Secretaria de Estado de Saúde Pública orienta sobre atendimento de diabetes
Doença crônica tem diferentes tipos e não tem cura, mas tem tratamento que permite uma vida saudável
Em alusão ao Dia Nacional do Diabetes, 26 de junho, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) destaca o fluxo de atendimento dos usuários do Sistema Único de Saúde (Sus) na rede de saúde estadual, para o tratamento da diabetes, doença crônica com diferentes tipos, e que não tem cura, mas tem tratamento que permite uma vida saudável.
Diabetes é, na verdade, um termo genérico que abrange condições que envolvem níveis elevados de açúcar no sangue. Quando não tratado, este nível elevado pode causar uma série de consequências à saúde, como doenças cardiovasculares, de visão, nos rins e nervos, aumento das chances de infecções, problemas de pele e até amputação de membros.
A Sespa destaca que entre os tipos de diabetes mais comuns estão a diabetes Tipo 1 e Tipo 2. A Tipo 1 se caracteriza por não ser transmissível de forma hereditária e corresponde de 5% a 10% dos casos de diabetes. Os sintomas variam de acordo com a pessoa e estágio do quadro, mas podem incluir sede excessiva, aumento do volume de urina, perda de peso, aumento da fome, fadiga e náuseas.
Já a Tipo 2 é a versão mais prevalente no Brasil e no mundo e costuma ser assintomática, manifestando-se apenas após os 40 anos de idade. Os sintomas evoluem lentamente, com complicações renais, oftalmológicas e neuropáticas. Especialistas apontam que o aumento progressivo do número de casos da Diabetes Tipo 2 está ligado estilo de vida moderno, com excesso de peso, sedentarismo e hábitos alimentares inadequados, além do histórico familiar.
Em caso de suspeita da doença, a população deve buscar atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) a fim de verificar a possível ocorrência da diabetes e iniciar o tratamento gratuito. O atendimento na UBS inclui informações para aquisição, dispensação e distribuição dos medicamentos necessários de forma regular e sistemática.
Se o paciente tiver intercorrências durante a fase inicial do tratamento e, dependendo do diagnóstico, pode ser encaminhado para atendimento especializado em endocrinologia nos dois hospitais do Pará que são referência em diabetes: o Hospital Jean Bitar, de responsabilidade do governo do Estado e o Hospital Universitário João de Barros Barreto, de competência federal.
O Hospital Jean Bitar faz o acompanhamento ambulatorial dos pacientes diabéticos, por meio da sua equipe de endocrinologistas, e realiza internações e procedimentos cirúrgicos para usuários do SUS, provenientes de todos os municípios paraenses.
No ano de 2022, o estado do Pará contabilizou 7.132 internações hospitalares por complicações relacionadas à diabetes. Em 2023, em dados até abril, foram totalizadas 2.002 internações por diabetes. A faixa etária com o maior número de casos de internação por diabetes é a de 65 a 69 anos.
Segundo os dados de abril de 2023, do Sistema de Informação da Atenção Básica (Siab), o estado do Pará possui 395.079 pessoas diabéticas cadastradas nas UBS dos 144 municípios. Este dado ultrapassa a estimativa da Pesquisa Nacional de Saúde, que seria de 365.844 pessoas com diabetes no Pará.
A Sespa atua na orientação e capacitação de profissionais das UBS sobre o fluxo de atendimento de pacientes com diabetes. A equipe da Coordenação de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (CDCNT) da Secretaria tem realizado atividades em todo o estado, com assessoria técnica para implantação de ações, apoiando as Secretarias Municipais de Saúde.
Segundo a coordenadora da CDCNT, Sílvia Corrêa, nas capacitações é esclarecido o fluxo de atendimento para os pacientes diabéticos, que começa na atenção primária, onde são oferecidas ações de detecção, controle, prevenção e tratamento medicamentoso, o que inclui insulina.
“São atividades que alertam para a gravidade da doença associada a outros fatores de risco, como hipertensão, inatividade física, alimentação inadequada, obesidade e tabagismo, que geram impactos econômicos e sociais. Assim, torna-se necessária e permanente a articulação de estratégias de intervenção para prevenção, diagnóstico precoce e controle de diabetes”, declarou a coordenadora.
Ela também alerta que as ações incentivam um modo de vida saudável com alimentação balanceada e atividades físicas regulares, através da capacitação dos profissionais dos municípios sobre o Guia Alimentar para a População Brasileira, Guia de Atividade Física Para População Brasileira, Programa Academia da Saúde, Programa Crescer Saudável e Programa Saúde na Escola, iniciativas do Governo Federal, orientadas e monitoradas pela Sespa e executadas pelas Secretarias Municipais de Saúde.
Texto de Edilson Teixeira com informações de Mozart Lira / Ascom Sespa