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Fundação Santa Casa capacita profissionais sobre uso de anestésicos no parto

Médica obstetra Marília Luz, coordena a maternidade do hospital, e abordou os aspectos legais e obstétricos que envolvem o direito da mulher

Por Etiene Andrade (SANTA CASA)
27/04/2023 13h16

A abordagem  farmacológica para a redução da dor com o uso de anestésicos no parto normal é chamada analgesia de parto  e está prevista na mais recente "Diretriz de  Assistência ao Parto Normal do Ministério da Saúde", se somando às abordagens não farmacológicas já amplamente difundidas no Sistema Único de Saúde ( SUS). 

Nesta quarta, 26, uma aula sobre a Analgesia do Parto, com a interface entre a obstetrícia e a anestesiologia, foi realizada no auditório Fundação Santa  Casa de Misericórdia do Pará reunindo mais de 100 médicos e enfermeiros  residentes e especialistas das áreas de obstetrícia, anestesiologia e neonatologia.

A médica obstetra Marília Luz, que coordena a maternidade da Santa Casa, falou sobre os aspectos legais e obstétricos que envolvem o direito da mulher de escolha do parto e da analgesia e sobre o objetivo de levar informações à equipe. 

"Nós queremos fomentar essa prática na Santa Casa, difundir o conhecimento e atualizar a equipe. A Santa Casa tem protocolos já estabelecidos tanto de abordagens farmacológicas, quanto não farmacológicas e a indicação pode ser feita se partindo da manifestação do desejo da paciente e a partir daí o médico vai avaliar se essa paciente não tem nenhuma contra indicação. Não havendo contraindicações é possível realizar a analgesia farmacológica", explica a médica.

O médico anestesiologista Bruno Carmona, ministrou a segunda parte da aula abordando também as legislações vigentes relacionadas ao parto, dados estatísticos e as alterações anatomofisiológicas da mulher durante a gestação. Para o médico, que também está à frente da presidência d a Santa Casa, serão necessários esforços conjuntos para a consolidação da analgesia do parto na instituição.

"Um serviço de anestesia bem instalado e bem instruído vai contribuir para a ampliação da analgesia do parto. Mas uma especialidade só não consegue fazer tudo. Será necessário o empenho de todos, da alta e média gestão do hospital e do corpo técnico. Os profissionais da Santa Casa são altamente qualificados e têm capacidade para fazer a analgesia de parto se consolidar na instituição.

Entre as vantagens do procedimento está a potencial redução do número de mulheres que optam  pela cesariana, por conta do medo da dor do parto normal.

Embora tenham importância comprovada para salvar vidas em situações nas quais o parto vaginal é contraindicado, as cesáreas são cirurgias de médio porte que oferecem riscos de infecção e hemorragias, colocando mães e bebês em risco desnecessário quando não são indicadas por uma necessidade de saúde.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde o número de cesarianas vem aumentando muito desde o início do século XXI, representando mais de 21% de todos os partos realizados no mundo, quando o recomendado é de que a taxa  seja de no máximo 15%. No Brasil essa realidade é considerada alarmante. Em 2022 o Ministério da Saúde registrou um recorde histórico das cesáreas que representaram 57,7%do total de partos no Brasil.

Experiência - Há 10 anos uma série de técnicas não invasivas para o alívio da dor de mulheres em trabalho de parto foi implementada pela equipe de enfermagem obstétrica da Santa Casa, como a  a deambulação ( que é possibilitar que a mulher caminhe e não fique apenas deitada no leito durante o trabalho de parto, que também acelera o trabalho de parto e o alívio da dor), a bola ( que ajuda aliviar as tensões, realizando uma massagem no períneo e contribuindo para a descida do feto), a massagem ( que pode ser feita pelo companheiro, acompanhante ou profissional de saúde e que acelera o trabalho de parto), o banho de chuveiro ( que pode aliviar a dor e acelerar o trabalho de parto), e  o acesso a alimentos e líquidos ( que são fontes de energia).

Os procedimentos de analgesia não farmacológica são amplamente realizados no setor de pré-parto, parto e puerpério (PPP) da maternidade, onde são realizados os partos normais e onde se pretende ampliar também o acesso das pacientes a analgesia farmacológica.