Estado e União discutem sobre participação dos povos indígenas em eventos pré-COP 30
Secretaria dos Povos Indígenas, Semas e Presidência da República iniciaram diálogo para definir essa participação nos eventos previstos para agosto
Para garantir o protagonismo dos povos indígenas nos próximos eventos que antecedem a Conferência das Partes - COP 30, que será em 2025, em Belém do Pará, as secretarias dos Povos Indígenas (Sepi) e de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) iniciaram diálogo juntamente com a Secretaria-Geral da Presidência da República para definir os detalhes da participação indígena na construção de dois eventos que ocorrerão em agosto: o “Diálogos Amazônicos”, nos dias 5, 6 e 7 e a “Cúpula da Amazônia”, nos dias 8 e 9.
Em reunião na sede da Sepi, a secretária de Estado dos Povos Indígenas Puyr Tembé destacou que o Pará será mais uma vez sede de um evento mundial e é necessário se preparar para que a experiência ocorra da melhor forma possível e com o protagonismo indígena.
“Em nome do Governo do Estado, a gente tá aqui para ajudar a trazer os povos indígenas pra fazer parte do processo e mostrar o que é bonito, os nossos anseios e desafios e, junto com o Governo Lula, queremos construir um Pará melhor, uma Amazônia melhor e um Brasil melhor”, explicou.
O secretário adjunto da Secretaria dos Povos Indígenas, Ubirajara Sompré, ressaltou a diversidade de povos do Estado do Pará e do Brasil e a importância de evidenciar as especificidades das demandas de cada povo. “Queremos elaborar uma carta específica dos povos indígenas para ser lida e entregue ao final do evento”, destaca.
De acordo com Fabrício Prado, diplomata e representante do Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty tem feito reuniões preparatórias e um grande debate para entender como contribuir para viabilizar o protagonismo indígena em eventos tão importantes. “A Cúpula da Amazônia, G-20 e COP 30 são eventos muito relevantes para a política externa brasileira e para o Brasil. Estamos em um novo momento e a gente vai ter de ter um compromisso de responsabilidade. Não podemos mais debater Amazônia, desenvolvimento, sem discutir o protagonismo indígena”.
Michela Calaça, da Assessoria da Secretaria-Geral da Presidência, afirma que a proposta é construir a voz da sociedade na Cúpula da Amazônia. “Queremos discutir os diálogos amazônicos. A nossa ideia é construir com Governo, Prefeitura e União, para potencializar a participação dos povos indígenas e da sociedade civil amazônica como um todo”.
No próximo dia 19 haverá uma reunião com a sociedade civil, representantes dos povos indígenas e outras organizações com o secretário nacional de Participação Social, Renato Simões, da Secretaria da Presidência, onde serão ouvidas e pactuadas as demandas com as representações locais para participação nos eventos.
