Ideflor-Bio recebe mais dez ararajubas para futura reintrodução aos céus da RMB
Aves foram trazidas das instalações da Fundação Lymington, em Juquitiba, no interior de São Paulo. Grupo é composto por seis machos e quatro fêmeas
Um novo grupo com dez ararajubas (Guaruba guarouba) chegou à capital paraense, na tarde de terça-feira (6), para dar continuidade ao projeto que visa reintroduzir a espécie aos céus da Região Metropolitana de Belém (RMB). O trabalho é executado pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), em parceria com a Fundação Lymington, a qual enviou os pássaros do seu viveiro localizado em Juquitiba, no interior de São Paulo.
Desta vez, o grupo é composto por seis machos e quatro fêmeas, que foram levados para o viveiro de aclimatação, situado no interior da Unidade de Conservação (UC) Parque Estadual do Utinga “Camillo Vianna”, em Belém. A partir de agora, técnicos do Instituto e da Fundação começam a introduzir frutas da região amazônica na alimentação dos animais, além de treinamentos de pré-soltura, para que nos próximos meses estejam preparados para a reintrodução ao habitat natural.
Vale lembrar que, até pouco tempo, as ararajubas eram consideradas, por instituições de pesquisa, aves extintas nos arredores de Belém. Com muito trabalho, estudo e dedicação, está sendo possível reverter essa situação. O presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, destacou que em oito anos o projeto já devolveu mais de 50 ararajubas aos céus da Grande Belém.
“O local mais comum de se encontrar os pássaros é no Parque Estadual do Utinga, mas também é possível avistá-los em diferentes pontos da cidade, especialmente nas bordas de áreas verdes. O que nos deixa bastante contentes é que, em breve, a RMB vai ganhar novas ararajubas que vão povoar o nosso espaço aéreo, vão visitar as nossas florestas e, certamente, vão servir de encanto para as crianças, de admiração para os adultos e de exemplo de readaptação à natureza para todos nós”, afirmou o presidente.
Para o diretor de Gestão da Biodiversidade do Ideflor-Bio, Crisomar Lobato, o projeto já é considerado um verdadeiro sucesso e afirmou que já existe uma geração de ararajubas genuinamente paraense. “Estamos prestes a completar oito anos de atividades e pretendemos estender os trabalhos por mais dois anos. Já podemos assegurar que há uma descendência gerada nas UCs do Ideflor-Bio na RMB. Tudo isso é fruto do esforço coletivo de todos para garantir a continuidade desta espécie no meio ambiente”.
Preparação - A maioria das ararajubas nasceu na Fundação Lymington, no Estado de São Paulo, onde ficavam em viveiros similares ao encontrado no Parque Estadual do Utinga, já recebendo alimentação adequada para desenvolverem todas as capacidades físicas. O biólogo Marcelo Villarta conta que lá elas tinham espaço para voar, assim como aqui, tanto é que todas já estão sabendo voar bem.
“Vamos deixá-las de quatro a cinco meses aqui, recebendo alimentação todos os dias, progredindo da alimentação de cativeiro, para alimentação natural. Serão introduzidos elementos culturais da flora amazônica para que elas se acostumem, saibam o que procurar na natureza e depois terão contato indireto com a fauna. Quando as aves estiverem prontas, aí então serão reintroduzidas assim como os grupos anteriores”, detalhou o especialista.