Sespa promove simpósio sobre cuidados no uso de medicamentos antibióticos
Primeiro evento sobre o tema teve como objetivo divulgar e discutir o cenário epidemiológico da resistência antimicrobiana no Pará
A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio do Laboratório Central do Estado do Pará (Lacen), realizou o I Simpósio Estadual de Vigilância Laboratorial de Resistência Antimicrobiana, que discutiu o uso racional de antibióticos. O evento, que reuniu profissionais da saúde, gestores de hospitais público e privados, teve como objetivo divulgar e discutir o cenário epidemiológico da resistência antimicrobiana (RAM) no Pará como estratégia para fortalecimento da rede estadual de vigilância laboratorial.
A programação iniciou com a palestra sobre a atuação do Lacen no contexto laboratorial de resistência antimicrobiana, ministrada pela vice-diretora do Laboratório Central, Valnete Andrade. Segundo ela, a resistência antimicrobiana, ou seja, o uso inadequado de remédios antibióticos, é um agravo de saúde pública e vem preocupando também a Organização Mundial da Saúde. Por isso, o Lacen Pará, em parceria com o Ministério da Saúde, está envolvido em projetos voltados para o assunto. A medida visa fortalecer o diagnóstico e dar respaldo aos hospitais na busca das infecções relacionadas à resistência antimicrobiana (RAM).
“O simpósio vem fortalecer essa relação entre todos os pares envolvidos na busca de um melhor diagnóstico e um melhor monitoramento dos gens de resistência antimicrobiana que circulam nos estabelecimentos de saúde, que são os hospitais. O Lacen faz parte de um processo de recebimento dessas amostras dos hospitais, já que são eles que nos encaminham o material e o Lacen colabora com o trabalho de monitoramento e pesquisa dos gens de resistência antimicrobiana. Isso tudo favorece no cuidado e no atendimento aos pacientes, principalmente, com aqueles que possam estar acometidos com um processo infeccioso, com uma bactéria multirresistente”, explicou a diretora.
A programação tem como base os alertas emitidos pelo Ministério da Saúde, onde foram apresentadas diversas estratégias para controle e prevenção da resistência antimicrobiana. A biomédica do Hospital Regional de Redenção, Krisly Souza, destacou a importância da realização do evento para os profissionais. “Nesses eventos a gente consegue compartilhar nossas visões, nosso trabalho e também entender como está o cenário, além de poder implementar medidas que visam melhorar a investigação epidemiológica e acertar o fluxo de envio de amostras que são fundamentais para chegar de maneira adequada ao laboratório”, disse a profissional.
O diretor do Lacen, Alberto Simões Júnior, disse que o laboratório tem participado dessas discussões junto ao Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) desde 2022. Ele explica que o simpósio é um evento para apresentar os dados iniciais deste trabalho e dividir conhecimento com os profissionais da rede hospitalar. “A ideia é trabalhar a questão da resistência antimicrobiana tanto nos hospitais da rede pública quanto privada do Estado. É um evento para demonstrar a necessidade e a importância de ser feito o controle da resistência antimicrobianas no Estado, principalmente nas UTI’s. O projeto já funciona na questão do diagnóstico, onde realizamos o monitoramento de alguns hospitais. Precisamos mostrar o quanto é importante esse monitoramento, pois depois da pandemia, percebemos o uso indiscriminados de medicamentos, antibióticos e hoje já começamos a observar muita resistência em alguns antibióticos que são manipulados dentro dos hospitais”, observou Alberto.
“A resistência antimicrobiana é um problema de saúde pública no mundo e o Lacen é um componente importante da vigilância em saúde para a gente identificar essa resistência antimicrobiana, criando estratégias de uso racional de antimicrobiano e identificando o tipo de resistência, além de produzir antimicrobianos que possam fazer face a essa resistência, que é um problema para o homem, meio ambiente e animais”, finalizou Alessandra Bentes, diretora de Vigilância em Saúde da Sespa.
Texto: Tatiane Freitas (Ascom/Sespa)