Seminário debate a preservação dos recursos naturais com estudantes
O VI Seminário Estadual de Águas e Florestas, promovido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), em comemoração aos dias mundiais da Floresta (21 de Março) e das Águas (22), incentivou a reflexão sobre a necessidade da preservação de recursos naturais necessários à manutenção da vida no planeta. Realizado nesta terça-feira (27), no auditório do Centro de Ciências Naturais e Tecnologia (CCNT), da Universidade do Estado do Pará (Uepa), o evento reuniu técnicos ambientais e universitários.
A programação comemorativa começou na segunda-feira (26), com minicursos sobre Hidrologia Básica e Outorga de Direitos de Usos de Recursos Hídricos. A Semas iniciou, simultaneamente, uma campanha intitulada “Aguazônia”, com orientações didáticas, por meio das redes sociais, estimulando o consumo consciente dos recursos hídricos.
No Seminário, a mesa de abertura contou com a participação do secretário adjunto de Gestão de Recursos Hídricos da Semas, Ronaldo Lima; do reitor da Uepa, Rubens Cardoso da Silva, e do diretor de Sociobiodiversidade do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-bio), Crisomar Lobato.
“Temos que discutir cada vez mais a água e a floresta, que estão sempre interligadas” explicou Ronaldo Lima, enfatizando a importância de se manter a floresta em pé, a exemplo das matas ciliares, para evitar o assoreamento dos cursos d’água. Ele ressaltou que “também não pode continuar a ser lançado esgoto sem tratamento nos rios e nos igarapés. Vamos melhorar o uso para melhorar a qualidade da água”.
O reitor Rubens Cardoso da Silva esclareceu que os cursos de engenharias Ambiental, Florestal e de Produção, mantidos pela Uepa, estão atentos para o uso dos recursos hídricos. “Por causa da abundância na região costuma-se não dar o devido valor à água, mas precisamos unir esforços e fortalecer essa união com a Semas, para gerar conhecimento e distribuirmos à sociedade”, frisou.
Palestra – “Águas e Florestas: Diversidade de Usos e Desenvolvimento Socioambiental” foi o tema da palestra proferida pelo professor Geovanni Penner, da Universidade Federal do Pará (UFPA). Ele destacou o abastecimento público, a geração de energia e a produção de alimentos na agricultura – setor que mais utiliza água no Brasil -, indicando alguns pontos frágeis, como a pequena participação social, a necessidade de definição de áreas de proteção e a criação de um Fundo Estadual de Recursos Hídricos, além de instrumentos de gestão, ordenamento territorial, licenciamento ambiental e outorga.
Alunos de Engenharia Florestal da Uepa disseram que o seminário contribuiu para a formação dos estudantes. Aluno do 4º ano, Tibison Rocha considerou “importante essa atividade para capacitar os alunos do curso para o exercício profissional, dentro da realidade do que está sendo estudado”. Jeisiane Sousa, que também cursa Engenharia Florestal, disse que “se busca conhecimento nesse seminário com a temática interligada aos cursos de Florestal e Engenharia Ambiental”.
Os participantes manifestaram preocupação com os desastres ocorridos no País, que atingem o meio ambiente, e com a formação dos comitês de bacias para a preservação dos recursos hídricos. O aluno de Agronomia Jean Gualdez, do Instituto Federal de Educação (IFPA), Campus de Castanhal, disse que apesar de o assunto não fazer parte da grade curricular do curso, está ligado à formação. “Essa discussão de águas e florestas é uma complementação ao currículo e ao aprendizado da legislação agrária e ambiental”, reiterou.
Painéis – Também foram apresentados estudos, em forma de painéis, abordando temas como Análise dos possíveis impactos decorrentes do funcionamento do cemitério municipal em Portel, no Marajó, realizada pelo IFPA, Campus Belém; Avaliação econômica de um sistema agroflorestal no município de Santa Bárbara do Pará, do CCNT/Uepa, e Florestas no Pará e os impactos socioambientais resultantes do seu manejo, este a cargo de técnicos do Ideflor-bio.
A programação será encerrada na quarta-feira (28), com a oficina de Gestão Comunitária das Águas e cursos rápidos sobre Impactos do desflorestamento em bacias hidrográficas, ministrados na Semas, e Hidrologia Básica (prática), no Parque Estadual do Utinga (Peut).
