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Adepará inicia vigilância epidemiológica com foco na avicultura familiar em 35 municípios

Entre os critérios para a seleção das cidades observadas, estão a concentração de criações de aves na região e as espécies com padrão de migração

Por Rosa Cardoso (ADEPARÁ)
18/05/2023 12h15

A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), por meio do Programa Estadual de Sanidade Avícola, iniciou este mês mais uma etapa do Plano de Vigilância de Influenza Aviária e Doença de Newcastle em 35 municípios paraenses. 

Desta vez, a investigação epidemiológica ocorrerá em aves de subsistência, aquelas que são criadas para o consumo próprio das famílias, em municípios que estão na rota das aves migratórias. Esse trabalho da Adepará se estenderá até o dia 1º de junho de 2023. 

Uma equipe formada por 21 profissionais, entre fiscais estaduais agropecuários (Feas) e agentes fiscais agropecuários (Afas), já está em campo fazendo a coleta de material biológico (suabe de traquéia, suabe de cloaca e soro sanguíneo) das aves para estudo. As amostras serão enviadas para análise no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária, na cidade paulista de Campinas.

A coleta de amostras biológicas segue as diretrizes do Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) para pesquisa do vírus da Influenza aviária e doença de Newcastle em áreas consideradas de maior risco de introdução das doenças. Como o Pará possui três rotas migratórias existe o risco durante a migração do Hemisfério Norte para o Sul, de aves infectadas carregarem o vírus por longas distâncias. 

Segundo o Plano de Vigilância, o país foi dividido em três grandes regiões relacionadas às principais rotas de aves migratórias do Hemisfério Norte: “Rota Amazônica”, “Rota Brasil Central” e “Rota Nordeste Atlântica”. 

No Pará, de acordo com a Agência, o município que possui mais propriedades com criação de aves de subsistência é Altamira, na região sudeste do Estado, por onde passa a Rota Amazônica.

A escolha dos municípios para realização da vigilância ativa seguiu 4 critérios:

- Concentração de criações de aves na região; 

- Presença de avicultura industrial nos municípios de localização dos sítios; 

- Presença de aves migratórias das famílias de maior importância epidemiológica para a transmissão da doença como patos, gansos, marrecos, gaivotas, jaçanãs, maçaricos e trinta-réis.

- Espécies que têm como padrão de migração as rotas oriundas do Hemisfério Norte (neárticas), pois são as que apresentam maior risco de introdução da IA no país. 

A gerente do Programa de sanidade Avícola da Adepará, Lettiere Lima, diz que a inclusão das aves de subsistência é de grande importância para o estudo.

“As aves de subsistência são aves de fundo de quintal, que são criadas soltas, e existe a possibilidade de contato dessas aves com as aves selvagens migratórias e pode haver a infecção pelo vírus e há risco do vírus atingir o plantel avícola industrial”, explicou a veterinária.

Plano de Vigilância de Influenza Aviária e Doença de Newcastle - Criado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), é um estudo epidemiológico contínuo para  detecção precoce de casos Influenza Aviária (IA) e Doença de NewCastle (DNC) nas aves domésticas e silvestres, bem como a demonstração de ausência dessas doenças na avicultura industrial, além  de monitoramento da ocorrência de cepas virais da IA para subsidiar estratégias de saúde pública e saúde animal.

O Plano é formado por cinco componentes. A ADEPARA já realizou o Componente 3. A investigação epidemiológica no plantel avícola industrial ocorreu em quase 100 Granjas de 21 municípios paraenses. Foram investigadas 1.122 aves e coletadas 16.930 amostras biológicas.

Por causa do registro dos primeiros casos da doença em aves silvestres no Brasil, a Adepará intensificou as ações de vigilância e está elaborando o Plano de Contingência Estadual, além de capacitar as equipes que atuam na Emergência Sanitária.

Os esforços para evitar a entrada da doença no Estado têm reunido Adepará,  Associação Paraense de Avicultura e a Federação da Agricultura e Pecuária do Pará, na implementação de medidas de prevenção. A parceria com o setor produtivo resultou em aumento da vigilância epidemiológica e aquisição de equipamentos de proteção no atendimento de ocorrência de surtos da enfermidade no Pará. A Agência também está trabalhando na elaboração de uma portaria para estabelecer o bloqueio sanitário nas granjas.