CIIR promove Artes Visuais em reabilitação para Pessoas com Deficiência 

Para a maioria, praticar a pintura pode ser uma atividade simples. Mas, para quem vive um processo de reabilitação, a ação pode ter um forte impacto positivo. O Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, utiliza a prática da pintura para potencializar a reabilitação, na ação denominada “Artes Visuais”.

Conduzida pelo professor de Arte, Eduardo de Oliveira, do setor de Arte e Cultura, da instituição, a atividade destaca a pintura criativa quando a pessoa tem o contato direto com a tinta por intermédio das mãos realizando o processamento sensorial.

“O objetivo é estimular a coordenação motora fina de membros superiores, que é a capacidade de utilizar pequenos músculos das mãos para a realização de atividades como pintar, escrever e desenhar”, explica o profissional. 

Diagnosticada com paralisia cerebral, Isabelle Barros, de 9 anos, concluiu, nesta quarta-feira (16), o seu segundo dia de acompanhamento na atividade de Artes Visuais. Com uma mentalidade visionária, a mãe, Ivone Barros, de 52 anos, projeta resultados ainda mais expressivos no quadro clínico da criança.

“Ela nunca havia passado por esta experiência e eu estou vendo em seu semblante a felicidade em tocar e sentir a tinta em sua mão. Muito interessante para mim como mãe em vê-la passar os dedos com os olhos fixos como se fosse algo mais importante do mundo. Com certeza, vejo progresso de sua autonomia mais à frente. Por meio da pintura, a minha filha vai expandir a mente. Hoje, a Isabelle consegue expressar com as pessoas, muito diferente de quando chegou aqui. Claro, no seu tempo, ela vai ultrapassando as barreiras”, planeja em um tom emocionado e com sorriso no rosto. 

Há cerca de dois anos sendo acompanhada no CIIR, por conta do diagnóstico, ainda, a usuária não consegue manusear o pincel. “Primeiramente, iremos propor a pintura com as mãos e, posteriormente, com um trabalho multiprofissional entre a equipe de Terapia Ocupacional, Fisioterapia e Educação Física, vamos fazer com que ela fique habituada a pintar segurando o pincel”. 

De acordo com Eduardo de Oliveira, para aguçar a cognição de crianças com o diagnóstico igual ao da pequena Isabelle, por exemplo, é trabalhar as atividades livres, ou seja, deixar o reabilitando à vontade para produzir o que vem à mente. “Deixo livre para que a aula não fique cansativa e monótona. Assim, eles acabam se autoconhecendo por intermédio da pintura em aquarela, desenho e com tinta guache. Desta forma, cada um escolhe a proposta que mais chama a atenção, o que garante também rapidez de pensamento, independência e autonomia”. 

No início do acompanhamento no Centro, alguns usuários não conseguem realizar a comunicação por intermédio da fala. É neste momento que a Arte estimula o desenvolvimento de comunicação do reabilitando.

“Instigamos sempre a se expressarem, por mais que às vezes, não consigamos interpretar todos, mas de alguma maneira vamos reconhecendo o que eles querem dizer por meio da pintura”.

O CIIR é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às Pessoas com Deficiência (PcDs) visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários podem ter acesso aos serviços do Centro por meio de encaminhamento das unidades de Saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).

Serviço:  O CIIR é um órgão do Governo do Pará administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Centro funciona na rodovia Arthur Bernardes, n° 1.000, em Belém. Mais informações: (91) 4042.2157 / 58 / 59.