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CIIR faz um alerta para a prevenção de doenças que podem resultar em surdez 

Por Pallmer Barros (CIIR)
30/09/2023 08h27

Na semana dedicada à Pessoa Surda, em que é celebrado o Dia Internacional da Língua de Sinais, na data 23; e o Dia Nacional dos Surdos, lembrado no dia 26, ambos na última semana do mês de setembro, o Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, alerta para a prevenção de doenças que podem causar a perda auditiva ao longo da vida. 

O primeiro Relatório Mundial sobre Audição, lançado em 2021, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), estima que um quarto da população global ou o equivalente a cerca de 2,5 bilhões de pessoas, terão algum grau de perda auditiva até 2050. O estudo destaca ainda que, no entanto, cerca de 60% dos diagnósticos que podem refletir na perda, são evitados por intermédio da prevenção e tratamento a doenças ligadas à surdez. 

Por isso, além da possibilidade de nascer com a surdez, o ser humano, segundo a otorrinolaringologista do CIIR, Ana Alves, diversas doenças podem levar à perda auditiva, entre elas, as infecciosas como a meningite, o sarampo e a varicela (catapora) até doenças neurológicas em fase avançada de vida que evoluem para o Acidente Vascular Cerebral (AVC), que envolvem ainda, o diabetes e a hipertensão não controlada. 

“Desta forma, perder a audição é multifatorial, ou seja, não há uma resposta pré-definida, pois existem diversos diagnósticos. Também, o ser humano pode nascer com uma tendência genética à perda auditiva precoce, por isso, a importância de consultas ao médico otorrinolaringologista, especialista para cuidar da saúde auditiva”, explicou a profissional dando ênfase à importância de o recém-nascido realizar a Triagem Auditiva Neonatal (TAN), popularmente conhecida como teste da orelhinha, que segundo o Ministério da Saúde (MS), o exame deve ser realizado em bebês o mais precoce possível dentro das primeiras 48 horas de vida ou, no máximo, em até 30 dias de nascido.

Alerta – De acordo com Ana Alves, existem hábitos que podem ligar o sinal de alerta para possíveis perdas de audição desde a criança até os idosos. “Mesmo que sejam sinais indiretos, como por exemplo, a pessoa assiste à televisão em uma altura de volume excessivo ou quando tem dificuldade na compreensão de fala de quem se expressa e o reflexo é aproximar o seu ouvido à boca desta pessoa”. 

Aos poucos a partir dos 40 anos, com intensidade quando atinge os 60, é perceptivo a presbiacusia, uma alteração no órgão auditivo e/ou vias auditivas decorrentes do processo de envelhecimento. Neste momento, ocorre a perda auditiva do tipo neurossensorial, bilateral e simétrica, comprometendo inicialmente as frequências altas como a detecção de sons agudos e a discriminação da fala. “Essas perdas são normais e potencializadas por intermédio de exposição contínua a ruídos em razão de certas profissões em que a pessoa exerceu, ou seja, em local com muito barulho como em fábricas ou manuseando trator, entre outros serviços”, acrescenta a médica.

Acidentes também podem ocasionar a perda auditiva e o principal alerta, o ato muito comum de as pessoas colocarem corpo estranho no ouvido para limpá-los ou coçá-los. “Tentar realizar a retirada do excesso de cera dos ouvidos com a ajuda da ponta da tampa de uma caneta, por exemplo, pode ocasionar a perfuração timpânica e, com isso, a perda auditiva parcial ou total”, observou. 

Pela primeira vez em atendimento no CIIR, encaminhada via regulação, Cátia Fonseca, de 45 anos, perdeu mais de 50% da audição após sofrer acidente no rio da cidade em que mora, aos cinco anos de idade. “É horrível a pessoa falar em um tom elevado, pois parece que ela está brigando comigo, mas para mim, é um tom acessível. Por esta razão, eu fico mais em casa e saio somente quando há necessidade. Eu usava aparelho auditivo, mas há alguns meses, quebrou, e eu não tenho condições financeiras de consertar no serviço particular. Então, procurei ajuda no meu município e fui encaminhada ao CIIR, que tem atendimento excelente e de acolhimento”, relata a moradora de Marabá, município distante cerca de 560 km de Belém, que após a consulta foi encaminhada para a reabilitação auditiva e, em consequência, receberá o tão aguardado aparelho auditivo. Para complementar o atendimento à população que busca o serviço público para monitorar a saúde auditiva, a instituição oferece exames, entre eles, o Bera.

Importância de utilizar o AASI – O Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI), assim como é tecnicamente denominado o popular aparelho auditivo, amplifica o som ambiente de acordo com as necessidades da pessoa. O equipamento irá melhorar a qualidade de vida do usuário aumentando a percepção sonora e diminuindo a dificuldade da percepção de entender as palavras, além de proporcionar a socialização com as pessoas. “Sem dúvida, o isolamento social será desfeito e a pessoa usuária do aparelho auditivo conquista benefícios de saúde”, finaliza a médica, Ana Alves. 

Estrutura - O CIIR é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às Pessoas com Deficiência (PcDs) visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários podem ter acesso aos serviços do Centro por meio de encaminhamento das unidades de saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez, encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).

Serviço: O CIIR é um órgão do Governo do Pará administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Centro funciona na rodovia Arthur Bernardes, n° 1.000, em Belém. Mais informações: (91) 4042-2157 /58 /59.