Serviço de Referência em Fissuras da Santa Casa faz mais de 3 mil atendimentos este ano
Atendimento engloba anomalias craniofaciais e a equipe multiprofissional acompanha os pacientes com fissura lábio palatal da infância à idade adulta
Com um total de 1.125 pacientes cadastrados, o Serviço de Referência em Fissuras e Anomalias Craniofaciais (SFAC), da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP), realizou, nos seis primeiros meses de 2023, um total de 3.241 consultas multiprofissionais e 123 cirurgias.
Implantado em 2018, o SFAC é um serviço completo, composto uma equipe multiprofissional que garante o acompanhamento do paciente com fissura lábio palatal da infância até a idade adulta, como explica a fonoaudióloga Déborah Costa, responsável técnica e coordenadora da equipe multiprofissional do SFAC.
"É de grande importância que paciente com fissura labiopalatal seja acompanhado por uma equipe multiprofissional completa e capacitada, pois o tratamento é complexo e extenso. A fissura labiopalatal traz uma série de alterações, como problemas estéticos, funcionais, psicossociais e, por isso, é necessário uma equipe completa e capacitada", afirma a responsável técnica.
A equipe do serviço é formada por cirurgiões, otorrinolaringologista, fonoaudiólogos, nutricionista, psicólogo, assistente social, enfermeiros e odontólogos que acompanham integralmente os pacientes conforme suas necessidades diagnósticas e terapêuticas. Além disso a Santa Casa também disponibiliza exames no próprio serviço, facilitando a acesso dos pacientes que não precisam se deslocar para outras unidades de saúde.
Atualmente, a maior parte dos pacientes atendidos é de municípios do interior do Pará com idades entre zero e mais de 40 anos e recentemente o SFAC também passou a atender gestantes que tiveram o diagnóstico de seus bebês ainda na gestação e recebem aconselhamento, o que resulta em benefícios para a gestante e também para o futuro paciente que pode iniciar o tratamento o mais cedo possível.
"O tratamento precoce vai garantir que a mãe tenha segurança para alimentar a criança, reduzindo riscos de intercorrências nos primeiros dias de vida, vai possibilitar que as cirurgias sejam realizadas no tempo certo, assim como toda programação do tratamento. Por isso, além de fazer o pre - natal, é importante observar no recém-nascido se há sinais como força de sucção reduzida durante amamentação, dificuldade em ganhar peso, presença de refluxo nasal durante ou após alimentação, infecções de ouvido recorrentes e quando a criança está maior pode se observar se a voz está anasalada", alerta a fonoaudióloga Deborah Costa.
A cirurgiã crânio facial Cynthia Martins, coordenadora geral do serviço ressalta a importância de se iniciar o tratamento na idade ideal e detalha cada etapa dos procedimentos cirúrgicos necessários.
"A maioria das cirurgias em fissuradas são feitas até um ano e meio, dois anos de idade. O protocolo ideal é a cirurgia do lábio ser feita a partir dos três meses, quando o paciente está com 6 quilos e não tem nenhum problema de saúde. A cirurgia do palato ( céu da boca) deve ser feita a partir de um ano e depois a cirurgia de fechamento da fissura do osso maxilar será feita só com seis, sete anos, dependendo da dentição. Assim seria o momento ideal, pois melhora a parte estética e funcionalmente também, pois melhora o fechamento de boca, a deglutição e a fala, reabilitando o paciente logo na primeira infância. Isso evita bullying , melhora o desenvolvimento, e o resultado de fala é muito melhor", explica a cirurgiã.
Mesmo sendo o ideal que o paciente inicie o tratamento ainda bebê, o serviço recebe muitas crianças maiores, adolescentes e até adultos.
"Os melhores resultados são alcançados quando o tratamento inicia precocemente, porém é possível amenizar os prejuízos estéticos e funcionais causados pela fissura labiopalatal em pacientes que iniciam o tratamento tardiamente".
Serviço
O Serviço de Referência em Fissuras e Anomalias Craniofaciais ( SFAC) funciona no Ambulatório de Pediatria da Santa Casa.
O encaminhamento para o Serviço deve ser feito pela unidade de saúde do município onde o paciente reside. Em casos de dificuldades de encaminhamento ou dúvidas, os pacientes ou responsáveis podem entrar em contato com o SFAC, pelo telefone: (91) 4009.0355.