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CIIR celebra o Dia da Voz ofertando suporte terapêutico às Pessoas com Deficiência 

Por Pallmer Barros (CIIR)
15/04/2023 08h00

Neste domingo (16), é celebrado o Dia Nacional e Mundial da Voz, e o Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, lembra a data com terapias que potencializam a reabilitação de usuários, com destaque para a terapia vocal, que ratifica a referência da instituição na região Norte em assistência às PcD´s.

Para o fonoaudiólogo do CIIR, Josafá Silva, a data tem que ser lembrada porque a voz é a “carta de entrada” de cada pessoa. “Por intermédio da voz, percebe-se as características de personalidade de uma pessoa, emocionais e até a questão sociocultural. Entendendo desta maneira, a voz é fundamental para que possamos expressar enquanto sociedade”. 

O profissional ainda salienta que a voz é um meio importante para a comunicação e que é necessário aperfeiçoá-la ou reabilitá-la, por meio de consultas com os profissionais de saúde para monitorar se há algum processo patológico. “Dentro das alterações vocais pode ocorrer nódulos, chamados comumente de “calos” instalados na prega vocal, causado, por exemplo, quando uma criança grita, chora por muito tempo ou fala em um tom inadequado. Essa atitude pode provocar alteração, o que chamamos de disfonia”, destaca. 

O fonoaudiólogo adverte que, “se a criança costuma gritar ou falar muito alto precisa verificar se existe alguma dificuldade auditiva, neurológica, comportamental ou uma alteração de inflamações na laringe. Portanto, é necessário monitorá-los sempre à procura de suporte profissional”.

Suporte terapêutico – A fonoaudiologia estuda, por exemplo, em crianças, o estímulo do comportamento verbal. Desta maneira, existem habilidades de operantes verbais como tato e o mando, que são suportes necessários para nomear figuras visando descrever uma necessidade. 

“Para a criança ter uma comunicação efetiva, trabalhamos na reabilitação do simples pedir um copo com água e até o brincar. Então, a voz é importante no sentido da comunicação, porque é um meio de se expressar da criança, somado aos gestos e demais expressões faciais. Com as terapias, os pequenos usuários desenvolvem a fala junto com a linguagem”, explica o terapeuta pontuando que, quando há uma alteração na voz, a pessoa tem dificuldade em ser compreendida na sociedade. 

Diagnóstico precoce – O terapeuta destaca os marcos do desenvolvimento da fala de uma criança: É esperado que um bebê de seis meses preste atenção nas pessoas e olhe-as nos olhos. Aos nove meses, é esperado a criança balbuciar, ou seja, pronuncia imperfeita e com hesitação, além de imitar alguns sons que ouve e vocaliza algumas sílabas simples. 

Por volta de um ano, começa a combinar palavras simples e reproduzir onomatopeias. Ao longo dos meses seguintes, o vocabulário é expandido e repleto de novas palavras. Aos 2 anos, segundo o terapeuta, a criança é capaz de formar frases de duas a três palavras. Um atraso nesse processo deve ser observado com maior atenção. “Somado a isso, pode vir uma alteração na voz. Então, é necessário estimular os movimentos das pregas vocais e, se a criança não realiza, entende-se que tem uma alteração na fala podendo ter também, uma alteração em sua voz”. 

Diagnosticado com paralisia cerebral, João Victor Nascimento, de 6 anos, tem em seu cronograma terapêutica a fonoaudiologia para estimular o seu vocabulário. “Para obtermos êxito no quadro clínico, o reabilitando é estimulado por uso de onomatopeias que é uma forma de brincar por meio da imitação de ruídos, bem como sons bilabiais, gerados pelo contato dos lábios, que são um dos primeiros sons desenvolvidos na fala de uma criança”. 

Outra questão importante de estimular em pessoas diagnosticadas com paralisia cerebral, “é a motricidade oromiofuncional, isto é, a mobilidade e força de língua, lábios, bochechas e amplitude de mandíbula, importante para o reabilitando realizar a fala. Então, se os usuários têm a língua, lábios ou bochechas mais hipotônicos, ou seja, flácidos, é preciso adequar os tônus desses órgãos para que consiga também vir se expressar melhor”, orienta o fonoaudiólogo. 

Complementando o acompanhamento, o reabilitando João Victor, utiliza a bandagem elástica, visto que o usuário também se enquadra no perfil de “respirador oral”, que são crianças ou adultos que respiram a maior parte do tempo pela boca. 

Por conseguinte, a bandagem é usada para fortalecer o músculo Orbicular da boca para que o usuário permaneça a maior parte do tempo respirando pelo nariz, onde o ar é umidificado de forma correta. Josafá Silva complementa que o usuário ficando com a boca entre aberta, a língua tende a ficar flácida gerando a hipotonia, que é a flacidez dos músculos da língua, da bochecha e do lábio. 

Para a mãe, Ana Maria Aviz, de 43 anos, durante os três anos de acompanhamento no CIIR, ela destaca os desenvolvimentos do garotinho. 

“Depois que iniciou a reabilitação, o João melhorou bastante, a destacar, a fala. Antes, não pronunciava absolutamente nada. Hoje, ele pronuncia algumas palavras como vovó, pede um copo com água; quando ele precisa de algo, se pronuncia”, detalha com risos.

O CIIR é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às Pessoas com Deficiência (PcDs) visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários podem ter acesso aos serviços do Centro por meio de encaminhamento das unidades de Saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez, encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).

Serviço: O CIIR é um órgão do Governo do Pará administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Centro funciona na rodovia Arthur Bernardes, n° 1000, em Belém. Mais informações: (91) 4042.2157 / 58 / 59.