Cooperação técnica entre Semas e UFPA mostra plano de estudos sobre lagos Bolonha e Água Preta
Órgãos avaliam a importância de trabalho conjunto para a geração de dados que ajudem a caracterizar a situação dos mananciais pesquisados
Um convênio entre a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e a Universidade Federal do Pará (UFPA) resultou no primeiro workshop com exposição de pesquisadores da UFPA direcionada a uma equipe técnica do Governo do Estado. O projeto vai diagnosticar e oferecer prognósticos das condições dos lagos Bolonha e Água Preta, que fazem parte do sistema de abastecimento de Belém e ainda de parte da Região Metropolitana de Belém.
A apresentação do projeto “Diagnóstico dos Lagos Bolonha e Água Preta para fins de enquadramento nos corpos d’água” tem a finalidade de fazer um levantamento apurado sobre a qualidade da água dos mananciais de abastecimento público da RMB.
Nesses estudos estão envolvidas análises de ocupação do entorno dos lagos, como ocorre o processo de sedimentação em áreas distintas dos lagos e se há relação entre a geoquímica sedimentar e o padrão de urbanização ao longo dos anos, qualidade da água e quais espécies ocorrem no local e outras informações necessárias ao diagnóstico e prognóstico, como por exemplo, se ocorrerá assoreamento ou não dos lagos, entre outras pesquisas.
A diretora de Recursos Hídricos da Semas, Luciene Chaves, esclareceu que esse é primeiro workshop de apresentação do projeto integrando todos os órgãos que estão envolvidos nessa iniciativa com representantes da Semas, da área de recursos hídricos; da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) e do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-Bio), que também faz parte da comissão de avaliação técnica de acompanhamento do estudo.
"Essa é uma reunião inicial para apresentação de toda a metodologia que vai ser adotada no desenvolvimento do projeto, que tem duração de dois anos. O resultado foi fundamental para fazer esse nivelamento de informações, das etapas que vão ocorrer. A participação de toda a equipe técnica de pesquisa da UFPA envolvida e como eles vão colaborar com a pesquisa foi fundamental para o entendimento dela como um todo”, afirmou.
A exposição do estudo foi realizada pelo professor Marcelo Rollnic, coordenador do Laboratório de Pesquisa e Monitoramento Ambiental Marinho (Lapmar), do Instituto de Geociências, da UFPA, e da equipe da universidade que participa dos estudos. O professor Rollnic explicou que essa foi a primeira apresentação para um grupo sobre o projeto do convênio que já vem sendo tratado com algumas pessoas específicas, técnicas da Semas.
“Agora foi apresentado a outras diretorias, à Cosanpa e ao Ideflor. É importante apresentar esse projeto inovador, que vai desenvolver uma tecnologia de monitoramento integrado de várias áreas de forma sistemática e que vai dar um diagnóstico dos lagos Água Preta e Bolonha e também prognóstico em relação a esses lagos e o desenvolvimento de uma ferramenta de gestão. A primeira coisa, se conhecer o atual estado dele, a gente consegue trabalhar para a melhoria desse ambiente, ele melhorando vai melhorar todo o usufruto pela população”, garantiu o professor.
A professora de Ecotoxicologia do Instituto de Geociências da UFPA, Líliam Amado, mostrou o laboratório dos estudos ecotoxicológicos e os conhecimentos adquiridos nas pesquisas. “Mas, nada adianta se descobrimos as coisas e não repassamos para quem executa. O conhecimento tem que ter aplicabilidade”, ressaltou a professora.
Artur Arraes, engenheiro sanitarista, gerente de controle de qualidade da Cosanpa, avalia que esse convênio de cooperação técnica firmado entre a Semas e a UFPA é muito importante para a geração de dados que venham caracterizar os mananciais Bolonha e Água Preta.
"Para a Companhia, essa base de dados é de suma importância para a tomada de decisão no que tange ao gerenciamento dos nossos processos de tratamento de água, em função da alteração da característica dos lagos ao longo do tempo, e de que forma essa alteração impacta na nossa tomada de decisão visando ao melhoramento da eficiência do tratamento de água. O estudo impacta para a gente, enquanto concessionária de entender melhor nosso manancial de captação de água bruta e com isso melhorar nossos processos de tratamento, em função desses dados que vão ser gerados no convênio de cooperação técnica", finalizou.