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Semu discute a presença das mulheres no desenvolvimento sustentável durante os "Diálogos Amazônicos"

Evento em Belém reúne diversas organizações para discutir estratégias na busca por mais igualdade de gênero para a região

Por Helena Saria (FCP)
05/08/2023 09h20

A Secretaria de Estado da Mulher (Semu) promoveu, na última sexta-feira (4), a mesa-redonda “Mulheres da Amazônia: Protagonistas do Desenvolvimento Sustentável frente às Mudanças Climáticas” como parte do evento "Diálogos Amazônicos", organizado pelo Governo Federal com apoio do Governo do Estado em Belém, que ocorre entre os dias 4 e 6 de agosto.

A mesa-redonda integra a programação da Cúpula da Amazônia, uma iniciativa que busca incentivar a cooperação entre os países amazônicos em prol do desenvolvimento sustentável da região. O encontro reuniu diversas mulheres engajadas na discussão do desenvolvimento sustentável do Pará, apresentando alternativas para esse crescimento que considerem a preservação do meio ambiente, bem como justiça, empoderamento e autonomia das mulheres.

“As mulheres da Amazônia enfrentam desigualdades sociais e econômicas que limitam suas oportunidades de educação, trabalho e participação política. É importante que o empoderamento e autonomia das mulheres da Amazônia estejam nesse diálogo, e que as iniciativas possam respeitar suas culturas e promover o acesso igualitário a oportunidades e recursos”, declarou Paula Gomes, secretária estadual das Mulheres do Pará.

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, ressaltou a importância de eventos nesse âmbito que ajudem a fortalecer a Secretaria e estabelecer políticas de sustentabilidade e enfrentamento das mudanças climáticas no Pará.

“Esse momento é estratégico. Primeiro, para fortalecer a Secretaria. Segundo, para estabelecer a política de sustentabilidade e a questão climática. Colocar o Pará na linha de referência de implementação de políticas públicas, que foi o que mostrou a mesa da manhã”, explicou a ministra.

Carmen Foro, titular da Secretaria Nacional de Articulação Política do Ministério das Mulheres, enfatizou que o mundo está voltando os olhos para a Amazônia, especialmente em preparação para a COP30. Ela ressaltou a necessidade de ação conjunta entre governos locais e os presidentes dos países amazônicos para garantir a sustentabilidade, e destacou a importância de combater a violência contra as mulheres, reconhecendo que não há sustentabilidade sem igualdade e justiça de gênero.

“Os dados que a ministra Cida aqui falou nos assustam profundamente. E é preciso que nós possamos construir uma articulação cada vez mais forte entre aquelas que dirigem os seus municípios, que estão no governo dos estados da Amazônia e os governos, os presidentes da Amazônia, para com as mulheres amazônicas. Discutir sustentabilidade neste momento da história do mundo é decisivo. Mas não há sustentabilidade da árvore, a garantia do rio, se não houver vida para as mulheres, se houver violência”, afirmou Foro.

A gerente de projetos na ONU Mulheres, Raíla Alves, trouxe à tona a questão da igualdade de gênero e empoderamento das mulheres na luta pela sustentabilidade. Ela destacou que abordar o meio ambiente é também falar de gênero, educação, saúde e economia, e reforçou a importância de garantir a participação ativa das mulheres nos espaços de decisão.

“Aqui a gente pode falar da Declaração de Pequim, do Plano de Ação, da importância de alguns marcos normativos, como a Agenda 2030, que traz o ODS número 5, de igualdade, de promoção de igualdade de gênero e empoderamento de meninas e mulheres. Mas eu queria chamar a atenção, hoje, para uma parte muito importante: falar de meio ambiente é falar de gênero. Falar de meio ambiente é falar de educação, acesso à saúde, acesso ao emprego, trabalho decente, falar de economia”, detalhou.

Discussão ampliada - Entre as participantes que ampliaram a discussão esteve a secretária estadual da mulher de Roraima, Graça Policarpo, que destacou a oportunidade de trocar experiências e conhecer iniciativas de outras regiões amazônicas. Ela enfatizou a necessidade de políticas públicas voltadas para as mulheres rurais, indígenas e urbanas, respeitando a diversidade e garantindo o desenvolvimento sustentável.

Já Marlene Evangelista Vieira, doutora em produção vegetal e representante do Programa Territórios Sustentáveis, apresentou a iniciativa como uma política governamental para redução do desmatamento na Amazônia, abordou a participação das mulheres como agentes ativas no campo, e ressaltou a importância de fortalecer o protagonismo feminino no desenvolvimento sustentável.

Em seguida, Diana da Silva Castro, assessora da Secretaria Adjunta de Recursos Hídricos e Clima, chamou a atenção para a relação entre justiça climática e gênero, reforçando que as mulheres são as mais vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, as maiores protetoras do meio ambiente. Castro enfatizou a centralidade de se ter voz e espaço para as mulheres na formulação de políticas públicas que garantam a igualdade de gênero e o desenvolvimento sustentável.

Fernanda Sequeira, da Procuradoria Geral do Estado (PGE), trouxe a questão da justiça climática e o papel das mulheres na preservação ambiental explicando que as mulheres são as mais afetadas pelas crises climáticas, mas muitas vezes não têm representatividade nas instâncias decisórias. Ela enfatizou a importância de promover a inclusão e participação das mulheres na formulação de políticas públicas e na definição de estratégias para enfrentar os desafios climáticos.