL, as ações do Outubro Rosa receberam apoio de vários voluntários, parceiros que fizeram uso do próprio talento para promover dias de acolhimento diferenciado. “Tivemos apresentação da banda dos fuzileiros navais, Arraial do Pavulagem, Tia Jujuba com As Branquelas e fadas, que encantaram nossos espaços durante a prestação de diversos serviços. Contamos ainda com profissionais da maquiagem e da fotografia que fizeram um ensaio maravilhoso com pacientes vestidas como grandes rainhas que são”, afirmou Mônica.

Na Divisão de Diagnóstico por Imagem (DDI), servidoras da instituição realizaram exames de mamografia e receberam orientações sobre a campanha mundial de combate à neoplasia da mama. A programação, realizada em parceria com o Grupo de Trabalho de Assistência ao Servidor (GTAS), foi estendida às usuárias e acompanhantes, que receberam limpeza de pele, spa das mãos, design de sobrancelhas e corte de cabelo.

“Anualmente, realizamos ações para atender as nossas servidoras, que por conta da rotina e do empenho em cuidar de tantas vidas, tendem a esquecer de si. O evento vem como um estímulo e, neste mês, mais de 60 servidoras já realizaram mamografia e receberam orientações”, afirmou a enfermeira e chefe administrativa da DDI, Bruna Lira.

Sobre o câncer - A mastologista Camila Loureiro explica que o câncer que mais acomete mulheres no mundo ocorre por uma “falha no controle de qualidade das células da mama, quando uma célula defeituosa se multiplica sem que o organismo consiga eliminá-la”.

“O câncer de mama é de causa multifatorial. Mulheres cisgêneras e homens transgêneros que não tenham feito cirurgia mamária de adequação de gênero precisam dedicar maior atenção para a detecção precoce dessa neoplasia. Além de indivíduos com ovários, também é um importante fator de risco ser portador/portadora de mutação genética que favorece o desenvolvimento de câncer de mama”, alertou.

Fatores ligados ao comportamento e ao estilo de vida podem contribuir para o surgimento da doença. Alerta para o sobrepeso, obesidade, sedentarismo, uso prolongado de medicações para reposição hormonal após a menopausa e o consumo excessivo de álcool.

Mamografia - Mulheres sem queixas clínicas, que não sejam portadoras de mutação genética conhecida e que não tenham histórico familiar de câncer, especialmente de mama ou ovário, devem iniciar os exames mamários regularmente a partir dos 40 anos. O médico mastologista é quem avaliará o caso e determinará a melhor conduta a ser seguida.

Mulheres com dois ou mais familiares de primeiro grau com histórico de câncer de mama ou ovário, bem como aquelas que tiveram familiares acometidos pela doença antes dos 35 anos, são consideradas com alto risco para desenvolvimento deste tipo de neoplasia.

“Caso a mulher seja caracterizada como de alto risco para desenvolvimento de câncer de mama, o rastreamento deve ser individualizado e deve ser iniciado antes dos 40 anos e incluir ressonância magnética de mamas”, ressaltou a especialista, que compõe a equipe de cirurgia mamária do hospital.

A mamografia é fundamental para o rastreamento da doença em quem não tem sintomas. Já a ultrassonografia de mamas e a ressonância magnética são exames auxiliares que ajudam no diagnóstico, confirmado por meio de biópsia.

“Para homens cisgêneros, isto é, aqueles que foram designados meninos ao nascer, não há a indicação de rastreamento mamário de rotina, pois a incidência de câncer de mama é muito baixa. Para homens transgêneros, isto é, designados meninas ao nascer, mas que se identificam como pessoas do sexo masculino, o rastreamento segue o indicado para mulheres cisgêneras - mamografia anual a partir dos 40 anos. Caso este homem transgênero já tenha feito a retirada das mamas no contexto da adequação de gênero, não há a indicação de realização de exames de rotina de rastreamento mamário”, explicou a mastologista.

Recursos terapêuticos - Baseado nas características de cada tumor e respeitando as condições clínicas da paciente, o tratamento do câncer pode ser cirúrgico, quimioterápico, radioterápico, dentre outros. Cada caso deve ser avaliado por uma equipe multidisciplinar, composta de mastologista, oncologista clínico, radio-oncologista, dentre outros profissionais. Atentar para qualquer alteração no corpo e buscar orientação médica especializada ainda é o melhor caminho para lidar com casos suspeitos.

“Apesar de o autoexame não ser mais encarado como fundamental para o diagnóstico, é uma forma de conhecer o próprio corpo e monitorá-lo no intervalo entre as consultas médicas anuais. Tocar as mamas em busca de nódulos, observar a superfície das mamas, incluindo aréola e mamilo, em busca de feridas, abaulamentos ou pinçamentos da pele, aspecto de casca de laranja na superfície mamária, palpar as axilas buscando linfonodos (ínguas) deve ser uma rotina mensal para as mulheres. Deve-se evitar o período menstrual nessas avaliações e caso algum destes achados seja detectado, buscar atendimento médico, de preferência, um mastologista”, recomendou a médica.