Hospital do Tapajós assegura atendimento humanizado à população indígena
Em Itaituba, no sudoeste estadual, unidade mantém leitos ambientados, disponibiliza intérprete e garante indígenas no quadro de funcionáros
Entender e respeitar a cultura dos povos originários, são os primeiros passos para prestar um atendimento integral à saúde desse segmento populacional. No Dia Nacional dos Povos Indígenas, celebrado nesta quarta-feira (19), o Hospital Regional do Tapajós (HRT), destaca a assistência humanizada a estes pacientes no coração da floresta amazônica, em Itaituba.
Pertencente ao Governo do Estado, o HRT oferece leitos ambientados à população indígenas. Para este atendimento, a unidade mantém em sua infraestrutura um redário, com objetivo de transformar o ambiente hospitalar em um local mais acolhedor.
“Com a opção do espaço para instalação de redes, os pacientes passam aceitar com mais facilidade o tratamento oferecido”, explica a enfermeira Cleidiane de Jesus, coordenadora de enfermagem da unidade.
A profissional afirma ainda que, a saúde especializada para os povos indígenas mostra seu o verdadeiro sentido quando se inclui a humanização. “Ter um local adequado, que acompanhe a cultura, e traga o sentimento de pertencimento, é essencial”, finaliza.
Dados - Somente nos primeiros dois meses de 2023, cerca de 10 indígenas chegaram a ser internados no Regional do Tapajós, segundo dados do Serviço de Arquivo Médico e Estatística (SAME). Um desses pacientes é o Francisco Karo Munduruku, de 74 anos, que precisou ser internado no hospital para tratar de insuficiência renal crônica.
Ele optou por ficar em um dos leitos comuns, mas destacou a importância de ter profissionais que valorizam a cultura indígena e respeitam suas particularidades. 'Me sinto acolhido aqui no hospital e isso me traz tranquilidade para o tratamento', afirmou Francisco. Ele deve receber alta nesta quarta-feira (19).
Empregabilidade
A unidade também conta com profissionais indígenas em seu quadro de colaboradores. Um desses profissionais é Vani Munduruku, de 28 anos, que trabalha como técnica de enfermagem na ala da clínica médica do hospital. Ela é da etnia Munduruku e vê sua presença no hospital como uma forma de representatividade e valorização da cultura indígena.
“Como indígena, vejo minha presença aqui como uma oportunidade de representar minha cultura e ajudar outros membros da comunidade a receber um atendimento de saúde adequado. Sinto-me valorizada por fazer parte da equipe de profissionais que se preocupam em entender e respeitar nossas tradições e costumes”, afirma.
O diretor geral do HRT, Matheus Coutinho, afirma que respeitar as diferenças é uma forma de humanizar o atendimento médico e de fornecer um tratamento mais benéfico para o paciente. “Entendemos que cada usuário precisa de um cuidado específico. O nosso paciente indígena.
Serviço - O Hospital Regional do Tapajós integra a rede de saúde pública do Governo do Pará, sendo gerenciado pelo Instituto Social Mais Saúde (ISMS), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Atende a casos de média e alta complexidade, ofertando serviços 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Texto da Ascom / Hospital Regional do Tapajós (HRT)