Seap inicia atendimento social na UsiPaz da Cabanagem
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) iniciou hoje o atendimento social na Usina da Paz do bairro da Cabanagem. O objetivo é atender pessoas egressas do sistema penitenciário e familiares delas, bem como, pessoas custodiadas, que moram próximo à UsiPaz.
A Usipaz Cabanagem foi a escolhida por abrigar nos bairros de seu entorno uma população de cerca de 400 egressos do Sistema Penal. O atendimento à população ocorrerá de segunda a sexta-feira, das 8hs às 14hs. Uma assistente social da própria Seap é quem atuará diretamente no atendimento do público.
Manuela Cavalléro, coordenadora do Escritório Social da Seap, explica que o intuito da iniciativa de levar esse atendimento social e psicológico é trazer à secretaria para mais perto da comunidade, mostrando que o trabalho da Seap vai além da custódia de Pessoas Privadas de Liberdade (PPLs).
“Queremos mostrar que existe uma custódia humanizada e também nos aproximar tanto da pessoa egressa do sistema penal, dando uma visibilidade maior para assistência a esse egresso, e também nos aproximar do familiar dessas pessoas, do familiar da pessoa que estamos custodiando. É muito importante que a assistência seja plena, que seja algo multifocal, tanto da pessoa custodiada, como do egresso e de seu familiar”, diz a coordenadora.
Manuela ressalta que o principal entrave para uma pessoa que deixa uma unidade prisional é o resgate da relação com a família. O trabalho social dos profissionais da Seap na UsipPaz cabanagem será, entre outras ações, auxiliar no restabelecimento desses vínculos familiares. Ela lembra que em algumas situações, o delito cometido pelo egresso foi cometido contra algum familiar, com pessoas próximas. “Isso gera uma quebra nas relações, tem também uma quebra de tempo, temporal, porque a pessoa fica um período longe da família”, afirma a coordenadora.
No mês de abril, a parceria da Seap com a Secretaria Estratégica da Cidadania (Seac) e a Usipaz Cabanagem, promoveu uma ação com a doação de dois mil pares de sandálias confeccionadas por internos do sistema penal.
Orientações – As comunidades onde as usinas estão estabelecidas são territórios vulneráveis, observa Manuela Cavalléro, com um público que será atendido, sejam egressos, seus familiares ou de custodiados. Na Usina da Cabanagem, por exemplo, o público receberá informações de todos os serviços prestados pela Seap.
“As pessoas não sabem o que é o auxílio reclusão, as pessoas não sabem quando elas se tornam egressas, onde é que elas vão verificar seu pecúlio, sua poupança? Elas não sabem que oferecemos uma assistência jurídica, que a gente tem equipamentos também voltados às pessoas egressas, que a gente tem profissionais também da assistência biopsicossocial que estão fazendo atendimento familiar”, revela Manuela.
A assistente social, Érica Pinheiro, atuará pela Seap diretamente com o público que será atendido na UsiPaz Cabanagem e reforça que o trabalho será de captar essas pessoas, os egressos que estão na comunidade e seus familiares. A assistente social comenta que na usina vários serviços são disponibilizados para a comunidade e que muitos egressos e sua família também estão incluídos para receber esses atendimentos e não possuem orientação desses direitos.
“Vamos oferecer estas orientações de direitos, até mesmo para familiares de pessoas custodiadas que vivem aqui no entorno da área, que querem buscar alguma informação sobre projetos, programas, outros benefícios ou outros direitos e nós estamos aqui para acompanhar e para acolher essas pessoas”, garante Érica.
Garantindo direitos - Ivanilda Vieira, coordenadora-geral da Usina da Paz da Cabanagem, acredita que o atendimento que passa a ser oferecido pela Seap será de grande importância para o público-alvo da secretaria. Segundo ela, esse público já vinha recebendo algumas orientações e recebendo o atendimento necessário, mas por outras pessoas que não da Seap.
“Para nós é mais uma garantia de direito, mais um público a ser atendido, que esse é o objetivo principal desse programa, que é o programa Territórios pela Paz, exatamente atender aqueles que estão fora desse círculo de garantia de direitos”, defende Ivanilda.
A parceria com a Seap ajudará a dar maior visibilidade necessária aos atendimentos da UsiPaz para a população através da proximidade com a comunidade. “A usina está na realidade dentro da comunidade, a comunidade está direto aqui, gosta de estar aqui é um espaço que eles se sentem pertencentes então facilita o atendimento e isso é maravilhoso”, concluiu a coordenadora.
Texto de Márcio Sousa / NCS Seap