Corpo de Bombeiros Militar alerta sobre prevenção de acidentes em praias
Veranistas devem estar atentos aos cuidados especialmente com crianças e idosos, para garantir lazer tranquilo a todos
A família da professora Camila Monteiro tem o hábito de viajar para a praia. A programação ajuda a sair da rotina agitada com duas crianças. "A gente sempre gostou de praia. A Helena, que é a filha mais velha, gosta de praia e piscina. É bom para distrair", comenta Camila.
A ilha de Mosqueiro, distrito de Belém, foi o destino escolhido pela família para passar este segundo fim de semana das férias escolares com um grupo de amigos. A casa lotada, no entanto, não significa que vai ter sempre alguém de olho nas crianças.Praia oceânica em Salinópolis: cuidado com a força das marés é essencial para a segurança dos frequentadores
"Agora, com dois filhos, eu sempre fico com um e meu marido com o outro. Nunca a gente deixa a mais velha sozinha, por exemplo, ainda que a piscina seja rasa. Nunca aconteceu nenhum acidente, graças a Deus", conta a mãe de Benjamin, 7 meses, e Helena, 5 anos.
Atenção redobrada - Ter cuidado redobrado com crianças e idosos é uma das principais orientações do Corpo de Bombeiros Militar do Pará para que a família aproveite o verão amazônico com tranquilidade.
"Esse é o público mais vulnerável, por isso deve estar todo o tempo acompanhado, principalmente na água, que deve estar à altura do umbigo. Essa é a profundidade de segurança, porque a pessoa tem mobilidade adequada. Mesmo com uma onda, ela consegue voltar para a margem. Recomendamos que, quando a pessoa estiver com a água no umbigo, ela evite se afastar mais da margem", orienta o major Leonardo Sarges, do Corpo de Bombeiros Militar, especialista em salvamento aquático e mergulhador de resgate.
O especialista reforça ainda que é fundamental procurar a equipe de guarda-vidas assim que chegar à praia, para ter informações sobre aquele local específico e não esperar ir até os bombeiros apenas em caso de emergência.
"É importante ter orientações sobre corrente de retorno, local onde há pedras, incidência de acidentes com animais aquáticos e perigos para os públicos mais vulneráveis. No caso de presenciar um afogamento, se a pessoa não tiver treinamento adequado, recomendamos que não entre na água para tentar fazer o resgate, pois inúmeras fatalidades acontecem dessa forma, tendo duas ou três pessoas afogadas pela tentativa precipitada de resgatar alguém. No caso de qualquer emergência, acione o Corpo de Bombeiros pelo 193", enfatiza Leonardo Sarges.Praia fluvial na Ilha de Mosqueiro
Ocorrências - De acordo com o Corpo de Bombeiros, na primeira semana de julho de 2023, até o dia 5, foram registrados 19 afogamentos e duas mortes. O município com mais ocorrências de afogamento foi São Geraldo do Araguaia, no Sudeste do Pará, com cinco casos, seguido de Ipixuna do Pará, com quatro, e São Félix do Xingu, com três. Os casos com crianças de 1 a 11 anos concentraram as ocorrências de resgate, com 52,6%.
Dados da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa) apontam que, em média, quatro crianças morrem afogadas diariamente no Brasil, totalizando 1.530 mortes por ano. Pessoas de até 18 anos têm o afogamento como uma das quatro principais causas de morte.
Estima-se que os acidentes não fatais cheguem a 100 mil. A Sobrasa aponta ainda que a Região Norte apresenta maior risco de acidentes por afogamento. Em 2020, o Pará registrou um aumento de 19% no número de óbitos por afogamento.
Mais de 90% das mortes por afogamento ocorrem por negligência aos riscos e pelo desrespeito aos limites pessoais, e ainda pelo desconhecimento sobre como agir. Por isso, o Corpo de Bombeiros Militar alerta para os cuidados que devem ser tomados por banhistas.
"É importante tomar cuidado ao entrar em praias ou piscinas. Recomendamos que os banhistas evitem entrar na água quando o clima for de chuva, com forte maresia. Em embarcações é essencial o uso de coletes salva-vidas e não navegar ao consumir bebidas alcoólicas. É preciso que todos adotem as medidas necessárias de segurança ao frequentar praias e balneários", alerta o tenente-coronel Ricardo Anaissi.