Especialista do Regional de Paragominas orienta sobre os riscos da hipertensão arterial
Indivíduos devem ficar atentos aos sintomas da doença e procurar sempre verificar a pressão arterial. Unidade é referência no tratamento da hipertensão, na região de integração do Rio Capim.
Para reforçar sobre a importância da saúde do coração e dos cuidados preventivos com relação a uma das doenças tratadas pela especialidade médica de cardiologia, o Hospital Regional Público do Leste (HRPL), por meio do especialista Wallace Zappa Tavares, orienta a população sobre hipertensão arterial como contribuição alusiva ao Dia do Cardiologista, data celebrada no dia 14 de agosto.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, a doença mata 300 mil brasileiros anualmente: 820 mortes por dia, 30 por hora ou uma pessoa a cada 2 minutos. Outros dados preocupantes registram que 32% da população adulta brasileira, ou o equivalente a 36 milhões de indivíduos, têm hipertensão, e que desse número, somente 50% das pessoas acometidas pela doença sabem que são hipertensas. Além disso, apenas metade realiza tratamento. Por isso, é importante que as pessoas procurem um cardiologista para se consultarem, caso identifiquem sintomas de hipertensão arterial.
Conforme informou Tavares, os principais sintomas da hipertensão, também conhecida como pressão alta, são dor de cabeça, tontura, dor no peito, cansaço aos esforços habituais (não sentido antes) e, às vezes, desconforto nos batimentos cardíacos (palpitações). Mas, além desses, o médico citou alterações visuais e nas articulações das palavras. Já com relação ao diagnóstico da doença, segundo o médico, metade das pessoas não possui sintomas, daí a necessidade de que a pressão arterial seja aferida com certa regularidade.
“Se a pessoa não sente nada, como vai saber se tem a doença se não aferir a pressão? É importante aferi-la, e não esperar sentir alguma coisa, porque se metade não sente nada, muitos vão ter hipertensão e não vão saber que têm. É importante que as pessoas estejam sempre verificando como está a sua pressão arterial”, orientou o cardiologista.
Além dos problemas de saúde acarretados pela hipertensão, a doença causa uma outra muito grave. Trata-se do Acidente Vascular Cerebral (AVC), considerada pelos médicos cardiologistas uma das principais morbidades causadas pela hipertensão arterial. O HRPL é referência no tratamento da doença.
A equipe de cardiologistas do HRPL está disponível para atender os pacientes encaminhados dos 23 municípios da Região de Integração do Capim, no nordeste do Pará, via Regulação da assistência entre municípios e Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Para suporte à assistência feita pelos especialistas, a unidade conta ainda com exames de apoio diagnóstico, como a Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (Mapa). O exame faz a medição da pressão arterial por 24 horas seguidas, com intervalos adequados para o diagnóstico da doença.
Sobre a faixa etária mais comum de pessoas acometidas pela hipertensão arterial, segundo informou o cardiologista, a principal é de idosos, a partir dos 60 anos. Porém, explica o médico, crianças também podem ser acometidas pela doença em função de diversas situações, como problemas renais, aneurismas, uma série de disfunções hormonais, e até algumas alterações causadas por cânceres e tumores que repercutem na pressão arterial.
“Várias doenças podem contribuir com a hipertensão arterial, mas nas pessoas mais jovens as mais comuns são o hipotireoidismo e o hipertireoidismo, obesidade, estresse, diabetes e apneia do sono. Porém, a principal faixa etária é a terceira idade. Com mais de 60 anos em diante há, inclusive, um processo de enrijecimento das artérias, perda de complacência e de elasticidade das artérias, e a pressão do sangue tende a ficar aumentada, gerando uma grande tensão sanguínea, uma hipertensão”, reiterou Tavares.
Consequências - Quando a pressão sanguínea fica alta dentro das artérias, várias consequências à saúde podem surgir.
“A hipertensão pode gerar o rompimento das artérias, um Acidente Vascular Hemorrágico, também um desgaste da camada interna da artéria e a conformação de placa de gordura, e isso acabaria gerando um infarto, que quando ocorre no cérebro causa uma doença conhecida como Acidente Vascular Isquêmico, quando ocorre na perna gera trombose; quando ocorre na artéria da visão, é uma doença chamada de trombose da artéria retiniana”, explica.
O cardiologista complementa que a doença gera disfunções no corpo inteiro, até mesmo sexual, pois causa má circulação e desgaste das artérias. Ele exemplificou que se o problema é no intestino, pode gerar má circulação intestinal, e atingir os rins, a visão, o coração, o cérebro e as artérias das pernas.
Genética - O fator genético é o principal, entre todos os mencionados pelo médico, para o surgimento da hipertensão, que não pode ser evitada, mas outros fatores de riscos podem ser controlados, conforme reforça o especialista.
“Há pessoas com predisposição, que irão desenvolver a doença com vinte e poucos anos ou até menos, e outras irão desenvolver mais tarde, mas os fatores de risco que podemos controlar: são o sedentarismo, o tabagismo, o controle da ingestão de alimentos com sal acima do ideal. É preciso consultar um médico, que pode ser o clínico geral, e fazer exames de rotina uma vez por ano para verificação de alterações sugestivas ao surgimento de hipertensão, para tratamento preventivo da doença”, enfatizou.
Atendimentos - De janeiro a julho deste ano de 2023, o HRPL realizou 186 atendimentos de urgência e emergência; 1.923 internações; 2.531 cirurgias; 103.983 exames; 11.343 consultas médicas ambulatoriais com especialistas, sendo que apenas no último bimestre, a cardiologia realizou 326 consultas.
A hipertensão arterial não tem cura, mas o cardiologista, e também coordenador da equipe de Cardiologia do HRPL, Wallace Zappa Tavares, cita alguns hábitos de vida que ajudam na prevenção.
“Alimentação adequada, sem excesso de sal, boa qualidade do sono, prática de atividade física regularmente e adesão às medidas para a diminuição do estresse ajudam bastante na prevenção da hipertensão arterial”, reiterou.
Sobre o tratamento, o cardiologista disse ainda que depende da causa e de cada caso, mas a doença deve ser tratada sempre pelo especialista. “Às vezes, a causa é um nível alto de estresse; outras vezes, a causa é a obesidade ou uma apneia do sono, e até mesmo hipertensão avançada, que não está ligada a nenhuma dessas causas, o que chamamos de hipertensão primária. A forma de tratar depende do estado clínico apresentado por casa pessoa e das doenças existentes associadas, mas é sempre o cardiologista quem vai avaliar a melhor forma de tratar o hipertenso”, concluiu o cardiologista Wallace Zappa Tavares.
Perfil - O Hospital Regional Público do Leste é um órgão da rede de saúde do Governo do Pará administrado pelo Instituto Diretrizes, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O HRPL fica localizado na Rua Adelaide Bernardes, s/n, no bairro Nova Conquista, em Paragominas. Mais informações pelos telefones: (91) 3739-1046 / 3739-1253 / 3739-1102.
Texto: Joelza Silva/Ascom HRPL