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MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE

Ideflor-Bio debate estratégias de sustentabilidade nos 'Diálogos Amazônicos'

Programação na Universidade Federal do Pará (UFPA) abordou os desafios e avanços nas Unidades de Conservação no Pará

Por Vinícius Leal (IDEFLOR-BIO)
06/08/2023 12h15

A Amazônia é conhecida por sua rica biodiversidade e por abrigar uma das maiores florestas tropicais do mundo. Diante dos desafios ambientais e sociais enfrentados na região, o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), juntamente com a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e outras entidades debateram, neste domingo (6), a importância das Unidades de Conservação (UCs) e das populações extrativistas no desenvolvimento sustentável da Amazônia.

A roda de conversa foi realizada no campus da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém, e integrou a programação dos “Diálogos Amazônicos”. Durante o encontro, foram abordadas temáticas como a importância das UCs na Amazônia para o desenvolvimento sustentável; as estratégias adotadas para promover a produção sustentável dentro de uma UC na Amazônia; e os principais desafios enfrentados na busca de um desenvolvimento sustentável na Amazônia. 

Vale destacar que as UCs são áreas protegidas que visam à preservação da natureza e ao uso sustentável dos recursos naturais. Elas desempenham um papel essencial na conservação da biodiversidade amazônica, protegendo habitats, espécies e ecossistemas únicos. Além disso, as UCs também são espaços que promovem a pesquisa científica, a educação ambiental e o turismo sustentável.

O Ideflor-Bio, como órgão responsável pela gestão de 27 UCs no Pará, trabalha para fortalecer e ampliar a rede de áreas protegidas na Amazônia. Através de parcerias com comunidades locais, organizações não governamentais e outros órgãos públicos, o Instituto tem buscado garantir a conservação dos ecossistemas e a promoção do desenvolvimento sustentável.

Um dos aspectos-chave para o desenvolvimento sustentável da Amazônia é a valorização e o apoio às populações extrativistas. Essas comunidades, que vivem em harmonia com a floresta há gerações, possuem um conhecimento profundo sobre o manejo dos recursos naturais e desempenham um papel fundamental na conservação dos ecossistemas.

O Ideflor-Bio reconhece a importância das populações extrativistas e tem promovido ações que visam fortalecer sua organização e capacitação. Através de programas de incentivo à produção sustentável, de acesso a mercados e de valorização dos produtos da sociobiodiversidade, o Instituto busca garantir a geração de renda para essas comunidades, ao mesmo tempo em que promove a conservação dos recursos naturais.

Escuta - Além disso, o diálogo e a participação ativa das populações extrativistas nas decisões relacionadas às UCs são essenciais. O Ideflor-Bio tem buscado envolver as comunidades locais na gestão das áreas protegidas, garantindo que suas vozes sejam ouvidas e que suas práticas tradicionais sejam respeitadas.

Thiago ValenteO vice-presidente do Ideflor-Bio, Thiago Valente, ressaltou que a participação do Instituto no debate foi bastante contundente, principalmente pelo órgão ser o gestor de 27 UCs Estaduais. Ele acredita, ainda, que o grande ganho no evento foi a troca de experiências entre as entidades. 

“Tivemos a oportunidade de ouvir, principalmente, os representantes do Conselho Nacional de Extrativistas (CNS) e outros apoiadores, como a FAS, que nos convidou para o painel. Essa troca é sempre enriquecedora, para entendermos quais são os acertos que tivemos até então, os erros e os desafios que temos pelas frentes. Mas, acima de tudo, fica muito claro que, cada vez mais, o papel das UCs enquanto vetor de desenvolvimento econômico-social vêm ganhando mais força e mais espaço, num contexto local e num contexto nacional, embora a gente reconheça que precisamos aprimorar e melhorar”, afirmou o dirigente.

Avanços - Segundo a representante da FAS, Valcleia Soledade, o debate foi proposto porque as entidades trabalham em UCs Estaduais nas categorias Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS), Reserva Extrativistas (Resex), Área de Proteção Ambiental (APA) e Florestas Estaduais (Flotas). Ela julga ser importante juntar diferentes atores para perceber e sentir qual é a visão de quem mora e trabalha nessas áreas, e de quem atua na gestão dessas UCs, para entender não só os desafios, mas também comemorar alguns avanços. 

“Quando recebemos relatos de que a educação está melhorando dentro das UCs, de que aValcleia Soledade energia e a internet estão chegando a alguns lugares, isso faz com que a gente acredite que esses territórios foram criados de formas corretas e assertivas, e que eles estão trazendo os resultados. Embora ainda seja preciso avançar em alguns pontos, temos que considerar que foi uma estratégia interessante criar áreas protegidas para que, de fato, não só a gente possa fortalecer aquele território, mas também garantir a sobrevivência das pessoas que moram ali e a continuidade da sociobiodiversidade que esses locais possuem”, pontuou.

Na ocasião, também integraram a roda de conversa representantes do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), da Soluções Práticas para o Desenvolvimento Sustentável da PAN-Amazônia (SDSN Amazônia), do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (FBOMS), e do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA).