Madeira reciclada é transformada em arte sacra com o apoio de projeto de comercialização da Emater
Trabalho de artesãos chega ao grande público com a ajuda de feiras itinerantes organizadas pelo órgão
Em projeto apoiado pela Emater, restos de árvores que seriam descartados ganham nova forma pelas mãos de artesãos que esculpem peças com inspiração sacraPedaços de madeira recolhidos durante atividades ilegais ou ainda em decomposição em meio à natureza vêm sendo transformados em artesanato sacro por meio de um projeto de comercialização apoiado pelo Escritório Regional das Ilhas da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater).
Em uma propriedade de Acará, na região de integração de Tocantins, o trabalho do artesão Rui Pirá, de 63 anos, engenheiro agrônomo especialista em Mecanização Agrícola, reproduz imagens cristãs em cenários construídos com resíduos de espécies nobres, como cedro, ipê e jatobá. Com preços que variam entre R$ 10 e R$ 300, as peças recuperam restos de árvores, encontrados no Sítio Guarapiranga, às margens do rio Guajará-Miri. A marca Refúgio Dourado comercializa o artesanato e aceita encomendas por meio do instagram “@refugio.dourado”.
Tudo pode ser comprado de forma direta nas edições itinerantes da Feira de Agricultura Familiar e do Artesanato que a Emater promove mensalmente em diversos pontos da capital Belém e arredores.
Os artesãos puderam expor suas peças nesta semana durante a Reunião Nacional do Conselho Deliberativo da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Assistência Técnica, Extensão Rural e da Pesquisa do Setor Público Agrícola do Brasil (Faser), evento nacional realizado no escritório central da Emater em Marituba, na Região Metropolitana de Belém (RMB). Ao mesmo tempo, outro grupo colocou à venda os itens na Feira instalada na sede do Ministério Público Federal (MPF), no bairro do Umarizal.
Planos - Todo o fino trabalho que exige habilidade das mãos de Pirá é realizado em uma propriedade que esta há pelo menos três gerações com a família e vem sendo adaptada para ser um, nos próximos dois anos, parque ecológico, estimulando o turismo rural sustentável. As atividades que ocupam o espaço permeiam cultivo e extrativismo de açaí, bacaba e cacau. O acompanhamento da Emater pode propiciar a emissão de cadastro ambiental rural (CAR) e acesso a crédito rural.
“O objetivo é aliar preservação, valorização da cultura amazônica e imersão nas vivências e comunidades. Acredito que possamos manter a floresta em pé, respeitar os povos tradicionais e promover desenvolvimento sustentável”, indica o produtor.
Texto: Aline Miranda/Ascom Emater