Ioepa lança 2º Prêmio Literário Dalcídio Jurandir e Selo Benedicto Monteiro
As iniciativas visam abrir espaço à criatividade em vários gêneros literários, de todas as regiões do Pará, e valorizar obras na temática de direitos humanos
Moisés Alves, coordenador da Editora Dalcídio Jurandir, e Jorge Panzera, presidente da Imprensa Oficial, em evento de lançamento de prêmio durante a 26ª Feira Pan-Americana do Livro e das Multivozes. Atingir quem produz literatura em todas as vertentes, incluindo Histórias em Quadrinhos, nos 144 municípios do Estado, é o objetivo da Imprensa Oficial do Estado do Pará (Ioepa), por meio da Editora Pública Dalcídio Jurandir, ao lançar o 2º Prêmio Literário Dalcídio Jurandir, o Selo Benedicto Monteiro de direitos humanos e o livro “Contos Infantis”, de Haroldo Maranhão, na noite deste domingo (17), na 26ª Feira Pan-Americana do Livro e das Multivozes, no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. O edital premiará 16 obras em prosa, poesia e história em quadrinhos.
De acordo com Moisés Alves, coordenador da Editora Dalcídio Jurandir e idealizador do prêmio, o edital continua com o objetivo de valorizar os autores e a literatura regionais, além de abarcar criações de todas as regiões do Pará, mas também traz duas novidades.
“Nossa intenção é premiar um livro em prosa de cada uma das regiões, uma antologia poética com até 10 poemas de cada uma dessas 12 mesorregiões, e obras que abordem os direitos humanos. Uma novidade é que teremos uma obra que tratará da questão de gênero; uma sobre populações tradicionais, quilombolas e povos originários. A outra novidade é uma publicação em quadrinhos com tema livre. Estas três estão no âmbito do Selo Benedicto Monteiro, que faz parte do Prêmio Literário Dalcídio Jurandir”, anunciou Moisés Alves.
As inscrições ao prêmio literário estarão abertas de 20 de novembro de 2023 a 20 de janeiro de 2024. O edital será publicado em breve no Diário Oficial do Pará (DOE) e no site da Ioepa. “A gente pretende que o resultado do edital, com as obras vencedoras todas impressas, seja lançado na Feira do Livro do ano que vem”, informou Moisés Alves.
Criatividade - O presidente da Imprensa Oficial, Jorge Panzera, ressaltou que o prêmio literário visa também englobar a diversidade criativa do Pará, dentro de um processo transparente.
“Um edital feito com verba pública, que tem como obrigação atingir todo o Estado e ampliar essa ideia de ter essa concorrência pública com trabalhos inéditos e novos autores. Queremos oportunizar o acesso, para que os autores e autoras apesentem obras com todos os matizes criativos e diversos de nosso território, sejam em prosa ou na poesia. A novidade da temática dos direitos humanos também é importante para quem se inscrever nessa temática com obras sobre gênero, questão da mulher, povos indígenas etc.”, disse Jorge Panzera.
Centenário - De acordo com Moisés Alves, a criação do Selo Benedicto Monteiro de direitos humanos é uma homenagem aos 100 anos do escritor paraense, no próximo ano. “O Benedicto Monteiro é uma dessas figuras icônicas da literatura feita no Pará, que teve uma atuação muito ligada à luta pela democracia, aos direitos humanos. Por isso, decidimos criar o selo dentro do Prêmio Literário Dalcídio Jurandir, para obras que tratem especificamente dos direitos humanos. A figura de Benedicto Monteiro, seja na literatura ou na vida pública, merece ser lembrada. Para se ter uma ideia, ele foi o primeiro defensor público do Estado”, informou o coordenador da Editora Pública.
Ainda dentro da comemoração pelo centenário de Benedicto Monteiro, Moisés Alves anunciou a edição da quadrilogia do autor: “Aquele um”, “O Minossauro”, “Verdevagomundo” e “A Terceira Margem”.
Jorge Panzera também enalteceu a importância do homenageado com o selo da Ioepa, relembrando o papel de Benedicto Monteiro na luta pela democracia. “É importante lembrar esse personagem, que foi deputado estadual, deputado federal, o primeiro defensor público do Pará, foi perseguido pelo golpe militar de 1964, que faz 60 anos em 2024. Celebrar esse homem que foi preso é fundamental para garantir a verdade para a nossa história. Sem falar que Benedicto Monteiro foi um grande escritor e merece também ser lembrado por isso”, reiterou o presidente da Ioepa.
Literatura infantil - A Editora Pública Dalcídio Jurandir também lançou na Feira mais uma obra do escritor paraense Haroldo Maranhão, o livro “Contos Infantis”.
Segundo Moisés Alves, “Haroldo possui uma trajetória surpreendente no mundo literário. Ajudava seu avô a revisar os textos de um jornal. Essa rotina fez com que se tornasse um dos principais escritores paraenses”.
Jorge Panzera destacou a edição primorosa do livro. “Nós encerramos a Feira com o lançamento de 42 livros. O do Haroldo Maranhão é um livro com uma delicadeza, um humor e uma visão própria do universo da criança, que nossa equipe de designers conseguiu traduzir com muito talento a ludicidade dos cinco contos infantis”, acrescentou Jorge Panzera.
A edição especial de “Contos Infantis”, com desenhos para colorir, tem posfácio de Elias Ribeiro Pinto, revisão de Paulo Maués Corrêa, ilustrações de Rosinaldo Pinheiro e projeto gráfico de Luciano Alves e Raissa Carvalho.