Semas amplia em Belém diálogo sobre Plano de Recuperação da Vegetação Nativa
Técnicos da Secretaria escutam demandas dos povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais e pequenos agricultores
Participantes da terceira oficina regional do Plano de Recuperação da Vegetação NativaA Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) finalizou em Belém, nesta terça-feira (11), a terceira oficina regional do Plano de Recuperação da Vegetação Nativa (PRVN). A ação, que já passou por Altamira e Santarém, municípios da região Oeste, faz parte da segunda etapa do plano, que consiste na escuta dos povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais e pequenos agricultores (PIQCTAFs) das regiões de Integração Guamá, Guajará, Marajó, Rio Capim e Tocantins, com o objetivo de implantar o PRVN de acordo com a realidade dessas comunidades.
A diretora de Bioeconomia, Mudanças Climáticas e Serviços Ambientais da Semas, Renata Nobre, destacou a importância do plano ao trazer novas metodologias para proporcionar a restauração de áreas degradadas e desenvolver uma economia sustentável. “O plano tem como escopo fomentar novas metodologias de produção e, principalmente, proporcionar a restauração de áreas degradadas, subutilizadas, que são um grande passivo no nosso Estado. Então, diante de diversas frentes de implementação de atividades para a melhoria e transição das mudanças climáticas, uma transição para uma economia de baixo carbono e novas formas de se desenvolver de forma sustentável, vem o Plano de Recuperação da Vegetação Nativa também como um dos braços para atingir esse resultado final maior, que é a redução do desmatamento”, explicou Renata Nobre.
Por meio do PRVN, construído de forma integrada por diversas instituições públicas e privadas, incluindo a Semas, e participação de representantes da sociedade civil, o Governo do Pará tem a meta de recuperar 5,65 milhões de hectares até 2030.
Ação ambiental - O plano é um instrumento desenvolvido para articular, integrar e promover projetos e ações indutoras da recuperação das florestas e demais tipos de vegetação nativa, contribuindo para a redução de emissões líquidas, por meio do sequestro de Gases de Efeito Estufa (GEE).
Atanagildo Matos, da Coordenação Estadual do Conselho Nacional da População Extrativista (CNS), ressalta a importância de o governo do Estado criar territórios para manter as florestas onde há comunidades. “Eu acho que a gente tá no caminho certo, discutindo com a comunidade a importância da restauração de áreas, restauração de florestas. Eu sempre achei isso importante. No entanto, eu sempre digo que são duas coisas que andam juntas. Uma coisa é restaurar aquilo que já foi destruído; a outra é conservar o que ainda está inteiro, que são as florestas nativas. Nós temos no Pará uma parte importantíssima de floresta nativa”, disse.
Segundo Atanagildo Matos, para a conservação da floresta nativa é necessário contar com o apoio da comunidade. “Quando a comunidade cuida, tem mais possibilidade de sustentabilidade, pois a comunidade acredita que aquilo é benéfico para ela”, acrescentou.
Troca de conhecimentos - Para Joelma Belém, quilombola do território de Santo Antônio, no município de Concórdia do Pará, na região Nordeste, e representante da Organização Estadual das Comunidades Quilombolas, a experiência foi rica. “Falando das outras oficinas que eu participei, foi incrível porque, enquanto quilombola, não tinha contato com indígenas quando se fala na questão do meio ambiente. Eu tinha muita curiosidade. Então, foi uma troca muito rica, porque ele tem coisas que os quilombos não têm. Infelizmente, assim como os quilombos, tem algumas coisas que podem ajudar as áreas indígenas, mas que essas áreas não têm. Foi uma troca de conhecimento muito rica”, afirmou.
A última oficina será realizada em Marabá, no Sudeste do Estado, no próximo dia 14 de julho (sexta-feira)..