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SAÚDE PÚBLICA

Lacen do Pará realiza mais de 360 mil testes do pezinho

Por Redação - Agência PA (SECOM)
11/04/2018 00h00

Desde novembro de 2017, o Laboratório Central do Estado (Lacen-PA) é responsável no Pará pelo Programa de Triagem Neonatal (PTN), conhecido como teste do pezinho, que antes era feito pelo Laboratório de Pesquisa e Apoio Diagnóstico (Lapad), da Universidade do Estado do Pará (Uepa).

Atualmente, o Pará está habilitado na Fase III do PTN, que abrange análises para diagnóstico de quatro doenças - hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria, doença falciforme e fibrose cística. O período ideal para realização do exame é entre o terceiro e o quinto dia após o nascimento da criança. O procedimento é fundamental para o diagnóstico precoce dessas doenças congênitas e metabólicas, que podem ter consequências graves para o desenvolvimento da criança.

Características – O hipotireoidismo congênito é uma doença hereditária que impossibilita a glândula tireóide do recém-nascido de gerar o hormônio tireoidiano T4. Em crianças pequenas esse hormônio é fundamental, e a ausência dele diminui o metabolismo, impedindo o crescimento e o desenvolvimento físico e mental.

A pessoa com fenilcetonúria nasce sem a capacidade de quebrar adequadamente moléculas do aminoácido fenilalanina. A doença prejudica a atividade da enzima que processa fenilalanina em tirosina.

A doença falciforme é caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os parecidos com uma foice, daí o nome falciforme. Essas células têm sua membrana alterada e rompem-se mais facilmente, causando anemia.

A fibrose cística ou mucoviscidose se caracteriza pelo acúmulo de secreções mais densas e pegajosas nos pulmões, no trato digestivo e em outras áreas do corpo.

Novo serviço - Para assumir o PTN, o Lacen-PA criou o Serviço Especializado de Triagem Neonatal, preparou o espaço físico para instalar o laboratório, adquiriu equipamentos de última geração por meio de comodato, e conta com uma equipe de 20 profissionais, entre biomédicos, técnicos de laboratório e agentes administrativos. O novo serviço tem recebido, em média, 10 mil amostras por mês, o que representa 40 mil análises mensais, já que cada amostra de sangue coletada é submetida a quatro análises diferentes.

A biomédica e coordenadora do Serviço, Rosilena Costa Mesquita, informou que está sendo finalizado o processo de transição do programa da Uepa para o Lacen-PA. Porém, nesses cinco meses de funcionamento foi possível atualizar os exames que estavam atrasados e fazer novas análises, chegando a aproximadamente 360 mil análises realizadas, 120 mil só neste ano. 

Sobre a coleta das amostras de sangue dos bebês para o exame, ela informou que é responsabilidade de cada um dos 144 municípios paraenses. “As coletas são feitas nas maternidades ou unidades básicas de saúde, totalizando hoje 800 postos de coleta em todo o Estado”, disse a biomédica, acrescentando que “a coleta é feita numa folha de papel filtro e encaminhada ao Lacen-PA para realizar o exame laboratorial, cujo resultado sai em 20 dias após a chegada no Lacen, se o material estiver com qualidade adequada para análise”.

Rosilena Mesquita enfatizou que o Lacen não é posto de coleta, sendo responsável apenas pela análise laboratorial das amostras de sangue enviadas pelas unidades de saúde.

Alteração - Segundo a biomédica Eliane Trindade, que já trabalhava com o Programa na Uepa e agora compõe a equipe do Lacen, quando o resultado do Teste do Pezinho apresenta alguma alteração é solicitada uma segunda amostra ao município, para comprovação. Se der normal, o resultado é liberado para o município. Mas caso a alteração permaneça, os responsáveis pela criança são informados, e a criança é encaminhada para o tratamento no Serviço de Referência de Triagem Neonatal (SRTN), que permanece sob a responsabilidade da Uepa.

“O agendamento da primeira consulta é feito por nós, e o caso passa a ser acompanhado pela equipe médica do Serviço de Referência de Triagem Neonatal”, explicou Eliane Trindade. No caso da doença falciforme, a criança é encaminhada para a Fundação Hemopa.

A biomédica informou, ainda, que a equipe do Lacen atua na capacitação de profissionais dos municípios, realizando eventos por região com o apoio dos Centros Regionais de Saúde. Os mais recentes ocorreram nos municípios de São Miguel do Guamá, na região nordeste, e Marabá, no sudeste. “Apesar do nosso empenho com capacitações para tentar garantir uma amostra coletada de forma adequada, há muita rotatividade desses profissionais, o que prejudica o processo de trabalho”, destacou Eliane Trindade.

Para o diretor do Lacen-PA, Licínio Lira, é importante ressaltar que o órgão é o único laboratório oficial do governo que emite todos os laudos de análises fiscais na área de alimentos, saneantes, agrotóxicos, metais pesados etc., e também é suporte fundamental na investigação de doenças de interesse de saúde pública.

“Portanto, é um laboratório que tem a capacidade instalada de atender a todos os municípios no que tange às doenças de notificação compulsória, assim como novas doenças que precisem ser investigadas no Estado, e que assumiu todo o processo de Triagem Neonatal realizando exames para todos os 144 municípios”, enfatizou o diretor.