Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
CAMINHO DE EMOÇÕES

Romaria da Acessibilidade reforça a devoção de usuários do Centro de Inclusão e Reabilitação

No ato religioso, famílias se uniram para acompanhar pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, fortalecendo os laços da fé e a gratidão pela vida

Por Pallmer Barros (CIIR)
21/10/2023 17h42

Vânia na companhia da mãe, Maria Lice: devoção à 'Nazinha'Diagnosticada com paralisia cerebral, Vânia da Silva, 11 anos, usuária do Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), mantém a fé inabalável em Nossa Senhora de Nazaré. Na manhã deste sábado (21) ela estava entre as milhares de pessoas que acompanharam a Imagem Peregrina na primeira Romaria da Acessibilidade, com um trajeto mais curso e adaptações para atender pessoas com deficiências.

A relação da menina com a Santa Padroeira do Pará é contada por sua mãe e acompanhante, Maria Lice, 45 anos. “A aproximação a Nossa Senhora de Nazaré iniciou aos 5 anos de idade. Minha filha disse a mim ter visto a ‘Nazinha’ dizendo a ela que andaria. Depois de alguns dias, conseguiu sentar pela primeira vez na cama. Antes desta 'visão', ela não conseguia. Hoje, a Vânia come sozinha. Anda com a ajuda de aparelhos durante as terapias, mas queremos vê-la andando com independência. Será uma mistura de fé e suporte da equipe multiprofissional que a acompanha. Aos poucos, ela se desenvolve. É por isso que estamos aqui para interceder pelo caminhar da Vânia. Há 11 anos sou evangélica, mas estou aqui participando porque a fé não tem religião que defina. A minha filha quis vir, e eu disse que sim”, relata Maria Lice, com toda a carga de emoção que a história carrega.

Primeira romaria – entre as 14 da Festividade – dedicada a pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, o evento ganhou a adesão do CIIR, junto com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). De acordo com a diretora Executiva do Centro Integrado, Rejane Xavier, a instituição apoia a inclusão religiosa. “Foi um momento muito especial de confraternização, fé e amor ao próximo. Isso é acolhimento; é humanização. Afinal, a fé reside no respeito às diferenças. Foi uma procissão inclusiva para todos os devotos da padroeira dos paraenses”, disse a gestora.

Mayara Martins acompanhou a filha, Mariana, agradecendo pela saúde e a vida da menina Sonhos e gratidão - Mayara Martins, 33 anos, que participou junto com a filha, a usuária do CIIR Mariana Martins, 8 anos, definiu a primeira Romaria da Acessibilidade como “histórica”, por unir sua família na fé e devoção.

“Faltava esse olhar de acessibilidade no Círio. Por meio da fé, todos nós conseguimos sonhos e objetivos, além de agradecer. No tradicional Círio, no segundo domingo, eu não consigo trazê-la. Até no Círio das Crianças está com um público grande e inacessível para mobilidade, pois a Mariana é usuária de cadeira de rodas. Agora, a Romaria da Acessibilidade é um espaço novo e direcionado para que pessoas com deficiência participem do Círio. É inclusão. Toda a minha família veio participar junto com a Mariana. Estou grata por darem essa oportunidade às PcDs”, ressaltou Mayara Martins.

Milagre da vida – É tradição nas romarias da Festividade de Nazaré vestir as crianças de anjos, levar objetos de cera ou cerâmicas que simbolizam interseções ou agradecimentos. Durante a Romaria da Acessibilidade não foi diferente. Mariana, por exemplo, foi vestida de anjo e segurando uma imagem da padroeira. Segundo a mãe, a vestimenta simboliza que a menina, diagnosticada com microcefalia e paralisia cerebral, é um milagre da vida.A equipe de profissionais do CIIR que esteve presente na romaria

“Esta imagem de Nossa Senhora que ela está segurando ganhou de uma pessoa quando estávamos passando pela rua. Simplesmente, uma moça avistou a Mariana, nos chamou e a entregou. Não nos conhecíamos. Eu digo que a minha filha é um anjo que entrou na minha vida e da família para nos ensinar. Quando nasceu, ficou na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) por dias, e a obstetra disse que ela foi um milagre por seu diagnóstico. E pelas cirurgias que já realizou. Toda a família está aqui pela vida da Mariana. Todo dia agradecemos por tê-la. Agora, tenho uma procissão que posso participar com a minha filha e, assim, sermos incluídas em procissões oficiais do Círio”, reiterou Mayara.

Estrutura - O Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às pessoas com deficiência visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários podem ter acesso aos serviços por encaminhamento das unidades Básicas de Saúde (UBS), acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).

Serviço: O CIIR é um órgão do Governo do Pará administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Centro funciona na Rodovia Arthur Bernardes, n° 1.000, em Belém. Mais informações: (91) 4042-2157/58/59.