Governo do Pará projeta zerar o desmatamento ilegal no Estado até 2025
Em Nova Iorque, onde participa da Semana do Clima, o governador reforçou o seu compromisso com a preservação da Amazônia
“Quando falamos em legado ambiental da COP 30, eu entendo que somos capazes de chegar em 2025 com desmatamento ilegal zero no estado do Pará, porque é o caminho que nós estamos traçando”, disse o governador do Pará, Helder Barbalho, nesta sexta-feira (22), ao participar do evento Casa Amazônia, que ofereceu painéis de discussão sobre a região para os interessados nos temas relacionados ao Pará. Em Nova Iorque, onde participa da Semana do Clima, o governador reforçou o seu compromisso com a preservação da Amazônia.
“Se nós fizemos uma avaliação, reduzimos o desmatamento no Pará de 2021 para 2022, em 21%, foi o melhor ano desde 2019, mesmo com todo o negacionismo nacional. Quando chegamos em 2023, nos primeiros oito meses, reduzimos em 48% e em agosto de 2023, reduzimos em 70% o desmatamento em comparação com agosto de 2022. Nos primeiros 20 dias de setembro, já reduzimos em 80% em relação ao mesmo período do ano passado. Portanto, quando eu destaco esses meses, não é por conveniência, é porque quem mora na Amazônia sabe que se nós vencermos o segundo semestre, nós vencemos o ano, na questão do desmatamento, que envolve também a redução de emissões, restauro e compensação”, explicou Helder Barbalho.
O governador afirmou ainda que todos os esforços precisam ser em direção à valorização da floresta viva, para que seja mais rentável que o que vem do desmatamento. “Nós precisamos fazer com que a floresta viva possa valer mais do que a floresta morta. Hoje, nos rincões da transamazônica, no Pará, 10 hectares de floresta deitada, transformada para a produção agrícola, valem 90% a mais do que o mesmo território em floresta em pé, então enquanto houver esse disparate, vamos continuar só agindo coercitivamente, e eu não acredito que agir coercitivamente vá resolver. Por isso, vamos fazer um chamamento, dizendo para o agricultor familiar que ele vai receber recursos financeiros para preservar a floresta, em um valor três vezes maior do que ele recebe fazendo lavoura, e aí sim eu começo a conversar no patamar de financiamento”, detalhou.
Ao destacar o trabalho do governo do Estado para a estruturação de um sistema para o mercado voluntário de créditos de carbono no Pará, Helder Barbalho falou sobre a diferença de perspectivas sobre o assunto entre os países ricos e os que estão em desenvolvimento.
“Vejo muita gente falando no mercado de carbono, mas na perspectiva dos países do Norte global, que é o de gerar créditos por mudança de matriz econômica reduzindo emissões e não discutindo o assunto a partir da contribuição que a floresta pode ofertar na captura de carbono, então nós precisamos colocar isso na agenda sob pena de, mais uma vez, o nosso papel nesta solução ser somente o de preservar, e não o de participar do processo de transição para uma economia financiada com base na floresta viva”, disse o governador.
Em relação à COP 30, o governador frisou que o evento será um momento de prestação de contas, de revisar quais são os compromissos firmados no acordo de Paris. “Cada vez mais, os líderes mundiais serão cobrados não para o que estão projetando para 20250, mas para o que estão entregando agora”, destacou o governador.