Ophir Loyola utiliza bisturi de argônio em procedimento inédito na Região Norte
Recurso foi utilizado para retirada de um tumor e garantiu recuperação rápida à paciente, que já recebeu alta hospitalar
O Serviço de Cirurgia Torácica do Hospital Ophir Loyola (HOL) realizou, no último dia 12, a retirada de um tumor endobrônquico utilizando o bisturi de argônio, que cauteriza superfícies a partir de um jato do gás. Por meio da broncoscopia flexível - procedimento que permite a visualização das vias aéreas, a equipe médica realizou a técnica de forma exitosa. Moradora do município de Brasil Novo, sudoeste paraense, a paciente, de 25 anos, retornou para casa no dia seguinte, quando recebeu alta hospitalar.
A equipe cirúrgica responsável pelo procedimento foi comandada pelo médico Augusto César Sales, chefe do serviço, juntamente com a broncoscopista Dra. Bethania Bouez e o cirurgião torácico Victor Motoki.
“Essa é a primeira ressecção endoscópica utilizando bisturi de argônio no Sistema Único de Saúde, na Região Norte. E acredito que outras técnicas devem chegar em breve, porque a direção do hospital está empenhada em nos apoiar e em fornecer novos materiais em benefício dos nossos pacientes”, adiantou Sales.
O bisturi de argônio produz um jato de gás que cauteriza o tecido desejado e reduz a possibilidade de hemorragias. O recurso é benéfico em diversos procedimentos, principalmente naqueles em que o paciente não apresenta condições favoráveis a métodos mais invasivos.
“Às vezes, o paciente não tem condições físicas para ser submetido à ressecção ampla, mas com a técnica, os riscos de intercorrências diminuem. A paciente foi acometida por um tumor que obstruía 90% da via aérea e, para esses casos, a cirurgia seria aberta, extremamente invasiva e com maiores probabilidades de complicações. Há dois meses, fizemos a ressecção dessa lesão tumoral e retiramos 70% da neoplasia. Já nesta segunda etapa, complementamos o tratamento com o uso do bisturi de argônio, garantindo maior segurança e devolvendo a qualidade de vida à paciente”, explicou o chefe do Serviço, o cirurgião torácico Augusto César Sales.
O especialista explica ainda que a tecnologia oferece diversos benefícios, como a redução no tempo da cirurgia e a diminuição significativa nos riscos de infecção e de hemorragia.
“É um recurso novo que chega ao HOL para oferecer muitas vantagens ao paciente, como uma eficiente hemostasia (para coibir sangramentos), sem causar danos aos tecidos. Há redução na lesão, pois o argônio é um gás que reduz o tamanho do tumor e tem baixa penetração na mucosa. Além disso, o paciente pode ir para a casa no mesmo dia ou, no máximo, no dia seguinte, porque a técnica favorece uma recuperação mais rápida e tranquila”, disse Sales.
A eficiência da coagulação realizada com o auxílio do bisturi de argônio já é conhecida em tratamentos endo e colonoscópios. Contudo, no HOL, o recurso passou a ser utilizado em procedimentos broncoscópicos. “Apesar de ser comum nos hospitais, principalmente nos setores de endoscopias, o Ophir Loyola é um dos primeiros a utilizar o equipamento no setor de broncoscopia intervencionista, modalidade que trata lesões endobrônquicas”, ressaltou o médico.
Equipamento - Sales defende que o bisturi elétrico coagulador por plasma de argônio WEM Argon 2 amplia a segurança em cirurgias e desponta como uma das melhores alternativas terapêuticas para melhorar condições respiratórias dos pacientes.
“O equipamento é versátil e pode ser utilizado em lesões intracavitárias para processos inflamatórios do intestino, por exemplo. No setor de broncoscopia, o bisturi de argônio é excelente pois queima o tecido e reduz o tamanho da lesão que fica dentro do brônquio. Ele permite a recanalização da lesão que obstrui a passagem de ar contribuindo para que o paciente respire muito melhor. É possível ainda fazer a tunelização de tumores maiores, que obstruem as vias aéreas e, nesses casos, a desobstrução é mais rápida e eficiente”, afirmou Sales.