Galeria Ruy Meira convida o público a interagir com o 'Studio Som Jolie - Replay'
Projeto da artista Carol Abreu, selecionado pelo Prêmio Branco de Melo, recria memória e sentimentos a partir de um vasto acervo musical
A Casa das Artes, espaço da Fundação Cultural do Pará (FCP), abrirá nesta quinta-feira (10), as 19 h, a exposição interativa “Studio Som Jolie - Replay”, da artista Carol Abreu, na Galeria Ruy Meira. O período de visitação é de 11 de agosto a 28 de setembro. Com a curadoria de Wlad Lima, o projeto foi um dos selecionados pelo Prêmio Branco de Melo, promovido pela FCP, e o segundo a ser exposto na Casa das Artes em 2023.
“Studio” é um espaço interativo de sons recriado por Carol a partir da sala de música de seu pai, Aldemário Abreu, falecido em 2020. Ela destaca o lugar como um ponto de revisitação e memória.Carol Abreu divide suas vivências com o público na exposição que poderá ser visitada a partir de sexta-feira
“Meu pai, como um grande amante da música, tinha um estúdio de gravações e uma coleção de CD’s, fitas K7, LP’s e todas as mídias possíveis relacionadas à música. E eu estive imersa nisso durante toda a minha vida”, explicou a artista.
A proposta de Carol Abreu é manter viva a coleção do pai, que reúne aproximadamente 5 mil exemplares de áudio de diversos formatos, além de fotos e lembranças que compõem o “Studio Som Jolie”. Segundo a artista, o nome da sala de música vem da canção francesa Les Marionetes, de Chistophe, pela qual seu pai era apaixonado.
Memória - Após o falecimento de Aldemário, Carol voltou-se para o “Studio” como um lugar de boas lembranças e afetividade. “Pontualmente, os domingos foram os dias que eu escavava o estúdio e me dedicava ao encontro com o passado por meio de fotografias, sentimentos e músicas. Com o passar do tempo, passei a publicar essas memórias em redes sociais, e assim, no decorrer dos dias, me permiti criar, editar, montar e reformular imagens e sons do ambiente”, contou.
Música do cantor francês Christophe está na história da sala de músicaA exposição é uma forma de a artista refazer o ritual de seu pai e amigos, ao circular acervos de discos de vinil que já pertenceram a outras pessoas, e agora estão no “Studio”. Carol Abreu relaciona sua conexão com a música com o meio no qual cresceu, e convida o público a experienciar essas sensações de afeto por meio da interatividade.
“É algo que me move, que pulsa, que toca meu coração. As vozes também me interessam, pois são memórias afetivas singulares. Eu sugiro que as pessoas venham de coração aberto para compartilhar suas memórias”, disse a artista.
Carol Abreu tem formação em Artes Visuais. Atualmente, é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Federal do Pará (UFPA). Desde 2009, atua como técnica de cultura no Sesc Pará, no Centro Cultural, juntamente com artistas do audiovisual. Como propositora nas Artes Visuais, iniciou a produção artística em 2020.
Texto: Álvaro Frota - Ascom/FCP