Enfermeiros da Seap participam de capacitação sobre prevenção e tratamento da tuberculose na população carcerária
Parceria entre Seap e Sespa garante capacitação para os servidores da área de saúde que atuam nas casas penais.
Momento do curso da Seap em parceria Sespa sobre prevenção e tratamento da saúde de pessoas privadas de liberdade A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), juntamente com a Secretaria de Estado de Saúde do Pará (Sespa), iniciou a capacitação sobre Tuberculose para os enfermeiros das unidades penitenciárias, uma vez que o ambiente carcerário é propício para a disseminação da doença. O curso organizado pela coordenação de saúde prisional da Sespa tem como objetivo qualificar os enfermeiros a respeito da prevenção, controle e tratamento.
A qualificação iniciada na manhã desta quarta-feira (12) segue até a próxima sexta-feira (14), no auditório da Escola de Administração Penitenciária (EAP), ao final dos três dias os servidores poderão colocar em prática todo o conhecimento adquirido durante o curso, através do estudo de alguns casos clínicos reais trazidos pela equipe da Sespa.
A tuberculose, popularmente conhecida como TB é uma doença bacteriana, causada por uma bactéria mais conhecida por bacilo de Koch, ela afeta os pulmões, mas também pode afetar outros órgãos do corpo humano e dependendo de sua gravidade até os ossos podem ser atingidos pela doença. A tuberculose é uma preocupação recorrente da Seap, que por meio da Diretoria de Assistência Biopsicossocial (DAB), tem atuado na prevenção da doença.
O coordenador de saúde prisional da Seap, Leone Rocha, acredita que parcerias como esta com a Sespa é fundamental na prevenção e controle da doença.
“Apresentamos as necessidades para a Sespa e eles mandaram uma equipe técnica maravilhosa para capacitar os nossos profissionais. O resultado disso é atualizar as informações em relação à tuberculose, e ao sistema de notificação. Esse trabalho em conjunto com a Sespa e os municípios possibilita a diminuição de casos dentro do sistema prisional, através de um tratamento digno”, finaliza Rocha.
A Sespa orienta e capacita os profissionais em várias áreas de saúde, nesse sentido a expectativa é estabelecer um planejamento mensal de capacitações para outros profissionais da Seap como explica Sônia Cardoso, psicóloga e diretora da DAB/Seap.
“Estamos com a perspectiva de uma educação continuada, começou com o curso de TB, estamos planejando um sobre a sífilis, saúde do homem, saúde da mulher. Durante as capacitações a gente pontua que o conhecimento precisa ser multiplicado com a equipe biopsicossocial porque nosso trabalho é feito de forma coletiva e interdisciplinar. Temos médicos, enfermeiros, psicólogos, terapeutas ocupacionais, odontólogos e técnicos de enfermagem que realizam o atendimento da atenção básica nas unidades”, disse.
Além da qualificação, Dione Cunha, enfermeira e coordenadora de saúde prisional da Sespa, destaca a importância de manter o tratamento até o fim para evitar a tuberculose multirresistente.
"A capacitação dos servidores vai atender todo o fluxo da tuberculose, prevenção, tratamento e conclusão do caso. O Ministério da Saúde tinha com o Ministério da Justiça um programa chamado ‘Prisões livres de TB’ e a gente quer continuar com isso porque não queremos que as pessoas privadas de liberdade disseminam a doença porque já tem casos de multirresistência, e quando isso acontece é complicado”, afirma Cunha.
Na avaliação de Bruna Leão, enfermeira da Central de Triagem da Marambaia, o curso ajudará a lidar com a doença. “A Central de Triagem da Marambaia recebe todos os presos da Região Metropolitana de Belém, muitos chegam lá com a suspeita de tuberculose, ou um caso confirmado, e até mesmo em abandono de tratamento. Então, o curso tem uma importância fundamental porque vou me atualizar sobre a doença e saber a melhor maneira de conduzir cada caso”, revela.
Texto de Yasmin Cavalcante e Ingrid Bandeira / Ascom Seap