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JUNHO VERDE

Preamar da Criatividade aproxima a população dos produtos da bioeconomia

O evento, que reúne muitos empreendedores capacitados pela Semas nas Usinas da Paz, é alusiva ao Dia Mundial do Meio Ambiente

Por Aline Saavedra (SECOM)
04/06/2023 18h15

O “Junho Verde” aportou neste domingo (04) no Preamar da Criatividade, feira criativa organizada pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e pelo Sebrae Pará (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), na Praça da Fonte, no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, centro histórico de Belém. O local recebeu o Marketplace da Bioeconomia, iniciativa da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). Com 12 empreendimentos e apresentações culturais, o Marketplace mostrou a força que a bioeconomia já possui no Pará, com exposição e comercialização de produtos fabricados a partir de matérias primas naturais, típicas da região amazônica.

A ação integra a vasta programação do governo do Estado denominada Junho Verde, promovida em alusão ao mês dedicado ao meio ambiente, com a participação de diversas instituições estaduais, tendo à frente a Semas.O Marketplace mostrou a força da bioeconomia, com exposição e venda de produtos com dematérias primas naturais

Além de estimular a bioeconomia, a Semas atua na capacitação de empreendedores por meio de cursos e oficinas em atividades que geram renda a partir do reaproveitamento de resíduos e de insumos da terra. Alguns empreendedores que participaram do Marketplace foram capacitados nestas oficinas.

“Estamos hoje no Preamar da Criatividade, em uma parceria com a Secult e o Sebrae, em que a Semas traz os resultados das iniciativas realizadas dentro das Usinas da Paz, como a reciclagem do óleo de cozinha e de papéis, que se tornam sabão e ecobijuterias, respectivamente. Hoje, no Porto Futuro, ainda vamos plantar 50 árvores adultas para melhorar a sombra no local, em evento com a participação do Arraial do Pavulagem. Ontem tivemos a Corrida e Caminhada do Meio Ambiente, em uma parceria do Ideflor-Bio com a Semas. No Porto Futuro temos uma sala sensorial, com uma feirinha de Bioeconomia e um estande das atividades de plantio de mudas e viveiros do Ideflor-Bio. Tudo isso dentro do contexto da campanha Junho Verde, que foi instituída pela Assembleia Legislativa este ano, e coincide, felizmente, com a escolha de Belém para sede da COP 30, em 2025, a Conferência das Partes das Nações Unidas pelo Clima e Meio Ambiente. Espero com isso uma alavancagem de motivação, que toda a sociedade possa interagir para que a gente possa fazer uma grande COP 30, e receber as pessoas que vêm debater a Amazônia na Amazônia”, disse o secretário de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Mauro O'de Almeida.

Ribeirinhas da Ilha de Mosqueiro, Lianete Carvalho e Maria de Lourdes Rodrigues fazem parte da Rede de Mães Solidárias Recosol (Redes Colaborativas Solidárias), que trabalha com alimentação e artesanato. Elas são exemplos de empreendedores da Bioeconomia, produzindo bombons de chocolate com cacau colhido do próprio quintal. “A gente reaproveita a casca do coco e do cupuaçu pra fazer as embalagens dos doces de cupuaçu, biscoitos de castanha-de-caju, cocada de cacau, paçoca de caju. O cupuaçu, o bacuri, o cacau e o araçá nós tiramos do nosso quintal. O meio ambiente agradece, porque a gente reaproveita tudinho que a natureza oferece”, informou Lianete.

O Preamar da Criatividade traz, a cada edição, um tema diferente. Neste mês, a temática é ambiental. “Poder oportunizar empreendedores a virem pra cá em um espaço atrativo, oferecer seus produtos e levar renda a suas famílias, a gente considera muito importante. Cada Preamar tem um tema. Neste mês está voltado para o meio ambiente, com empreendedores ligados à sustentabilidade, em um trabalho que estão fazendo nas Usinas da Paz”, ressaltou Yvens Penna, representante da Secult.

Bioeconomia - Paula Vitória Santos vende biojoias, que aprendeu a fazer em oficinas a partir de resíduos sólidos recicláveis, como papel, papelão e embalagens realizadas pela Semas na UsiPaz do Icuí-Guajará, em Ananindeua. “Aprendi a técnica nas oficinas de ecobijuterias da Semas. Depois que comecei a produzir, passei a ser convidada pras feirinhas e eventos da Secretaria. É muito proveitoso trabalhar com as ecobijuterias através da produção de materiais recicláveis. Antes a gente jogava fora, não utilizava. Mas agora reaproveitamos. Não é lixo; são resíduos, e a gente pode aproveitar, principalmente essas caixinhas de papel”, contou Vitória.

Solange Reis vende sabão feito com reaproveitamento do óleo de cozinha usado, que aprendeu nas oficinas da Semas. “Produzo sabão em barra e sabão líquido a partir do reaproveitamento do óleo de cozinha usado. Eu recolho esse material com pessoas que vendem coxinha, pastel e batata frita, faço a produção e vendo pelas feiras, pelo Instagram, faço entregas. A primeira oficina que fiz foi de reaproveitamento de óleo de cozinha. A gente aprende como fazer o descarte, reutilizar o óleo e gerar economia. Além de me ajudar muito com a renda para custear a escola dos meus filhos, a venda do sabão já ajudou outras mulheres a produzirem também e ter a própria renda. O curso abriu meu leque não só na área de venda de produtos, mas também da comunicação e da educação ambiental”, contou Solange.

Andreia Monteiro, coordenadora de Educação Ambiental da Semas, destacou a importância da geração de renda a partir da reciclagem. !Temos desenvolvido nas Usinas da Paz e em outros espaços cursos e oficinas que proporcionam geração de renda. As pessoas estão produzindo a partir do reaproveitamento de materiais e vendendo essa produção. A gente vê que consegue fechar esse ciclo. Os resíduos estão sendo reaproveitados e proporcionando geração de renda. A gente fala de Bioeconomia e em economia circular, e estamos podendo proporcionar conhecimento para produção de renda, e também oferecemos espaços pra venda desses produtos”, finalizou.

A programação do “Junho Verde” inclui atrações culturais para crianças e adultos, envolvendo danças, exposições sobre bioeconomia e sustentabilidade, e plantio de mudas, além da corrida e caminhada do meio ambiente. Também são realizados painéis sobre diversas temáticas, como economia verde, desenvolvimento sustentável e desenvolvimento de baixo carbono na Amazônia.

Legislação - A Lei Estadual nº 9.856/2023 instituiu a Campanha Junho Verde para ser realizada, anualmente, em alusão ao Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado em 05 de junho no Pará. A iniciativa tem o objetivo de desenvolver o entendimento da população quanto à importância dos ecossistemas naturais e dos seres vivos, e do controle da poluição e degradação dos recursos naturais, para a atual e as futuras gerações.

A campanha é promovida pelo governo do Estado, em parceria com escolas, universidades, empresas públicas e privadas, igrejas e entidades da sociedade civil, com ações voltadas para divulgação de informações sobre conservação do meio ambiente e das maneiras de participação ativa da sociedade para sua salvaguarda; fomento à conservação e ao uso de espaços públicos urbanos, por meio de atividades culturais e de educação ambiental; estimular o conhecimento e a preservação da biodiversidade brasileira, e o plantio e uso de espécies nativas em áreas urbanas e rurais, além de sensibilizar acerca da redução do consumo e do uso de materiais, e capacitação sobre separação de resíduos sólidos e reciclagem.