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Alunos do bairro do Curió-Utinga autografam dicionário com expressões típicas paraenses

Por Julie Rocha (IOE)
14/09/2023 17h13

Qual paraense nunca falou “Pai D’Égua”, “Di rocha”, “Égua mano, tô brocado!”, “caramba” e “gororoba”? Essas e tantas outras expressões usadas no cotidiano de quem mora no Pará foram objeto de um trabalho sobre variação linguística da disciplina Língua Portuguesa, dos alunos da Escola Estadual Ruth Passarinho, localizada no bairro do Curió-Utinga. 

Na tarde desta quinta-feira (14), os jovens apresentaram o resultado desse trabalho no lançamento do “Dicionário Nossa Língua, Nossa Cultura”, no estande da Imprensa Oficial do Estado, na 26ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, no Hangar, em Belém.

Segundo a professora Leidiane Oliveira, que organizou a obra produzida pela Editora Pública Dalcídio Jurandir, da Ioepa, além do envolvimento dos alunos nas pesquisas, “o diferencial é que as expressões do dialeto paraense foram inseridas nos poemas e desenhos, formando um dicionário bem diferente e do jeitinho paraense”

“Pra mim foi uma honra participar de um livro tão legal”, disse Jully Andrielly, 13 anos, aluna do 7º ano da escola. A jovem produziu um desenho para ilustrar o poema de Ana Beatriz, 13 anos, do 7º ano. Eu me inspirei numas coisas que eu gosto muito da minha terra, que são praias e a nossa cultura e coloquei a bandeira para mostrar onde nós vivemos”, reforçou.

Ana Beatriz aproveitou para recitar o poema que fez com a ajuda da mãe ao observar o comportamento do paraense: “Eu sou no Norte do Pará; Pai D’Égua do açaí; Papa chibé; do rio Guamá; do mosquito; da muriçoca; da baía do Guajará”. “Eu achei muito interessante porque pude fazer um poema de um jeito diferente e agora quero produzir muitos mais poemas e lançar mais obras”, disse a garota.

“Te manda rasgar, vai-te embora. Pega tua carroça, e vai pro 40 horas. Olha maninho! Não te faz de leso. Se não tu ainda vai levar o farelo...”, escreveu Leonel Almeida, do 8º ano, junto com outros jovens que tiveram seus trabalhos selecionados para o dicionário. 

Após a apresentação, os jovens autografaram seus livros. Entre eles, Fernanda Silva, do 6º ano, que produziu o poema “A linguagem paraense”, o primeiro do dicionário.  “Estou muito feliz e um pouco nervosa, mas é uma oportunidade muito. Agradeço demais aos professores, principalmente a professora Leidiane. Esse trabalho mostrou a importância de valorizarmos a nossa própria língua, usada aqui no Pará”, disse a jovem.

Segundo Moises Alves, coordenador da Editora Pública Dalcídio Jurandir, trata-se de uma obra de relevância para a educação paraense. “Assim que chegou o projeto na Editora, topamos produzir de cara, pois com isso estamos reafirmando a nossa cultura e valorizando o linguajar paraense. Este trabalho é um exemplo a ser seguido por demais instituições.”

Serviço: A obra “Dicionário Nossa Língua Nossa Cultura”, com alunos da Escola Estadual Ruth Passarinho, é um lançamento da Editora Pública Dalcídio Jurandir e está disponível para venda no estande da Ioepa ao preço de R$ 20.