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CIDADANIA E INCLUSÃO SOCIAL

Juventude negra do Pará debate futuro e direitos humanos em caravana nacional

Por dois dias, Secretaria de Igualdade Racial e Direitos Humanos promoveu discussões sobre segurança pública, acesso à justiça, entre outras áreas

Por Marcelo Leite (COSANPA)
30/05/2023 17h00

“As pessoas pensam que os jovens só querem esporte e lazer. Isso é importante, mas precisamos também de educação de qualidade, segurança, visibilidade e respeito às nossas histórias”. A fala do líder quilombola marajoara, Deco Souza, foi uma das várias deixadas pelos jovens paraenses que participaram da Caravana do Governo Federal para a construção do Plano Nacional da Juventude Negra Viva. 

Conduzida em parceria com o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Seirdh), a Caravana ouviu vozes da juventude negra local sobre necessidades e propostas de melhorias em áreas como segurança pública, acesso à justiça, à cultura, ciência e tecnologia, geração de trabalho, emprego e renda, educação e promoção da saúde e direitos territoriais. 

Os debates foram realizados durante dois dias e se encerraram nesta terça-feira (30). Além dos jovens, os encontros tiveram a presença de representantes do Legislativo Municipal e Estadual, do Judiciário e das secretarias estaduais que trabalham políticas públicas de garantia dos direitos da juventude negra.  

“Este momento da Caravana é importante para que a nossa juventude seja ouvida e contribua para um projeto nacional. Também é importante para que possamos apresentar aquilo que vem sem construído pelo estado ao longo dos últimos anos, para que a invisibilização da nossa população negra não se perpetue a partir da infância e adolescência”, pontuou Jarbas Vasconcelos, titular da Secretaria de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Seirdh). 

A valorização e o resgate da história dos negros do Pará também foi um dos tópicos discutidos durante a Caravana, como marco necessário para as discussões propostas pelo Plano. “A negritude amazônica é carregada de especificidades e reconhecimento dessa história é uma forma de levarmos consciência política e identitária para essa juventude, que continua lutando por mudanças como aqueles que os antecederam”, complementou Jarbas Vasconcelos. 

Todos os apontamentos feitos nesta etapa da Caravana serão integrados ao Plano Nacional que segue em fase de construção, com a visitação a outras cidades. Os dados também serão entregues à Seirdh e servirão de base para o fortalecimento das políticas já implantadas e a proposição de outras, em conjunto com as secretarias responsáveis por cada eixo temático.