Indígenas da etnia Warao recebem 50 cestas de alimentos com hortifrutis
Ação do 'Banco de Alimentos' das Centrais de Abastecimento do Pará (Ceasa), teve a parceria da Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa
Cerca de 170 indígenas venezuelanos da etnia Warao, que vivem no Espaço de Acolhimento Institucional da Fundação Papa João XXIII (Funpapa), no bairro do Tapanã, em Belém, receberam 50 cestas básicas, por meio do projeto “Banco de Alimentos”, das Centrais de Abastecimento do Pará (Ceasa), em parceria com a Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp).
O projeto trabalha com a conscientização, junto aos permissionários dos boxes da Ceasa, para que doem alimentos com teor nutritivo - e que por algum motivo estão sem padrão comercial - mas seguem perfeitamente saudáveis para o consumo e, por isso, podem ser doados.
O objetivo é evitar o desperdício de alimentos. “Selecionamos os alimentos que iriam para descarte, (por estarem fora do padrão comercial), mas que têm alto valor nutricional, fazemos a triagem com nossas nutricionistas, higienizamos os produtos e encaminhamos para as instituições selecionadas”, revela André Luiz, supervisor de projetos da Fadesp.
As cestas de hortifruti têm frutas, legumes e hortaliças que são utilizadas na produção de alimentos para as famílias beneficiadas. A indígena Warao Neide Conzalez gostou da possibilidade de fazer sucos para o filho. “É a segunda vez que nos entregam esses alimentos. Na primeira vez, nós recebemos frutas e eu faço suco para meu filho. Estou muito feliz, porque recebemos isso”.
Benefício contínuo - Além dos indígenas Warao, outros grupos sociais são beneficiados pelo projeto, como mulheres em situação de vulnerabilidade; alunos da rede pública que são atletas e vão participar de campeonatos; pessoas com deficiência, entre outros.
“Nesses três meses de existência do programa Banco de Alimentos, já conseguimos entregar cerca de 4 toneladas por mês e atender mil famílias em situação de vulnerabilidade. O objetivo é que a entrega seja permanente e contínua”, explica Raimundo Santos Júnior, presidente da Ceasa.
A secretária de Estado dos Povos Indígenas (Sepi), Puyr Tembé, acompanhou a entrega das cestas. Na oportunidade, ela conheceu o espaço, conversou com algumas famílias, abriu um diálogo com as lideranças indígenas e falou da importância da segurança alimentar. “Acredito que se alimentar, é alimentar a alma, é ter forças para continuar lutando pela nossa existência, pra resistir há mais de 523 anos”, ressalta.
Texto de Lorena Esteves / Ascom Sepi