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Em Belém, Hospital Ophir Loyola adere à campanha nacional sobre leucemia

Iniciativa divulga informações sobre prevenção e diagnóstico precoce das doenças causadas por deficiências nas células sanguíneas

Por Viviane Nogueira (HOL)
22/06/2023 12h54

Popularmente conhecida como câncer no sangue, a leucemia é caracterizada pelo acúmulo de células doentes na medula óssea, que substituem as células sanguíneas saudáveis. Os tipos são classificados de acordo com o desenvolvimento da doença, aguda ou crônica, e o tipo celular afetado, linfóides e mielóides. Até o final do ano, o Pará deve registrar 360 casos novos de leucemia, uma taxa bruta de 4,05 casos a cada 100 mil habitantes, segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca). 

Thiago Carneiro, especialista em oncologia hematológica do HOL, destaca que o hospital é o principal centro de tratamento contra a leucemia no Pará. O serviço tem médicos e profissionais de saúde especializados no tratamento de cânceres hematológicos, como a leucemia, os linfomas, o mieloma múltiplo, entre outros. “O hospital dispõe de um Hospital Dia dedicado aos pacientes, um laboratório especializado em diagnóstico e tratamento de doenças onco-hematológicas, além de serviços de residência médica e o mais novo serviço, o transplante de medula óssea, que  está previsto para iniciar em julho”, afirma.

Segundo Carneiro, a suspeita de leucemia pode ser identificada por meio de exames de sangue, como o hemograma, que pode apresentar alterações nos níveis de leucócitos e nas três séries de células sanguíneas: glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. “Caso haja alterações, o paciente é encaminhado a um hematologista para a realização de exames complementares, como citometria de fluxo e aspiração da medula óssea, a fim de confirmar o diagnóstico”, elucida.

“Embora não haja sintomas claros associados à leucemia, a doença pode causar  anemia, fraqueza, cansaço, indisposição, febre e sangramentos inexplicáveis. Esses sinais devem motivar a busca de assistência médica e a realização de exames de sangue para o diagnóstico”, explicou o onco-hematologista.

Em abril de 2023, a dona de casa, Fredilene Caldas, 31 anos, moradora da cidade de Macapá, teve sangramentos intensos por mais de dez dias. Preocupada com a situação anormal, ela buscou atendimento em uma maternidade.   “Eu esperava tomar algum medicamento para aliviar o sangramento, contudo fizeram o hemograma e constataram que os níveis das minhas plaquetas estavam muito baixas. Permaneci internada um dia inteiro lá tomando cinco bolsas de sangue para tentar estabilizar, no entanto, quando repetiram novamente o exame, as minhas plaquetas estavam mais baixas”, contou a dona de casa.

Após 15 dias, a dona de casa realizou uma consulta com o hematologista, que confirmou o diagnóstico de leucemia. “Não  queria acreditar, apesar que eu já imaginava que poderia ser leucemia, pois eu pesquisava muito. Atualmente, eu sigo encarando tudo com muita fé e sei que Deus vai me ajudar. Fiquei um mês internada em outro hospital para receber sangue e no dia 13 de junho fui transferida para o Ophir Loyola, sigo internada e realizando a quimioterapia”, relatou Fredilene. 

O tratamento da leucemia requer uma equipe multiprofissional altamente qualificada para atender às diversas necessidades dos pacientes. “No HOL, essa equipe é composta por assistentes sociais, enfermeiros, dentistas, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e outros profissionais especializados. A atuação multidisciplinar é fundamental para alcançar os melhores resultados durante o tratamento complexo contra a leucemia”, salienta Thiago Carneiro. 

O especialista ressalta a importância do suporte emocional de familiares e amigos para a recuperação dos pacientes e fortalecimento dos vínculos. Ter uma rede de apoio contribui para renovar a positividade e organizar a rotina do paciente durante o tratamento, assim como auxilia nas tarefas diárias.

“O diagnóstico da leucemia é desafiador, pois existem vários tipos que requerem terapias de alta intensidade e tratamentos agressivos. Por esse motivo, a família e os amigos são fundamentais. Em alguns casos, o transplante de medula óssea é necessário, e muitas vezes os doadores estão dentro da própria família. Portanto, a mobilização dessa ‘rede’ de pessoas próximas é essencial”, concluiu Thiago Carneiro.