Governador defende financiamento federal para desenvolvimento da Bioeconomia na Amazônia
Em evento em São Paulo, Helder Barbalho reiterou a importância da Bioeconomia para a geração de emprego e renda, e também para a preservação ambiental
Presidente do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), voltou a defender a Bioeconomia como novo modelo de geração de emprego e renda para a região, e reforçou a meta de zerar as emissões de carbono no Pará até o ano de 2036. O governador se posicionou em defesa dos interesses da Amazônia durante um seminário virtual promovido pelo jornal Folha de São Paulo, na tarde desta segunda-feira (15), para debater os desafios do Governo Lula para o meio ambiente, em especial o clima.
Helder Barbalho respondeu a perguntas de internautas e dos demais participantes do seminário, após apresentar de forma objetiva iniciativas do Governo do Pará, como os planos estaduais "Amazônia Agora" e de Bioeconomia - este inédito no Brasil.
"São propostas que incentivam a transição do uso do solo, o restauro de áreas antropizadas (já alteradas pelo homem) e a concessão de áreas de floresta, com apoio da Ciência, Tecnologia & Inovação, para que um novo modelo econômico verde possa ser consolidado e agregado às demais vocações históricas do Estado, como agricultura, pecuária e mineração", detalhou o governador, informando ainda que diversas audiências públicas e conversas com o setor produtivo e povos tradicionais fizeram parte dessas elaborações. "É um grande desafio do Pará e do Brasil", enfatizou.Governador Helder Barbalho apresentou programas e projetos voltados à Bioeconomia já em andamento no Pará
Resultados – Helder Barbalho disse que se o Pará ainda é o maior emissor de CO2, respondendo por 34% das emissões do País, ao mesmo tempo é a unidade da Federação que mais registrou redução nas emissões nos últimos anos, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Só na comparação entre abril deste ano e abril do ano passado, a queda chega a 71%.
"Controle e comando são decisivos, mas não é tudo. Por isso, criamos territórios sustentáveis nas áreas que mais emitem CO2 para experimentar o modelo que passa pela saturação da presença do Estado com regularização fundiária, assistência técnica, introdução e estímulo à cultura e cultivo do cacau e do açaí, que regeneram áreas", informou Helder Barbalho.
Replantio do bioma - O governador confirmou para o segundo semestre a primeira concessão de restauro no Pará, e no Brasil, entre 15 e 20 mil hectares, com chamamento do setor privado para reestabelecer o replantio do bioma. "Implementamos entre São Félix do Xingu e Altamira uma base fixa de fiscalização para inibir novas infrações. Estamos fazendo titulação das terras e implementamos o Banpará Bio para operações vinculadas à Bioeconomia", complementou.
Helder Barbalho disse ainda que, no passado, o Estado brasileiro financiava quem desmatava para usar a terra, e neste novo momento também pode haver financiamento para quem quer a floresta em pé como ativo econômico. "Acho que é possível, via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Da mesma forma, a política do Cadastro Ambiental Rural (CAR) ajuda a acelerar projetos dessa natureza, e pode haver benefícios fiscais para produtos oriundos da sustentabilidade da floresta. É uma convergência de ações pra alavancar a Bioeconomia", finalizou.