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SEGURANÇA PÚBLICA

Seap renova convênio com fabricante de uniformes para trabalho com custodiadas

Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) investe em iniciativas e projetos para ressocialização de pessoas privadas de liberdade

Por Caroline Rocha (SEAP)
01/06/2023 16h46

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) renovou o convênio com a empresa privada MLX Confecções Indústria e Comércio Ltda., especializada na confecção de uniformes profissionais. A empresa já tem cinco internas do Centro de Reeducação Feminino (CRF), de Ananindeua, trabalhando em sua unidade fabril e com a renovação, ampliará o número para 20 custodiadas, do regime semiaberto. É a Seap promovendo a ressocialização através da qualificação profissional e do trabalho.

Suelen Sara Pinheiro, de 36 anos, está há quase dois anos no CRF, e até então não possuía uma profissão específica. Em abril de 2022 essa realidade começou a mudar, e pra melhor. Foi quando ela conseguiu entrar para a Cooperativa Social de Trabalho Arte Feminina Empreendedora (Coostafe), que proporciona a reintegração das mulheres em privação de liberdade através do trabalho cooperativo e do empreendedorismo. Na cooperativa, Suelen teve a oportunidade de trabalhar com o artesanato, aprendeu corte e costura, bordado e crochê.

As internas em regime semiaberto são beneficiadas com mais oportunidades de acesso ao mercado de trabalho Foi essa experiência que permitiu a ela ser indicada há três meses como uma das internas do CRF para participarem do projeto “MLX UNIFORMES-REINSERÇÃO”, para atividades laborativas de serviços em linha de corte e costura. A parceria tem como finalidade absorver mão de obra carcerária de até 20 (vinte) internas que se encontram no regime semiaberto. Suelen se diz satisfeita e muito feliz com a oportunidade que está sendo dada a ela.

“A partir dessa oportunidade que estou tendo, meu objetivo é evoluir, ir pra frente, um novo rumo, um novo horizonte, espero muito que minhas colegas aproveitem a oportunidade, agarrem com as forças e agradeçam a Deus. Agarre mesmo com essa força, aprenda, absorva tudo o que vocês puderem aprender”, ensina a nova costureira.O secretário Marco Antonio Sirotheau Correa Rodrigues ressaltou a confiança dos empresários na ressocialização promovida pela Seap

Rumo certo 

Presente no evento, o secretário de Estado Marco Antonio Sirotheau Correa Rodrigues, titular da Seap, vê com grande satisfação a renovação da parceria com a empresa MLX. Para ele, a possibilidade de gerar trabalho para 20 Pessoas Privadas de Liberdade (PPLs) demonstra a confiança dos empresários e que a secretaria caminha no rumo certo da ressocialização e reinserção de seus custodiados.

“Serão 20 PPLs que estarão trabalhando aqui diariamente. E é uma alegria muito grande cada posto de trabalho que nós conseguimos, seja através de parcerias, ou seja, internamente mesmo dentro da Seap. Então é uma satisfação imensa que nos leva a trabalhar cada vez mais em direção à reinserção e essa parceria com a MLX é uma comprovação de tudo isso”, afirmou o secretário.

A mesma aposta na reinserção e ressocialização é reforçada pela empresária Priscila Vieira, proprietária da MLX Confecções Indústria e Comércio. A empresária avalia que esse tipo de parceria é “o único meio de se crescer no nosso estado”. A absorção e o aproveitamento da mão de obra carcerária são vistos por ela como um caminho para o crescimento econômico ao mesmo tempo em que permite a ressocialização e a reinserção das PPLs à sociedade.

Transformação social 

Priscila relatou que a empresa estava precisando de costureiras e que a foi uma via de mão dupla. As “meninas”, como ela carinhosamente chama suas novas colaboradoras, quando chegaram, muitas nunca tinham costurado. A empresária conta que foi realizada uma capacitação, um treinamento, mas a principal matéria-prima estava com elas custodiadas. “Elas tinham o principal, que era a vontade de aprender, de trabalhar, de mudar de vida”, garante.

“Eu acredito que todo empresário que tem um mercado de trabalho, que está precisando de mão de obra, oportunizar duas, três pessoas, a gente consegue mudar a realidade de uma família inteira. Não muda só a vida da pessoa que está no processo de ressocialização, muda a realidade da família. Estou muito feliz de fazer essa renovação, já estamos com 5 efetivas, mas nosso objetivo é chegar em 20 e depois aumentar esse contrato porque mão de obra a gente precisa, nosso estado está crescendo e as meninas estão dando um show de costura”, declarou a empresária.

Luciana Thuanny Barbosa de Toledo, de 34 anos, foi uma das novas escolhidas para integrar o projeto e conta que aposta tudo nesta oportunidade conquistada. Para ela, essa nova chance é única e objetiva para a melhora pessoal, de se capacitar cada vez, principalmente agora que já se encontra no regime semiaberto. Ela concluiu o curso de Corte e Costura e se destacou como uma das melhores da turma, agora pretende se aprimorar ainda mais no novo trabalho. 

“Cheguei sem saber nada e agora eu já sei bastante coisa, daqui para frente eu espero agarrar essa oportunidade, dar o meu melhor. Não só eu como minhas colegas também, uma ajudando a outra, encarando o profissionalismo como ele é e fazendo o melhor possível no meu trabalho. A tendência é melhorar e obter mais conhecimento”, afirmou Luciana.

Texto de Márcio Sousa / NCS Seap