Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
SAÚDE

Sespa realiza curso de capacitação a médicos para determinar morte encefálica

Por Melina Marcelino (SESPA)
30/06/2023 18h33

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), através de sua Central Estadual de Transplantes (CET), realizou nesta sexta-feira, dia 30, uma capacitação de médicos para determinação de morte encefálica. Ao todo, 32 médicos neurologistas e intensivistas participaram da programação. O evento foi feito em parceria com o Hospital Ophir Loyola e a Santa Casa de Misericórdia, com apoio logístico da Unifamaz e Grupo Cynthia Charone.

A programação da manhã, realizada na Clínica Cynthia Charone, foi dedicada à parte teórica da capacitação, com palestras que abordaram o Decreto Presidencial 9175/2017 e a Resolução 2173/2017 do Conselho Federal de Medicina, que se referem aos critérios para a determinação de morte encefálica e a exigência de que apenas médicos capacitados podem realizar os exames clínicos para este diagnóstico.

Segundo o coordenador da capacitação, o neurologista Hideraldo Cabeça, a programação foi pensada para o maior aproveitamento por parte dos médicos participantes: “Selecionamos profissionais muito experientes para debater com os alunos a legislação e peculiaridades do processo de determinação de morte encefálica através de critérios internacionalmente estabelecidos. É um processo que traz mais segurança para o médico e para as famílias. Essa capacitação é uma forma de trazer informação e reconhecimento de como é estruturado esse processo”, declarou.

Já Ierecê Miranda, coordenadora da CET, o principal objetivo da programação foi aprimorar a notificação: “Temos aqui médicos que trabalham diretamente com casos onde a morte encefálica é uma realidade. Pode-se dizer que existe uma subnotificação de casos no Pará, esperamos mudar este cenário”, afirmou.

Durante a tarde, o grupo discutiu casos de quadros clínicos sobre morte encefálica, seus pré-requisitos e o processo para doação de órgãos. Além disso, foram abordadas estratégias sobre como o profissional medico deve comunicar os familiares diante de situações de perda.

O curso possibilitou aos profissionais da área o aperfeiçoamento e as técnicas de manejo e manutenção hemodinâmica, ou seja, sobre como se deve tratar um paciente para que seja possível concluir o diagnóstico e se for um potencial doador, manter os órgãos viáveis até o momento da doação.

Vale ressaltar que o diagnóstico de morte encefálica é obrigatório em todos os pacientes com suspeita de morte, sendo um direito do paciente. Segundo Ierecê, é nestes casos que a família do paciente pode ser consultada sobre a doação de órgãos. A Lei 9434/2017 estabelece que a doação de órgãos só pode acontecer após a conclusão deste diagnóstico.

O neurocirurgião Esequiel Medeiros destacou a importância do curso para os profissionais. “Acredito que o curso de capacitação de morte encefálica irá contribuir de forma positiva para toda e melhor assistência à saúde dos grandes centros do Estado, aumentando a porcentagem de diagnósticos de morte encefálica e qualidade da assistência dos pacientes em cuidados intensivos em situação de coma. Com isso, aumentará também a quantidade de possíveis doadores com consequente aumento dos transplantes de órgãos , além do acolhimento aos familiares do mesmo”, disse o médico.

 No período da tarde, o encontro aconteceu na Faculdade Metropolitana da Amazônia (Famaz), e foi ministrado pelos médicos neurologista e neurofisiologista e professor da Universidade Federal do Paraná, Carlos Silvado; o neurologista e coordenador da Organização de Procura de Órgãos do HC da UNICAMP, Luiz Sardinha, o médico intensivista da Central Estadual de Transplantes de Santa Catarina, Rafael Souza.

Texto: Edilson Teixeira e Tatiane Freitas