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Noite de muita emoção marca a cerimônia de 30 anos da Uepa, em Belém

Solenidade incluiu concessão de títulos pela trajetória em pesquisa na Academia. Evento na noite da última quinta (18) contou com a presença de servidores, docentes, reitor, vice-reitor e do senador Jader Barbalho.

Por Governo do Pará (SECOM)
19/05/2023 09h05

Nem a chuva que começou a cair sobre a cidade de Belém no final da tarde desta quinta-feira (18) desanimou os convidados para uma noite especial de celebração aos 30 anos da Universidade do Estado do Pará (Uepa), no Theatro da Paz. Já na entrada desse espaço histórico, os servidores disputavam um espaço para fazer uma foto junto ao bolo, nas escadarias ou no painel com a marca de três décadas, anunciava a emoção que marcaria esse encontro, que reuniu os colaboradores e autoridades na comemoração do Jubileu de Pérola da Universidade.

Na abertura da cerimônia, o show do Madrigal da Uepa animou a plateia com um repertório de de dois sambas clássicos: "Conversa de Botequim", de Noel Rosa, e "Chiclete com Banana", de Gordurinha. Na sequência, o público vibrou com a interpretação de "Happy Day". O Madrigal é regido pela coordenadora do curso de Música da Universidade, professora Ana Maria Souza. Ela afirmou que é um privilégio para o grupo poder abrir esse evento. “Antes de nos apresentarmos, eu sempre faço um momento de concentração com eles e hoje, ressaltei que com nossa arte, temos de levar a melhor energia que cada um aqui tenha para entregar ao público. É muita emoção para todos nós”, ressaltou a professora Ana Souza

E para completar a abertura, Waremoa Assurini e mais 14 indígenas da etnia Assurini, da Terra Indígena Trocará, localizada nas imediações do município de Tucuruí, cantaram o Hino Nacional na língua Assurini, antes de serem iniciadas sessões solenes de outorgas e entregas de medalhas.

Outorgas e reconhecimento - Entre os eventos da história de uma Universidade, as colações de grau costumam ser as mais conhecidas e consideradas mais importantes, pois é neste momento que a instituição entrega à comunidade novos profissionais das mais diversas áreas de atuação.

Porém, além dessas, as outorgas do Título de Professor Emérito, de Doutor Honoris Causa e o Título do Mérito Universitário fazem parte dessas honrarias, que podem ser concedidas, bem como a Láurea Acadêmica e Mérito Funcional. E aproveitando  a ocasião festiva, a Universidade do Estado do Pará reuniu, extraordinariamente, o Conselho Universitário (Consun), as Outorgas dos Títulos de Professora  Emérita e de Doutora Honoris Causa à Ivanilde Apoluceno, professora aposentada da Uepa, e Zélia Amador de Deus, professora aposentada da Universidade Federal do Pará (UFPA), respectivamente. 

O título de Professor(a) Emérito(a) é concedido a docentes aposentados da Uepa, cujas contribuições profissionais tenham sido proeminentes para a Universidade, para a sociedade e para o desenvolvimento do ensino, da pesquisa, da extensão, dos serviços universitários e das políticas públicas, além daqueles que tenham produção intelectual, científica ou artística consideradas de potencial relevância. Exatamente o que se pode ver na trajetória de vida da professora Ivanilde, expressa no discurso em homenagem a ela, lido pela professora do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGED), Tânia Regina Lobato dos Santos, que por diversas vezes conteve a emoção para continuar a leitura.

Após receber o colar professoral das mãos do reitor da Uepa, Clay Chagas, e o diploma e a resolução do Consun, que concede o título de professora emérita, entregue pela vice-reitora Ilma Pastana, Ivanilde comoveu a plateia com sua fala assertiva e delicada, elogiada por tantos intelectuais renomados que partilharam com ela a vida acadêmica em atividades realizadas em âmbito local, nacional e internacional. 

“Deixa eu respirar um pouquinho”, disse a professora antes de iniciar o discurso em que afirmou que “ninguém chega a parte alguma só”, ocasião em que agradeceu desde os pais, pelos ensinamentos éticos e amorosidade, o esposo Iran, com quem é casada há 50 anos, até os professores e colegas que com ela compartilharam lutas e conquistas. E dentre tantos destaques não deixou de mencionar os orientandos que teve ao longo da vida: “Vocês moram no meu coração”, concluiu.  

Na sequência, a trajetória de Zélia Amador de Deus, como professora, artista, militante  do movimento negro, foi apresentada na leitura do discurso do professor da Uepa, Aiala Colares. Após receber o honraria entregue pelo reitor e pela vice-reitoral, Zélia Amador interpretou um poema de Conceição Evaristo sobre luta e ancestralidade do povo negro. Além de agradecer à família e à ancestralidade, Zélia agradeceu aos movimentos negros brasileiros com quem aprende muito todos os dias. “A luta a gente não aprende na escola, luta a gente aprende lutando”, afirmou, ao mencionar o Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (Cedenpa) e o Grupo de Estudos Afroamazônicos.  

Como segunda parte da programação musical, as professoras da Uepa Eliana Cutrim e Vera Palácios fizeram uma apresentação de piano a quatro mãos antes de ser iniciada a entrega de medalhas de mérito.

Medalhas de Mérito - Na sessão de homenagens foi entregue ainda a medalha de Mérito Funcional ao servidor Rômulo Rodrigues, que está na Uepa desde a sua criação. Comovido, ele expressou sinceros agradecimentos pela homenagem.

“Isso faz com que me sinta acolhido e honrado. Dentre tantas alegrias que vivi nos 30 anos de Uepa, a maior foi a oportunidade de fazer amigos com quem tenho apreço e que fazem parte da minha vida. Agradeço a Deus pela minha vida e à minha família, que compreendeu meus momentos de ausência por causa do trabalho”, disse.

A medalha de Mérito Universitário foi entregue pela primeira vez na história da Uepa, sendo concedida ao senador Jader Barbalho, em reconhecimento ao fato de a autoridade estadual haver sancionado, então como governador do Estado à época, a lei de criação da Universidade.

“Estou profundamente emocionado. Eu confesso a vocês que eu fiquei pensando no discurso que faria essa noite para agradecer a concessão desta medalha. E eu tive que voltar muito atrás; são passados 30 anos do dia de hoje. Confesso a vocês que fiquei pensando num livro que li quando era jovem e pertencia à juventude estudantil católica, chamado 'Poemas para Pensar'. São diálogos com Deus em que Ele pede para participar da construção de uma nova humanidade. A construção existe por causa de cada tijolo e não importa distinguir entre os tijolos. Ao longo do tempo, com o aprendizado que eu tive com o padre Raul, na casa da juventude. Lá havia muitos estudantes que vinham do interior. A maioria dos estudantes não tinha condições de vir para a capital para dar continuidade aos estudos. Quando cheguei ao Governo do Estado, procurei com a Universidade Federal fazer convênios para dar cursos universitários, por módulo, no interior. Depois de muita discussão, veio a oportunidade. Estamos festejando os 30 anos, mas a universidade tem muito mais tempo. Devemos homenagear aqueles que construíram a faculdade de medicina, de enfermagem, de educação física, de educação que existiam antes dos 30 anos”, rememorou Jader Barbalho. 

Após o discurso do senador, a professora Ilma Pastana lembrou de todos os campi do interior, saudou os representantes que vieram de outros municípios para participar da solenidade realizada. “A nossa Universidade tem um papel social importante, de pesquisa, ensino e extensão, mas tem um compromisso com o povo do Pará. Que dia feliz, que dia memorável. Parabéns a todos nós que fazemos a nossa universidade. Vamos seguir o ano de 2023 com muitas comemorações”, celebrou.

O reitor da Uepa afirmou que na atualidade a Universidade é patrimônio do povo paraense e saudou os pró-reitores, que seguem na construção coletiva na construção da universidade. Pofessor Clay agradeceu a cada um dos servidores em nome do senhor Rômulo.

“Obrigado por estarem aqui e por acreditarem nessa universidade. Cada um aqui é um tijolo, uma engrenagem para tornar essa universidade o que ela é hoje. Diríamos que em demografia, somos uma jovem universidade; já avançamos muito, mas ainda precisamos avançar. Em 1993, quando se criou a fusão das faculdades, queríamos aprofundar o ensino superior pelo estado e já foram milhares de doutores formados pela instituição, que puderam mudar a sua realidade. Nesses 30 anos, a Universidade se tornou motivo de orgulho da população paraense, referência de ensino, pesquisa e extensão. Queria dizer o quanto foi difícil pra nós enfrentar uma pandemia e como foi difícil nos mantermos abertos nesse período. A Universidade precisa reafirmar o seu papel de instituição. Seu papel é chegar e prestar serviços para a população, papel central para devolvermos o investimento que é feito na instituição”, concluiu.

Show - E para encerrar a noite, o público foi agraciado com o show da Amazônia Jazz Band e o cantor Nilson Chaves.

Texto: Guaciara Freitas/Ascom Uepa