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Editora da Ioepa e UFPA realizam pré-lançamento de estudo sobre Dalcídio Jurandir

Por Julie Rocha (IOE)
17/06/2023 12h47

A obra “Dalcídio Jurandir, Leitor e Criador de Personagens Leitores na Amazônia Paraense”, escrita pela professora pesquisadora Regina Costa, teve seu pré-lançamento nesta sexta (16), na Sala de Memória do Museu da Universidade Federal do Pará (UFPA), dentro das comemorações alusivas ao Dia de Alfredo, que visa difundir as obras do renomado escritor marajoara.  A obra é uma publicação da Editora Pública Dalcídio Jurandir, da Imprensa Oficial do Estado (Ioepa), como resultado da tese de doutorado da pesquisadora em estudos literários pela Universidade Federal do Pará (UFPA).

Com 307 páginas, o livro apresenta um estudo sobre as obras do romancista e percorre o itinerário de leituras que contribuíram para que ele se tornasse referência na literatura brasileira. “Encontramos um estudo que analisa a proposta literossocial do escritor paraense Dalcídio Jurandir quanto à elevação da condição social do homem da Amazônia, por meio da cultura”, explicou Regina Costa. Durante a pesquisa, reforçou a autora, foram identificados rastros literários deixados pelo escritor que resultou na investigação das práticas de leitura realizadas por personagens-leitores.

Segundo ela, o estudo traz um novo olhar sobre a produção ficcional do escritor a partir das leituras dos personagens-leitores. “Foi possível recuperar textos de grande sucesso, que circularam na região amazônica, no início do século XX, mas que ficaram adormecidas, durante muito tempo, em estantes, livreiros, sebos, leiloeiros, bibliotecas físicas e virtuais e que agora é possível revisitar por meio deste estudo”, explicou a autora.

Regina Costa se debruça sobre o ciclo do Extremo-Norte que consagrou Dalcídio com o Prêmio Machado de Assis, principal prêmio literário brasileiro, em 1972. Um conjunto de livros que reúne dez romances do marajoara, sendo eles: Chove nos Campos de Cachoeira, Marajó, Três Casas e um Rio, Belém do Grão Pará, Passagem dos Inocentes, Primeira Manhã, Ponte do Galo, Os Habitantes, Chão dos Lobos e Ribanceira.

O coordenador da Editora da Ioepa Moisés Alves e a escritora Regina CostaO coordenador da Editora da Ioepa, Moisés Alves, Dalcídio fez parte do movimento do neorrealismo artístico que surgiu no início de século XX. Esta corrente artística também é chamada por alguns estudiosos de novo realismo, que influenciou a cultura, a literatura e sobretudo o cinema. “É como muita satisfação para nós da Editora Dalcídio Jurandir da Ioepa, homenagear esse grande escritor paraense. No Dia de Alfredo celebramos a importância da literatura de Dalcídio Jurandir e buscamos difundir e incentivar o turismo literário pela extensa região da Amazônia e marajoara”, acrescentou.

Quem é Dalcídio Jurandir

Nascido em Ponta de Pedras, no Marajó, trabalhou como lavador de pratos, revisor, Secretário Tesoureiro da Intendência Municipal e colaborou em diversos jornais, como o “Estado do Pará”. Ganhou o Prêmio Dom Casmurro de Literatura pelo romance “Chove nos Campos de Cachoeira” e o Prêmio Machado de Assis de Literatura da Academia Brasileira de Letras, entregue por Jorge Amado. Em 1974, recebeu o título honorífico de "Honra ao Mérito" pelo Governo do Estado do Pará.

O lançamento da obra será na 26º Feira do Livro e das Multivozes, prevista para meados de setembro deste ano.

Com informações de Viviane Tamyres