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Santa Casa recebe representantes de Comitês de Humanização hospitalar

Por Governo do Pará (SECOM)
06/04/2023 14h58

A Fundação Santa Casa foi espaço para um reunião com representantes da Câmara Técnica de Humanização dos hospitais da Região Metropolitana de Belém, que fazem parte da rede pública estadual e municipal. O objetivo é fortalecer a Política Nacional de Humanização, considerada uma ferramenta valiosa para a construção de mudanças nos modos de gerir e nas práticas de saúde. O início da programação contou com a participação do coral 'Saúde e Vida Maria Helena Franco’ que apresentou quatro músicas, entre as quais MPB, Samba, Brega paraense e contagiou os participantes do evento.

Durante a abertura do evento, a médica Norma Assunção, diretora Técnica Assistencial da Fundação Santa Casa do Pará, disse que esse encontro é um momento especial. “O nosso comitê de Humanização está sintonizado com a gestão de trabalho e buscando ajudar com outro olhar e estratégias. A importância desse comitê para a instituição é realmente fortalecer os nossos processos e dar apoio para essa equipe que está na linha de frente atendendo a população, fazendo o seu trabalho”.

"Às vezes, estamos envolvidos naquele processo de assistência e se esquece um pouco de si e de como atingir o outro. Esse olhar é fundamental e essa reunião aqui tem esse papel realmente de trazer mais conforto para os que fazem a Política de Humanização seguir em frente”, destaca a diretora.

Para Andresa Ferraz da Coordenação de Humanização da Fundação Santa Casa. Esse encontro da Câmara Técnica Hospitalar do estado acontece mensalmente e é quando a gente discute estratégias para aplicar políticas de humanização dentro de nossos espaços de trabalho. “Algo que faço aqui na Santa Casa pode-se adequar, por exemplo, no HC (Hospital de Clínicas). A equipe de lá não consegue fazer igual, mas pode fazer de outra forma e aí a gente consegue conversar nesses encontros para fortalecer a política de humanização dentro das instituições, principalmente nos hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS)”.

“A importância é a gente discutir em rede sobre a política de humanização e mais importante ainda, as formas de vivenciar essa política no dia a dia de trabalho. Um dos principais desafios é contagiar os nossos colegas de trabalho no que se refere a essência dessa política de humanização. A gente faz as pessoas entenderem que humanizar não é dar bom dia, boa noite. Isso é educação, é ser educado. Humanizar é garantir o acesso com acolhimento e a grande meta é que 100% dos trabalhadores do SUS compreendam que a gente precisa garantir esse acesso, que é preciso acolher o usuário, garantir o acesso dele”, reforça Andresa.

Guilherme Martins, coordenador estadual de humanização da Sespa, diz que o propósito desses encontros é o fortalecimento da rede hospitalar. Fortalecimento da área de saúde, considerando o papel dos hospitais em relação à saúde pública. “Essas reuniões itinerantes possibilitam que as instituições se conheçam, saibam um pouco mais de sua estrutura e de seu funcionamento. E isso permite que essa troca estimule, inclusive o protagonismo dos trabalhadores, que as áreas troquem mais informações entre si”.

“A gente sabe que às vezes as redes são fragmentadas, cada um trabalha dentro de sua instituição e perde de vista a importância dessa troca entre as várias instituições, considerando as especificações de cada uma, o papel de cada um. Nesse sentido é fundamental fortalecer o SUS, como política pública. Sabemos que a pandemia (Covid-19) mostrou a importância que o SUS tem para a população brasileira, com todas as dificuldades mostrou o quanto é forte e o quanto ele precisa de uma sustentação de todas as áreas. O sistema único de saúde representa para a grande maioria da população brasileira o único refúgio, em relação aos cuidados com a saúde”, enfatiza Guilherme.

Humanização no SUS - Criada pelo Ministério da Saúde em 2003, a Política Nacional de Humanização - PNH, ou HumanizaSUS como é mais conhecida, foi formulada a partir da sistematização de experiências do chamado “SUS que dá certo”, objetivando “efetivar os princípios do Sistema Único de Saúde no cotidiano das práticas de atenção e de gestão, assim como estimular trocas solidárias entre gestores, trabalhadores e usuários para a produção de saúde e a produção de sujeitos” (Cartilha HumanizaSUS, 2008).   

A PNH trabalha com a premissa de contagiar trabalhadores, gestores e usuários do SUS com os princípios e as diretrizes da humanização, ao investir no fortalecimento de iniciativas de humanização existentes, aprimorando, ofertando e divulgando estratégias e metodologias de apoio à mudanças sustentáveis dos modelos de atenção e gestão. 

Em relação a Humanização Hospitalar Andresa Ferraz reforça que essa política precisa ser fortalecida diariamente: “Se não for aonde eu trabalho, eu preciso encaminhá-lo ao local em que ele possa ter esse atendimento. E um dos princípios da humanização é o trabalho em rede e muitas das vezes eu estou só aqui no meu trabalho e aí digo que não é aqui e termino não orientando para onde esse paciente deva ir. E aquele paciente fica perdido. Então esse é o desafio, conseguir contagiar com a política de humanização 100% dos nossos trabalhadores”. 

Sobre esses encontros, Guilherme Martins informa que existe um plano de ação que é acompanhado o ano inteiro. Há um planejamento que avalia de que maneira as instituições vêm aplicando os preceitos da política nacional de humanização. Os dispositivos, as diretrizes, de que forma o método da política tem ajudado as instituições a gerirem os seus próprios processos, a integrarem as áreas em suas mais diferente especificidades, mas gerando aquilo que a gente considera que é essencial para o usuário que é a capacidade de ser acolhido com resolutividade.

“Que o cidadão sinta que o estado está fazendo a sua parte no cuidar, no prover, de dar sustentação e de criar meios para que ele se trate. Investindo inclusive na educação e na saúde, trabalhando de forma preventiva em formas que se deve evitar para que não chegue a média complexidade. Investindo na atenção primária, porque a rede hospitalar precisa de uma retaguarda de uma atenção primária, do contrário o cidadão ao invés de tratar de um problema simples termina caindo em um hospital e tirando o lugar de outras pessoas que precise”, esclarece Guilherme.

ASCOM SANTA CASA