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Barco Hospital Papa Francisco completa quatro anos levando saúde para comunidades ribeirinhas no Pará

Cerca de 375 mil atendimentos à população foram realizados em 77 expedições que percorreram os municípios do Baixo Amazonas, Calha Norte, Xingu e Tapajós

Por Governo do Pará (SECOM)
18/08/2023 11h02

Levar atendimentos de saúde para comunidades ribeirinhas de difícil acesso terrestre em diversas regiões do Pará. Esta é a missão do Barco Hospital Papa Francisco, que completa quatro anos de atividades no próximo sábado (19). O projeto, que oferece assistência por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), é resultado de uma parceria entre a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) e a Associação Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus.

O Barco Hospital totaliza, ao longo desses quatro anos, cerca de 375 mil atendimentos realizados em 77 expedições que percorreram os municípios do Baixo Amazonas, Calha Norte, Xingu e Tapajós. A embarcação possui estrutura para realizar consultas médicas, exames laboratoriais e de imagem, entrega de medicação, internações, além de cirurgias de baixa e média complexidade.

Cada expedição envolve uma equipe de cerca de 30 profissionais, inclusive voluntários que se oferecem para contribuir com o projeto. Junto com a oferta de especialidades médicas fixas, como clínica geral, oftalmologia, pediatria, radiologia, os profissionais também buscam adaptar o perfil de atendimento de acordo com a demanda da comunidade que irá receber o projeto. 

Durante a pandemia da Covid-19, o Barco Hospital Papa Francisco se dedicou exclusivamente a pessoas com suspeitas da doença, inclusive dando apoio na transferência de casos mais graves. No período, foram contabilizados mais de 21 mil atendimentos de casos suspeitos ou confirmados de contaminação por coronavírus.

“O Barco Hospital Papa Francisco é fundamental na missão da gestão em levar saúde para todo o Pará. Muitas vidas foram salvas, inclusive durante as fases mais críticas da pandemia, filas de cirurgia foram reduzidas, entre outras importantes realizações. Gostaria de deixar meus agradecimentos aos profissionais, voluntários e o apoio dado pelos poderes municipais”, afirmou o secretário de Saúde do Estado (Sespa), Rômulo Rodovalho.

O Frei Afonso Obici, coordenador das atividades do projeto, também destacou a importância da permanência dele nesses quatro anos:

“É uma alegria e uma satisfação fazer parte desta história. São quatro anos proporcionando esperança, saúde especializada e humanizada aos povos ribeirinhos, indígenas e quilombolas da nossa Amazônia paraense. Os números de atendimentos expressam a grandeza, o benefício e as vidas impactadas pela soma de esforços. São mais de mil voluntários que nos auxiliaram nestes quatro anos. A todos que colaboraram com o projeto, a nossa gratidão e prece”, declarou.

Atendimentos - Alguns atendimentos marcam a história do Barco Hospital. Logo na primeira expedição, foi realizada uma ultrassonografia obstetrícia em uma gestante. Durante o exame, foi diagnosticada a necessidade da realização do parto em caráter emergencial, sem tempo suficiente para transferência para um hospital de referência. A equipe médica então realizou a cesárea com o nascimento de Adriano Francisco.

Em 2021, outro parto foi feito na comunidade de Arapiuns, em Santarém, no oeste paraense. Após o nascimento da criança, mãe e filha foram acolhidas na embarcação para continuar o atendimento.

Na 60ª expedição, realizada em Faro, chegou ao Papa Francisco uma lancha trazendo um jovem de uma comunidade ribeirinha, vítima de afogamento. Ele chegou desacordado e logo foram prestados os primeiros socorros, com os médicos realizando os procedimentos necessários para estabilização do paciente. Ele precisou ser entubado e passou 24 horas sob os cuidados médicos, depois sendo transferido para uma unidade de referência, onde continuou o atendimento e logo recebeu alta.

Já na última expedição, na comunidade de Barreirinhas, em Almeirim, também no oeste paraense, durante os preparativos de encerramento das atividades, uma mãe, que havia encontrado o filho desacordado em casa, buscou o Barco Hospital para atender o caso urgente. Com suspeita de traumatismo cranioencefálico, o menino foi atendido por neuropediatra para realizar exames. A equipe da embarcação conseguiu estabilizar o caso e viabilizou a transferência por via aérea da criança para o Hospital Regional do Tapajós.

Texto: Edilson Teixeira/Ascom Sespa